But If You Call Me | Drew Starkey | Rafe Cameron

Capítulo 01

Drew Starkey

Eu e o restante do elenco da serie havíamos ficado muito próximo nas gravações da segunda temporada, e agora que já estava concluída, tínhamos folga de alguns meses até a Netflix decidir renovar a serie, ou não. Eu estava arrumando minhas malas, estava a caminho de Los Angeles agora, queria aproveitar as minhas férias ao máximo e ficaria no meu apartamento por um tempo.

– Já vai? – Rudy entrou no quarto de hotel que dividíamos.

– Já, meu voo sai em uma hora. – Digo e fecho minha mala.

– Beleza, quando der eu dou uma passada lá no seu apê.

– Vou esperar. – Abracei Rudy e depois de me despedir do restante do Elenco, entrei no carro que estava a minha espera do lado de fora e fomos finalmente para o aeroporto.

– Espero que faça um bom voo Senhor Starkey.

– Não precisa me chamar de senhor e eu vou sentir a sua falta.

– Também sentirei a sua.

Depois de toda dor de cabeça que era para fazer o check-in, sentei-me para esperar o avião enquanto olhava algumas fotos no instagram e me deparei com Molly, minha ex melhor amiga, ex namorado e ainda vizinha no apartamento em que tenho em LA. Senti um pequeno desconforto no peito ao ver o seu sorriso brilhante na foto que ela havia postado a alguns minutos ao lado de algumas plantas com a legenda "melhores ouvintes". Não pude conter o meu coração e sorri ao lembrar de quando entrei em seu apartamento de mansinho e a vi conversando com suas plantas, mas logo em seguida o meu sorriso se desfaz quando lembro da forma como ela terminou comigo.

FlashBack

– Mo, olha esse cacto que eu achei lá embaixo. – Disse Drew entrando no apartamento de Molly. (Mo, apelido carinhoso para Molly)

– Estou na cozinha! – Ela grita e ele logo se apressa para mostrar-lhe o pequeno cacto um pouco seco e marrom.

– Olha só. – Ele entrega o vasinho para ela. – Acho que deve estar morrendo.

– Tá mesmo, vou por um pouco de água.

Enquanto Molly tentava salvar o pequeno cacto, Drew assistia ansioso, ela sempre fora tão boa em cuidar da natureza que ele ficava impressionado.

– Pronto, agora vamos deixá-lo descansar por algumas horas. – Ela disse sentando ao seu lado no sofa. 

– Espero que ele sobreviva...

– Eu queria conversar com você. – O tom de voz de Molly foi o suficiente para deixar Drew nervoso e apreensivo. – Você vai embora em alguns dias e... Eu queria que você aproveitasse enquanto estivesse com os seus amigos gravando a série, sabe? Quero que você se divirta sem ter que se preocupar comigo.

– Mas eu me divirto, não estou entendendo. – Ele vir-se de frente para ela no sofá e Molly desvia os olhos.

– Não se diverte não, sei que você não sai com eles porque tem medo do que eu possa pensar. Eu não quero isso, não parece saudável. – Ela suspira tentando e olha para cima tentar evitar que suas lágrimas caíssem em frente a ele.

– Espera, Molly você está tentando terminar comigo? – As mãos apressadas de Drew tocam o rosto da garota a fazendo olhar para si.

– Eu estou terminando com você, Drew. – Sua tentativa falha de conter o choro foi por água baixo. – Não quero sentir como se estivesse empatando sua vida.

– Mas você não...

– Por favor, me entenda.

Drew passou as mãos frustrado por seu rosto tentando acordar daquele pesadelo, olhou para Molly ainda cabisbaixa ao seu lado no sofá, olhou para as suas mãos e a pequena aliança de compromisso que ali havia e então levantou-se do sofá cheio de raiva.

– Isso não era necessário! – Ele esbravejou indo em direção a porta. – Não é nenhum sacrifício para mim se é o que estava pensando.

...

Mas por incrível que pareça, Molly tinha razão e Drew provou isso quando depois de dois meses saíram algumas fotos suas de mãos dadas com outra garota, uma alfinetada atingiu o seu coração em cheio naquele dia mas ela quem havia tomado essa decisão, não podia culpá-lo por seguir em frente.

Molly tinha vinte e quatro anos, morava sozinha e tinha um bom emprego numa corretora de imóveis, os seus pais moravam próximos a ela para que assim a filha não se sentisse tão sozinha como de costume. No seu aniversário de vinte e quatro anos, seus pais fizeram uma pequena festa em casa e quando Molly chegou, viu um de seus mais antigos amigos, as coisas mudaram dali em diante, ela que nunca havia pensando em se relacionar com outras pessoas acabou se envolvendo com ele.

Quando Drew chegou em frente ao seu apartamento, uma onda de nostalgia atingiu o seu peito ao perceber que finalmente estava em casa mais uma vez e teria longos dias para poder descansar. Mas quando estava subindo no elevador, suas mãos começaram a suar ao pensar em Molly, pensou em dar a volta e dormir em um hotel, dormir na casa de algum amigo mas não teve tempo de decidir, a porta se abriu e Molly estava ali parada esperando para entrar, nenhum dos dois conseguiu falar ou se cumprimentar.

Como na foto em seu instagram, seus cabelos estavam curtos na altura dos ombros, castanhos ainda mais brilhantes e sedosos, lembrou das vezes em que brincava com ela e arfava o cheiro do shampoo que ela usava.

– Segurou o elevador? – Billy diz chegando ao lado de Molly e Drew o olha com estranheza tentado descobrir se conhecia ou não aquele rapaz, mas quando ele entrelaçou os dedos aos da garota, ele entendeu tudo, os dois entraram no elevador e Drew saiu sem olhar para trás. Não podia culpá-la por seguir em frente assim como ele o fizera, só que ainda sentia falta dela e ainda sentia ciúmes, ela um dia já foi sua e a ideia de outro homem a tocar só deixava sua cabeça ainda mais perturbada.

Ele entrou no seu apartamento batendo a porta e largando a mala de lado, tinha que chamar alguém para faxinar aquele lugar mas agora tudo o que conseguia pensar era naquele trambolhinho com Molly.