Capítulo 22

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Zhan não conseguiu dormir, estava sentado na beira da cama olhando pela janela o dia amanhecer. Ele se sentia oco e perdido, a verdade era que não queria ter magoa a Bel, mas o inevitável aconteceu. Levantou-se e foi até o guarda-roupa pegando sua roupa de praia, talvez ficar no mar aliviaria um pouco e decidido se trocou.

Ao sair do quarto, deixou uma mensagem para o irmão e seguiu seu caminho para a praia de Ipanema, aquele dia não era o costumeiro para as aulas de surf, no entanto, sabia que haveria pessoas logo cedo entrando no mar.

Era final de primavera e ao que parecia desde que virou a estação, parecia que o verão chegou antecipado, pois estava um ar morno naquele horário, 6 da manhã.

Zhan chegou no calçadão e caminhou até a orla de Ipanema, sem pressa olhando o mar sem pensar muito do que passou na madrugada, porém, por mais que não quisesse o semblante de Bel chocada com as palavras dele machucavam seu coração. Em conflito, as lembranças de como se sentiu ao proteger Xian o aquecia, mesmo que depois de tudo a sua noite não terminou muito bem.

Um pouco de caminhada faria bem e para relaxar entraria no mar, sempre que se sentia confuso gostava de ficar na água ouvindo o som das ondas e borbulho abafado ao mergulhar.

Ao chegar em Ipanema, parou no quiosque do Beto e pediu para guardar sua pequena mochila de napa. Após fazer um breve aquecimento, entrou no mar, remando sob a prancha que alugou passou por algumas ondas e parou. Sentou ali e ficou ouvindo o som das águas e o balanço que a suave correnteza fazia. O horizonte estava avermelhado, aquilo indicava que o dia seria quente, mas um fim de estação fervorosa.

Zhan fechou os olhos e ficou ouvindo o mar, sentindo a brisa fresca se misturar a morna luz do sol da manhã. O seu coração ainda estava apertado, angustiado ele só queria um caminho a seguir, sem dores e ressentimentos. Não queria magoar ninguém ou muito menos ser ingrato, porém quanto mais pensava em uma solução, mais triste e arrependido se sentia.

Ao abrir os olhos, seu pomo de adão subiu e desceu, forçando algo atravessar a garganta, talvez empurrar a angústia goela abaixo aliviaria? Balançou leve a cabeça negando e olhou em volta para "pegar" algumas ondas o relaxaria e assim pensar com calma em uma solução.

A manhã se estendia e o sol a pico castigava quando Zhan saiu da água e um pouco melhor foi tomar uma ducha fria para voltar para casa. Depois de tudo, ainda não sabia o que fazer com sua situação com a Bel. O único sentimento que ele tinha era que não queria a magoar.

 O único sentimento que ele tinha era que não queria a magoar

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A campainha tocando era como estrondo na cabeça de Bel, não dormiu bem por ter chorado após Zhan sair do seu apartamento. Rolando na cama pegou um dos travesseiros e cobriu a cabeça para não ouvir tocar. Se for Zhan querendo conversar iria ficar na porta esperando eternamente por ela.

"Não quero te ver..."

Resmungando consigo enquanto a campainha insistente berrava aos seus ouvidos como sirene de ambulância, vencida pela insistência chutou a manta de cima do corpo com os pés e bufou esfregando as têmporas.

Lembranças de nós dois [Atualização semanal]Onde histórias criam vida. Descubra agora