Capítulo 2 - Início da guerra civil.

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- Natasha, só estamos transferindo a culpa. – Diz meu pai em um tom que nunca ouvi.

Estou em "casa", na base, tem alguns apartamentos, cada um com dois quartos, uma sala e uma pequena cozinha, somente para refeições rápidas, até porque, temos uma cozinha para refeições em conjunto.

Desde uma reunião com o Secretário de Estado Ross, que ocorreu ontem, meus pais parecem estar em pé de guerra.

- Se formos convocados para alguma missão aprovada pelo Estado, podem acontecer as mesmas coisas que aconteceram em Nova Iorque, Washington, Sokovia e todos os outros lugares que já passamos. Nós faremos, mas a culpa será do governo, é apenas uma transferência. – Ele está bem exaltado, nunca ouvi meu pai falar desse jeito com a minha mãe.

- É melhor aceitar agora do que sermos impostos a isto amanhã, é apenas uma mão fora do volante, a outra ainda estará lá. – Ela, diferente dele, está com a voz controlada, o que é comum, ela não se altera fácil. – Cometemos muitos erros públicos, precisam voltar a confiar em nós.

- Desculpa Nat, mas não farei isso. – Ele parecia querer estender sua resposta, mas recebeu alguma mensagem. – Preciso sair.

Ele diz isso e logo depois escuto a porta bater, saio do quarto devagar e vejo minha mãe sentada com os braços apoiados nas pernas e as mãos cobrindo o rosto.

- Mãe. – Ela me olha. – Sobre o que estavam falando?

- O governo quer assinar e colocar em prática o Tratado de Sokovia, onde colocam os Vingadores sob supervisão. – Ela encosta no sofá e me olha.

- Os Vingadores precisam assinar e meu pai não quer. – Ela apenas assente. – E você vai assinar, porque pelo visto, concordou que pode ser algo bom.

- Ele acredita que vamos perder qualquer controle sobre a situação, mas acho difícil que isso aconteça. – Ela desvia o olhar para a TV, que por acaso está mostrando sobre o incidente na Nigéria.

- Você não sabe disso. – Ela volta a me olhar, como se estivesse incrédula. – Em teoria, a SHIELD era para ser boa, mas foi invadida. Sabe como funciona o governo, só não querem mais ouvir da população, mas a partir do momento que os Vingadores entrarem em ação de novo e destruírem parte da cidade, vão escutar, como sempre.

- Você parece seu pai. – Ela solta seu típico sorriso de lado.

- Se em algum momento, algum lugar precisar de vocês e o governo não aprovar? – Sento-me do seu lado, mas com uma distância considerável.

- Podemos intervir, pedir para agir.

- Não poderão, porque assinaram o tratado e deram autonomia ao governo de controlar vocês. – Ela abaixa o olhar. – Estão tirando as duas mãos do volante sem ao menor perceber, não aceite isso, sabe que ele está certo.

- Vou pensar. – Ela volta a me olhar e me chama para perto.

- Sabe onde ele foi? – Ela apenas balança a cabeça negativamente. – Parecia aflito.

- Vou descobrir. – Ela me abraça mais forte.

- Sei que vai. – Me aconchego em seus braços e ficamos ali, em silêncio.

Ela vai assinar, sei disso, está apenas tentando não errar novamente, como "errou" com a SHIELD, mas tudo se trata de interesses. Meu pai está certo, mas a partir do momento que alguém assinar – o que já aconteceu – será um fora da lei, um foragido, isso trará muita dor de cabeça.

Depois de algumas horas, descobrimos que meu pai recebeu uma mensagem dizendo que a Peggy havia falecido, aquilo deve ter mexido muito com ele. Peggy era a única pessoa da antiga vida do meu pai que ainda estava viva, deve ter sido doloroso receber esse aviso.

Em Meio a GuerrasOnde histórias criam vida. Descubra agora