Severo Snape nasceu e cresceu na última casa da Rua da Fiação, localizada na Inglaterra em Cokeworth, com sua mãe; a bruxa, Eileen Snape e seu pai; o trouxa, Tobias Snape.
Na rua repleta de casas geminadas de tijolos idênticos e aparentes, uma névoa gelada flutuava sobre um rio sujo que serpeia entre barrancos cobertos de mato e lixo. Uma enorme chaminé, relíquia de uma fábrica fechada, erguia-se sombria e agourenta. O silêncio total era quebrado apenas pelo som da água escura, e não havia vestígio de vida.
A entrada da casa dar diretamente em uma pequena sala de visitas, que dava a impressão de uma cela acolchoada e escura. As paredes eram inteiramente cobertas de livros, a maioria encadernada em couro preto ou castanho; um sofá puído, uma poltrona velha e uma mesa bamba estavam agrupados no círculo de luz projetado por um candeeiro preso no teto. O lugar tinha um ar de abandono, como se não fosse normalmente habitado.
A casa de dois andares, com uma porta escondida na parede de livros, revelava uma escada estreita, enquanto outra levava para a adega onde o vinho de elfos era guardado, e cheirava a mofo. No segundo andar só havia o quarto sombrio e um banheiro apertado. O lugar não era bem cuidado, já que Snape passava boa parte do ano em Hogwarts ou na França.
Era um milagre a casa está de pé, não só pelo o estado abandonado, mas considerando que Snape era um comensal da morte que ajudou na destruição de Voldemort, não seria de se espantar se os comensais fiéis que conseguiram fugir tivessem descontado sua raiva naquilo em que pudessem tocar. Mas talvez eles, para consternação de Raven, não fossem completamente burros, ou simplesmente e bem mais provável eles apenas não sabiam onde o mago morava.
A jovem feiticeira não conseguia parar de pensar no que o pai havia passado naquela casa; com um pai violento. Olhando em volta não pode evitar imaginar um menino pequeno presenciando o pai (se é que pode chamá-lo assim) bater e gritar com a mãe.
— Eu sempre soube que seu pai tinha mau gosto, mas isto é demais para meus olhos. - a bruxa gritou no andar de cima.
Raven balançou a cabeça ligeiramente, a voz trazendo-a para o presente, soltou um breve bufo com o drama da sua mãe, enquanto colocava os livros de capas grossas nas caixas. Com esperança, aquele seria o primeiro e último compromisso delas em Londres, Ravena não via a hora de voltar para casa e deixar tudo isso para trás.
Francine estava colocando as roupas e os pequenos objetos em caixas; doação e o que iria com elas. Já a mais nova, embalava os livros e vinhos.
Elas poderiam pagar alguém para fazer isso, mas simplesmente não parecia certo. Pelo menos não aos olhos da jovem.
— Mamãe?- gritou do andar debaixo. — Eu pensei... O dinheiro que meu pai nos deixou, nós podemos dá-lo ao orfanato. Não é como se eu precisasse disso. O que você acha?
— Tem certeza?- perguntou.
Sim, ela tem certeza.
Não pode ajudar na guerra, pelo menos agora pode contribuir com alguma coisa, por mais pequena que fosse.
...
Encarando o bairro abandonado e sem vida, Raven tomou uma decisão, olhando em volta apenas para confirmar que não havia ninguém, ergueu a varinha e fechou os olhos.
— Raven?
A mãe podia imaginar o que estava prestes a acontecer, mas precisava saber se sua filha tinha certeza, apertou a alça da pequena bolsa que com o feitiço Capacious extremis carregava sem problemas todas as coisas que elas vieram buscar. Segurou a mão gelada de sua filha, sem abrir a boca ou erguer sua varinha lançou o feitiço de desilusão sobre elas.
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RENEGADE
RomanceSevero Snape tinha muitos segredos, um deles veio à tona alguns meses após a sua morte. O morcego de Hogwarts tem uma filha. Decerto era karma, que sua única e amada filha fosse se envolver justamente com Neville Longbottom.