Capítulo 16

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Amar você é como amar a solidão!

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O som do motor do avião emitia era estranho, um rugido que fazia arrepiar a espinha o que era curioso ao mesmo tempo já que era semelhante ao cantar de uma baleia. Era assim que em poucos segundos a turbina da asa esquerda pegou fogo. Tudo aconteceu muito rápido e só o que Wang sentiu foi a dor forte na cabeça e ser sugado para fundo do mar. Escuro e frio! Estava muito frio, se esforçava para nadar e não sabia se conseguiria, mas tentava desesperadamente nadar. Até que cansado parou de tentar e o silêncio se fez.

Ao abrir os olhos, uma senhora lhe sorria com os olhos cheios de lágrimas, estava zonzo, a visão era turva e falhava lhe jogando novamente na escuridão. Mas dessa vez não havia silêncio, vozes sussurradas lhe chamavam atenção. Não entendi o que diziam, ele tentou se mexer e falar, perguntar quem era aquela senhora. Ele buscou entender, entretanto o seu esforço fez a cabeça doer tanto que chorou sem emitir um som. Não conseguia falar.

Wang lutou para viver, quando todos acreditavam que ele não se recuperaria, enfim despertou do coma, no entanto os médicos foram categóricos, se o rapaz sobreviver terá diversas sequelas.

Wang sobreviveu, a muito custo e sob condições graves levavam os médicos a ficarem desacreditados de sua recuperação. O traumatismo craneano com perda de massa encefálica contribuiu para uma paralisia dos membros inferiores. A memória foi afetada e a cegueira contínua lhe proporcionava estado de confusão mental. No entanto, ele queria viver e lutava para ser consciente, começando a intrigar os médicos.

Han An cuidou, ajudou e se animou ao ver o esforço diário do rapaz em querer viver, Wang não sabia o motivo, mas somente falava em mandarim: Tenho que viver!

A senhora havia contratado a mãe do rapaz para lecionar mandarim em seu pequeno curso de idiomas. Han An ganhara um filho, não podia abandoná-lo em abrigo social, ele morreria se o deixasse só. Ela se compadeceu da crueldade que o pai do rapaz, decidida, iria esconder de Wang e assumi-lo como seu parente.Han Zhan foi o nome que ela disse a ele, quando este quis saber quem ele era.

O caso dele foi estudado, sua recuperação foi lenta, mas contínua, aos poucos a visão voltou, sua fala melhorou auxiliado por uma fonoaudióloga e com a fisioterapia recuperou os movimentos das pernas. Era difícil algumas vezes a dor na cabeça era tão aguda e violenta que o levava a desmaios e convulsões.

Os 3 anos de longo tratamento foram necessários para começar a andar com auxílio de moletas. O dinheiro que Han An recebia vindo da China era voltado para cuidar dele e se sustentarem.

A recuperação de Zhan se acelerou depois da pior fase e em pouco tempo ele não precisava mais da moleta para andar. E nesse período ele queria estudar e trabalhar com a sua tia. As dores sumiram, porém os traumas ficaram... Zhan não conseguia ouvir sons que lembrassem o motor do avião desenvolvendo a síndrome do pânico com ansiedade pós-traumática, mas ainda assim Zhan lutou para superar cada dia. Tratamento com neurologista e terapeuta o fortaleceram, foi nesse período que conheceu a Anabel. Eles estudavam na mesma faculdade e moravam no mesmo prédio. Han An incentivou, afinal o lugar não tinha jovens na idade de Zhan e a moça que era recém chegada no prédio junto com sua mãe foi uma boa companhia para ele.

Não demorou muito para Zhan se afeiçoar a Bel, a morena era divertida, tagarela e agitada. Inteligente e sempre o impressionava. Brincalhona lhe pregando peças, mas sempre disposta ajudar pronta para tudo, eles ficaram cada vez mais próximos e como a amizade fortalecendo a cada dia, se descobriram apaixonados.

Lembranças de nós dois [Atualização semanal]Onde histórias criam vida. Descubra agora