Dorme neném

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Emilly acaba de se mudar para um apartamento novo que estava com um ótimo preço de aluguel, e como se não fosse bom o suficiente, o apartamento era perto de seu trabalho. Em uma folga na sexta feira ela entrega as chaves de seu apartamento antigo e não demora muito para desfazer as caixas da mudança, como Emilly mora sozinha ela não precisa de muitos bens materiais, com isto a mudança não demorou mais de um dia inteiro de faxina e arrumação. Durante sua organização, Emilly escuta passos vindo do apartamento de cima, desanimada pensou que seus novos vizinhos não fossem dos mais convenientes, caso os passos não parassem Emilly teria de ir reclamar com o vizinho de cima.

Depois de passar o final de semana arrumando seu novo apartamento e inaugurando com um pequeno jantar com seus amigos e família, já é segunda-feira e Emilly acorda cedo para ir ao trabalho. No final da tarde quando chegou em seu apartamento, abrindo a porta se deparou com a TV ligada, Emilly não se lembra de ter ligado de manhã, na verdade ela nem tinha o hábito de ligar a TV antes de sair para o trabalho, crente de que tinha esquecido o aparelho ligado Emilly desliga a TV e vai direto para o banho, no banho ela consegue escutar passos vindo do andar de cima, motivada a ir reclamar com o vizinho somente na manhã seguinte pois já estava cansada, Emilly sai do banho e vai jantar. Na hora de dormir deitada em sua cama e quase pegando no sono, Emilly escuta passos vindo do corredor escuro, ela abre os olhos e rapidamente acende o abajur que consegue iluminar somente até seu guarda roupas, então ela se levanta e acende a luz do quarto o mais rápido possível para ver o corredor, com a luz de seu quarto acesa e olhando o corredor comprido, cujo o banheiro se encontrara no final, Emilly se depara com a luz de seu banheiro acesa, ela vai até o banheiro, e não há nada, com o pensamento de estar muito cansada com a mudança e o trabalho resultou em falhas na memória, Emilly esquece completamente os ocorridos e volta para sua cama, quase pegando no sono, ela escuta uma voz sussurrar seu nome e isso a fez com que acordasse no susto, pensando em ser apenas um sonho, Emilly finalmente volta a dormir.

Na manhã seguinte Emilly sai mais cedo para ir reclamar com o vizinho de cima sobre os passos pesados que ela escuta todas as tardes, ela bate na porta do apartamento e ninguém atende, ela bate mais uma vez, toca a campainha e mesmo assim, ninguém a atende, motivada a voltar depois do trabalho, Emilly então sai para mais um dia cansativo. No final da tarde ela se encontrava em frente a porta de seu vizinho apertando a campainha e batendo na porta, porém, ninguém a atendeu, então Emilly observa alguém saindo do apartamento ao lado, era uma senhora de cabelos curtos e grisalhos, e usava um batom chamativo, Emilly se aproxima e se apresenta:

-Boa tarde, me chamo Emilly e sou a nova vizinha do apartamento de baixo, a senhora sabe que horas o morador desse apartamento chega?- Emilly se refere ao apartamento sinalizando com a mão.

-Oh minha querida, muito prazer, eu sou a Ozzete.- A senhora abrira um sorriso pequeno e amigável.- Bom... ninguém mora neste apartamento, falando nisso, ninguém mora neste apartamento à mais de um ano!...

Emilly estava surpresa e confusa, se o apartamento estava vazio como era possível escutar passos vindos do mesmo? Ela se despede da senhorinha e desce para finalmente poder tomar o seu banho, mas quando abre a porta de seu apartamento ela encontra a TV ligada outra vez, cansada de mais um dia de trabalho ela não se dá ao esforço de ficar pensando muito sobre isso, entra no banho, e de novo começa a escutar os passos no andar de cima, ela já estava a acreditar na possibilidade do cansaço a ter feito enlouquecer. Os acontecimentos da noite anterior se repetiram quando Emilly se deitou para dormi, não só se repetiram esta noite, mas se repetiram também por vários dias, tem noites em que os passos no corredor são mais pesados e rápidos, e tem noites em que além de escutar alguém sussurrar seu nome, Emilly escuta alguém cantar uma canção de ninar, e toda vez que acorda ela se depara com a porta de seu guarda roupas aberta.

Mesmo cansada disso tudo, Emilly parecia não se importar mais, já estava certa de que estaria enlouquecendo com tanto trabalho. E então em mais um dia de trabalho ela chega no seu apartamento, desliga a TV e vai para o banho, um dia como os anteriores, deitada pronta para dormir ela escuta a voz cantando a música de ninar, abre o os olhos e se depara com a porta de seu guarda roupas semiaberto, diferente dos outros dias, quando ela abriu os olhos a voz não parou de cantar, agora Emilly tinha certeza de que não estava sonhando, ela acende o abajur mas ainda fica muito escuro para conseguir ver dentro do seu armário, ela se levanta e anda nas pontas dos pés para abrir a porta por completo, quando aberta ela se encontra com uma silhueta agachada e coberta por longos cabelo, entre eles era possível ver olhos brilhantes a encarando, assustada Emilly cai no chão e se afasta o quanto pode, paralisada pelo medo ela fecha os olhos e reza para ser um pesadelo, a música de ninar fica cada vez mais alta, e ela escuta a voz chamar pelo seu nome várias vezes, a voz vai chegando mais e mais perto, até que a música ficasse ensurdecedora e ela conseguira sentir o bafo da coisa, era quente e parecia o cheiro de alguma coisa morta, Emilly abre os olhos e não está mais em seu quarto, ela estava agora no que parecia ser um apartamento igual o dela, porém sujo e vazio, estava frio e ela estava sozinha, tremendo de medo Emilly sai o mais rápido que podia daquele apartamento e percebe que de alguma forma ela parou no apartamento de cima.

Emilly se mudou daquele lugar, e pesquisou sobre o local, algo que deveria ter feito antes da mudança, ela descobriu que a última moradora do apartamento de cima era uma senhora com problemas psicológicos, ela invadia o apartamento de baixo para vigiar o vizinho dormindo, até que um dia o vizinho acordou depois de escutar a senhora cantar uma música de ninar, a senhora foi internada em um hospital psiquiátrico, não muito tempo depois, a senhora colocou fogo em si mesma resultando na sua própria morte, no incêndio do local e a morte de outros pacientes e funcionários, este ocorrido já tem quase dois anos.

Tenha bons sonhos.

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