Desejo natalício

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Era época de Natal outra vez, mais uma temporada onde as esperanças eram vazias. Só mais outro inverno frio e nevoso no orfanato. Adónis e Ártemis estavam sentados em volta da fogueira, atentos, como todos os outros, às histórias que a dona Odete e a irmã Celeste contavam. Com uma deliciosa caneca de chocolate quente na mão, sonhavam acordados com renas, elfos e presentes. Mas... o que seria o presente, o desejo ideal para o Natal!? Talvez uma boneca ou um carro, talvez um telemóvel ou uma consola de jogos? Ou haveria coisas mais importantes a pedir!? Em volta da árvore de Natal, os dois irmãos juntavam as mãos e faziam o seu desejo, silenciosamente. Surpreendentemente, ambos desejavam a mesma coisa! - "Eu desejo que eu e a/o meu/minha irmã/ão sejamos adotados juntos!"

Longe dali, um casal recebia uma notícia terrível em pleno Natal. A esposa não poderia ter filhos! As luzes das decorações de Natal brilhavam, uma ilusão da alegria natalícia naquele momento. O que haviam de fazer!? Era um desejo que os dois queriam já há algum tempo. Choravam no ombro um do outro, destroçados. Vemos acontecer aos outros, mas nunca sabemos se nos vai acontecer a mesma coisa ou pior. - "O que devemos fazer?" - pergunta a mulher. - "Não sei meu anjo... Talvez... adotar algumas crianças!?" - Ficou decidido. Iriam adotar uma criança.

Uns dias depois, o casal visitou o orfanato. De entre tantas crianças, notaram que apenas duas estavam sossegadas no seu canto. Perguntaram à irmã Celeste quem eram aquelas crianças. - "Estes dois estão sempre juntos." - Disse com um leve sorriso, que logo desvaneceu. - "Eles são irmãos. Os pais deles morreram em um assalto, que correu mal, no restaurante onde jantavam. Eles estavam em casa com a vizinha." - A esposa leva as mãos à boca, impactada pela história daquelas crianças. - "Com todo o respeito" – dizia, agora, a dona Odete - "Se não estiverem pensando em adotar os dois juntos, é melhor não tentar separá-los, sempre foram o apoio um do outro". - O casal olhou um para o outro e aproximaram-se das crianças. Conversaram durante um tempo, depois, o casal entreolhou-se. Estavam em sintonia. Uns meses depois, os dois irmãos saíam de mãos dadas com o casal em direção à sua nova casa.

A vida não seria fácil, como era de se esperar, haveria muitos obstáculos pela frente, muitas brigas e, até mesmo, lágrimas, mas... nada se comparava àqueles momentos de pura alegria, preenchidas com sorrisos e risadas. Aquele desejo que pediram no Natal fora atendido. Talvez por coincidência, pelo Pai Natal, por Deus ou Deusa ou, quem sabe, até mesmo, por destino.

Passados alguns anos, em todos os Natais, pediam para que mais crianças pudessem sentir aquela mesma felicidade que é ter uma família, claro... também pediam, agora, alguns presentes.

 também pediam, agora, alguns presentes

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⏰ Última atualização: Sep 05, 2021 ⏰

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