Finalmente consegui dar um passo para trás e girei nos calcanhares, prestes a correr para longe de Pedro quando bati a cara em um músculo rígido.
A dor tomou conta do meu nariz e se espalhou pelo meu queixo no mesmo momento em que a voz soou acima de mim:
— Elisa? — Duas mãos foram parar nos meus ombros. — O que foi?
Ergui o rosto enquanto Teo me lançava um olhar preocupado.
Ele não tinha visto o mesmo que eu?
Mas antes que eu pudesse chegar à uma resposta, lembrei do que tinha acontecido entre nós dois.
— Tira suas mãos de mim! — Me afastei dele, cambaleando pela calçada.
— Você tá bêbada?
Ignorei sua pergunta e olhei para trás, temendo ver Pedro bem atrás de nós, mas para a minha surpresa, ele não estava mais lá.
Pedro tinha desaparecido.
— Elisa — Teo se colocou ao meu lado, olhando na mesma direção que eu. — O que você olha tanto?
Eu abri a boca, mas não emiti nenhum som. Acho que eu estava ficando louca.
— Eu... eu só quero ir embora... — falei, começando a avançar pela calçada.
— Você tá bêbada, não pode andar sozinha uma hora dessas.
— Me erra, Teodoro!
Continuei caminhando pela calçada até um braço pesado envolver os meus ombros.
— Vem, eu vou te levar em casa — Teo disse, me guiando para o sentido oposto.
— Eu já disse pra você não encostar em mim! — Tirei seu braço do meu ombro de forma brusca. — Que saco!
— Eu só quero te ajudar! Desse jeito você não vai chegar em casa nunca!
Eu suspirei, me sentindo meio tonta.
— Tá bom — concordei. — Mas não toca em mim.
Teo ergueu as mãos, exibindo uma sacola plástica e disse:
— Sem toques, princesinha.
Comecei a andar na frente e quando eu estava prestes a atravessar a rua, Teo me guiou na direção da encruzilhada.
— Seu carro tá onde? — perguntei.
— Nessa rua — ele respondeu. — Eu aluguei um apartamento atrás da faculdade.
— Você saiu da casa do seu pai?
Ele baixou os olhos em mim e esboçou um meio sorriso.
— Você tá querendo saber demais pra quem decidiu me ignorar.
Eu revirei os olhos, me sentindo uma otária. Era melhor eu ficar de boca fechada antes que eu baixasse a guarda de vez.
— Mas respondendo sua pergunta: eu vou pra casa nos fins de semana. Então, não. Eu não me livrei do meu pai abusivo.
Eu não disse nada, apenas o segui pela calçada até chegarmos em frente à uma BMW preta. Teo abriu a porta do carro para mim e eu sentei no banco do carona com o estômago embrulhado.
Assim que ele se colocou diante do volante e fechou a porta, todo o líquido que eu consumi naquele dia subiu pela minha garganta e foi parar no carpete do veículo.
— Merda! — Teo afastou meu cabelo do rosto, evitando que os fios ficassem sujos de vômito. — Logo no meu carro, Elisa?!
Depois que eu levantei a cabeça, olhei para o seu rosto aflito e abri um sorriso vitorioso.
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Não Me Engane
Romance*ESSA HISTÓRIA NÃO ESTÁ CONCLUÍDA E NÃO TERÁ MAIS ATUALIZAÇÕES. PORÉM, VOU PUBLICAR O LIVRO NA AMAZON E SE VOCÊ QUISER SABER MAIS SOBRE AS NOVIDADES DESSE LIVRO ME SIGA NO INSTAGRAM @reisescritora. Continuação de Não Me Abandone