O Ladrão de Bristol

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O ano era 1654, em Bristol no sudoeste da Inglaterra, aquelas eram épocas difíceis, época onde a soberania dominava, onde o império tinha total poder e riquezas, várias pessoas morriam de fome, e isso era considerado normal, com situações tão difíceis assim, vários homens se lançavam ao mar, se tornando piratas, alguns queriam mudar a situação do mundo, outros apenas iriam por ambição e tesouros. Em Bristol nascia e crescia John Rackham, com seu irmão mais novo Kaio, que moravam com a sua mãe Maria, e o seu pai ninguém sabe o paradeiro dele, então John trabalha constantemente e incansavelmente para sustentar a sua família.

Dia 1 de novembro de 1654, um jovem acordava atrasado para o trabalho, e logo dava um pulo saindo da sua cama, ele tinha que se apressar.

— Mãe! Eu tô atrasado! Por que não me acordou?

— John pensei que você já tinha saído de casa, desculpe-me por não ter o acordado

Ele sorria para ela e logo molhava o rosto, e então dava um beijo na bochecha da sua mãe, e abria a porta, e respirava fundo e inspirava, se preparando para mais um duro e árduo dia.

John Rackham, um jovem pobre, que fazia incansáveis esforços para trazer comida para a sua casa, numa época terrível e difícil.

Ele saia vendo aquela manhã brilhante em um céu de encantar. E logo corria pelas ruas movimentadas de Bristol, John dava bom dia e cumprimentava todos os mercadores e outras pessoas sempre com um sorriso inspirador e radiante, mesmo com tantas dificuldades ele sabia que deveria sempre sorrir, logo chegava em frente a taverna onde trabalhava, era uma taverna diferente de muitas, onde apenas pessoas da classe média e alta frequentavam. Era um lugar bonito, todo rústico e com madeira velha e uma leve iluminação com velas em candelabros, logo caminhava em direção ao balcão, e a cada passo começava a sentir um mau cheiro que deixava o ambiente insuportável de ficar, e logo avistava o dono da taverna, um senhor barrigudo e calvo, com roupas encharcadas de bebidas e um enxofre insuportável, era como um fedor de gambá.

— Seu moleque maldito! De novo atrasado!

Houl era o dono da taverna e um homem egoísta e muito ganancioso, ele vivia em comemorações sempre bebendo e esbanjando as suas riquezas por ser um Duque, isso o tornava membro da realeza, onde ele vivia a tirar vantagens de todas as pessoas, as pessoas sempre faziam o que ele queria.

— Desculpa senhor, ontem fiquei até tarde estudando sobre um pedaço de um mapa que eu encontrei

John era um jovem diferente dos outros, ele amava o mar, e o que desconhecia era simplesmente fascinante para ele, então ele passava noites imaginando como era além desse grande tapete azul que é o mar.

— Vermes como você, não merecem o conhecimento, e sinceramente eu cansei de você moleque, dá o fora daqui, seu rato de esgoto

— Senhor por favor, eu só posso sustentar minha mãe e meu irmão com esse trabalho

— Eu não ligo para escória como vocês, dá o pé daqui! Agora!

Ele insistia que o dono da taverna não o despedisse. Até que Houl acerta um soco em John, o fazendo cair no chão e se encolhendo com medo.

— Qual o problema? Está morrendo de medo seu rato de esgoto? Agora saia daqui! Seu moleque!

Ele se levantou com lágrimas no rosto e começou a correr, enquanto corria pela cidade pensando em como àquilo era injusto, John correu até a praia e sentou-se na areia, chorando por que perdeu seu trabalho, e agora sua mãe e seu irmão mais novo passariam por mais dificuldades ainda, já que só ele sustentava a casa.

Ele observava aquele lindo mar radiante e calmo, e o seu mar de lágrimas acabava, parecia que cada onda o consolava e o acalmava, a praia estava calma e sem ninguém, então ele via aquele radiante e brilhante sol que o fazia viajar em seus pensamentos, então ele levantou, deu umas batidas em seus sapatos e calças para tirar aquela areia, já que todas suas roupas tinham muitos buracos, então sempre acumulava areia, após isso ele saiu melancólico e pensativo para casa, então ele foi caminhando para casa, enquanto andava só pensava em como o mundo é cruel, e como as pessoas que são mais favorecidas, desprezam aqueles que não tem nada, ele queria que àquilo mudasse, mas ainda estava perdido em sua cabeça, e com a esperança de encontrar o mapa para o caminho de uma grande mudança.

MAR NEGRO - Moedas de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora