Armin.

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Olá, leitor. Eu sou muito apressado em relação a colocar minhas idéias na história logo e acabo não detalhando muito as coisas, mas estou tentando melhorar isso aos poucos.

Boa leitura :p

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Levi prosseguiu com brigas violentas contra outros presidiários, ele era realmente casca grossa, enfrentava homens que davam quatro vezes o seu tamanho. Com o tempo entendi o motivo de me zombarem tanto por cair na mesma cela dele.

Em alguns momentos, me peguei tentando adivinhar o motivo do garoto ter sido preso, minha curiosidade ficava cada vez maior, mas não tenho coragem suficiente para perguntar a ele.

No fundo, só estou com medo de ser algo como um assassinato, pois ficaria inseguro de me aproximar demais.

[...]

Em uma briga feia, Levi quebrou o braço direito de Reiner, enquanto jurava que o mataria se o tocasse com as mãos sujas novamente. Estava tenso, pois ele ser punido também poderia me prejudicar.

Resolvi ficar na cela, já que não faria nada no pátio e acabaria o tempo livre em poucos minutos. Sentei no chão gelado, com as pernas cruzadas fitando as pequenas rachaduras na parede.

Escutei passos no corredor, rápidos e altos, que por algum motivo me deixaram hesitante e nervoso. Um guarda entrou na cela, mas suas roupas pareciam estranhas, amassadas e alguns botões abertos. Normalmente, os guardas andavam impecáveis.

- Vim pegar as roupas do Levi. - Falou simples.

Rapidamente assenti, me afastando do pequeno montinho de roupas do garoto, que tinha sido arrumado por cor, tamanho e tecido, ele era um verdade neurótico.

O guarda se aproximou do montinho e eu me afastei mais, por algum motivo, meu pressentimento era péssimo. O maior desviou seu olhar pra mim rapidamente, de canto.

- Você é mais burro do que imaginei. - Fechou a porta - Eu não sou um guarda, sou da gangue do Reiner, princesinha.

Engoli a seco, ele veio até aqui para rasgar as roupas de Levi como vingança ou algo do tipo? Não, ele não se arriscaria por tão pouco.

( A próxima parte pode ser delicada para algumas pessoas, caso tenha gatilho com estupro, recomendo que pule o capítulo.)

Fui tirado dos meus pensamentos quando ele se aproximou e agachou na minha frente, com um sorriso medonho que estava me dando calafrios. Era visível que seu tipo de corpo era forte, mais do que o de Reiner, não teria como me defender só com as mãos.

- Quietinho, ok? - Sorriu.

Senti sua mão em meu ombro, e tentei lhe empurrar, porém o garoto segurou e virou meu braço atrás das costas com força. Fui jogado no chão de barriga pra baixo, enquanto gritava por ajuda, mesmo que fosse quase impossível, eu precisava tentar.

- Carne nova é sempre a minha favorita.

Senti minha calça ser puxada até o começo das coxas, diferente de quando Levi fez isso, só conseguia sentir desconforto e uma vontade imensa de chorar. Estava assustado, eu não queria estar aqui, eu não deveria estar aqui.

[...]

O homem saiu depois de 44 longos e torturantes minutos, que fiz questão de contar enquanto encarava o relógio do corredor, com a visão embaçada pelas lágrimas.

Em um certo momento que minha voz começou a falhar e os prisioneiros simplesmente passavam rindo da situação, desisti de pedir ajuda, era inútil afinal. Eu almejei que Levi entrasse chutando tudo como sempre e me tirasse dessa situação nojenta.

Cadê o Levi? Por que ele não veio me salvar como na primeira vez?

O maior fez questão de ejacular dentro de mim, fazendo tudo parecer um castigo. Eu estava pelado sobre o chão gelado, tremendo e chorando, sem conseguir forças para sair da posição e me vestir.

Por que o Levi não veio me ajudar?

Eu queria morrer e assim esquecer toda essa humilhação, os sorrisos maldosos enquanto eu gritava por socorro, isso é desumano.

[...]

Se passaram dois dias e acabei descobrindo que Levi tinha sido mandado pra solitária, por causa de seu comportamento ruim. Eu não conseguia mais comer e nem tomar banho direito, me parecia impossível olhar pra alguém diretamente depois disso tudo.

Meu advogado perdeu o caso e eu vou ter que cumprir a pena inteira, nesse inferno. Já não sei se a idéia de sair é boa, pois vão me julgar lá fora, me ver apenas como um ex preso nojento e "traficante".

Deitei sobre a cama de Levi deixando algumas lágrimas rolarem, um pequeno sorriso apareceu em meu rosto, ao imaginar o garoto me dando uma bronca por sujar seu travesseiro.

Fui tirado de meus pensamentos ao escutar a porta ser aberta e um guarda falar " Você vai ficar aqui até acharmos outra cela livre" e a porta ser fechada novamente.

Sentei na cama e olhei para a porta, vendo ninguém mais, ninguém menos que o loirinho da balada, ele que me enfiou nessa roubada, armando para mim.

- Você! Seu filho da puta - Levantei.

Não conseguia raciocinar, apenas queria o esmurrar até não conseguir ser reconhecido nem pela própria mãe.

Dei um soco com toda a força que conseguia em seu rosto, sentindo meu peito subir e descer rápido pela respiração ofegante. O garoto cobriu seu rosto, na tentativa de se defender.

- Desculpa, ok? Não foi porque eu quis - Choramingou - Eu te explico tudo! Só deixa eu falar.

Me afastei dele, com o sangue fervendo. Resolvi me controlar para não acabar cometendo uma loucura, que me deixaria entre grades o resto de meus anos.

- Eu fui expulso de casa pelo meu pai quando tinha 10 anos e fui morar com o meu avô, ele era alcoólatra mas nunca fez nada contra mim. Ele já tinha certa idade, mas não recebia aposentadoria, pois trabalhou registrado por apenas 5 anos de sua vida. - Suspirou - As coisas começaram a se apertar, ele não conseguia mais fazer bicos e eu não podia trabalhar, não tinhamos o que comer e estavam prestes a cortar a luz.

Sentei sobre a cama de Levi e fiquei encarando o garoto, pelo seu tom de voz trêmulo, estava falando sério, mas ainda assim não poderia confiar muito.

- Eu comecei a andar pelas ruas atrás de alguém que me deixasse trabalhar por meio período, mesmo que só tivesse 13 anos na época. Encontrei uma garota chamada Mikasa, mais velha, me ofereceu um trabalho em uma boate gay e eu aceitei, mas o salário era muito ruim e a situação estava piorando. Eu comecei a roubar e vender drogas, mas a polícia estava me perseguindo e tive que pensar rápido, desculpe.

O encarei sério, enquanto processava tudo que tinha falado. Não mudava o fato de ter uma atitude ruim e desonesta.

- Não importa mais, só não quero que fale comigo.

Escutei a buzina pro tempo livre e sai da cela, em passos rápidos, não aguentaria ver sua cara por mais tempo.

[...]

Levi saiu da solitária um dia depois e ainda não tinham achado uma cela para o tal Armin, que se apresentou mesmo eu dizendo que não queria escutar.

O garoto voltou estranho e eu tentei ser compreensível, passar esse tempo sozinho deve ter sido péssimo, mas ele estava me tratando mal. Eu não esperava isso.

Estava sem privacidade para tocar em assuntos delicados e até mesmo contar o abuso que sofri com Armin atento o tempo todo, então tentei conversar com Levi no almoço, pelo menos o barulho do local iria abafar.

Me aproximei dele e toquei em seu ombro.

- Levi, podemos conversar?- Falei um pouco alto.

- Tire suas mãos de mim, pirralho nojento. - Virou me encarando - Já disse que não somos amigos.

Todos começaram a me encarar, novamente, como no dia do abuso e o desconforto cresceu. Apenas me afastei e corri até a cela.

Por que, Levi?




Council. (Levi x Eren)Onde histórias criam vida. Descubra agora