Capítulo 19

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Molly levantou primeiro naquele dia, tomou um banho rápido e fez o café da manhã para nós dois, eu quando levantei, olhei de relance para o meu celular ao lado da cama e vi várias chamadas perdidas e mensagens, ignorei e me levantei, estava vestido apenas com uma calça jeans e quando olho para o meu corpo no espelho do banheiro percebo os vários aranhões em meu tronco e mordidas. Um pequeno sorriso brotou no canto da minha boca ao lembrar da noite de ontem e das várias outras que Molly e eu havíamos tido até agora.

Parecíamos incansáveis mas eu adorava sentir que ela estava me desejando e que mal conseguia se conter perto de mim, talvez estivéssemos naquela fase ardente do amor, do início de tudo, do reencontro, conheço cada pedacinho de Molly, sei do que ela gosta e odeia na hora do sexo, sei de como ela odeia que eu acorde primeiro que ela, como ela ama quando eu enterro minha cabeça nas suas costas enquanto fazemos conchinha, como ela ama que eu enfie minha mão debaixo da sua blusa só para sentir o calor das minhas mãos.

– Drew? – Ouço ela me chamar e termino de escovar os dentes e passar água no rosto.

– Já estou indo.

Enxugo o meu rosto e saio do banheiro indo para a sala onde ela estava sentada no sofá com uma xícara de café em mãos e a minha se encontrava sobre a mesa de centro debaixo de um porta copos.

– As torradas estão no balcão. – Passo por ela no sofá e lhe dou um beijo, logo ema seguida dou a volta e sento ao seu lado. – Não quero me intrometer mas eu acordei e vi o seu celular aceso na mesinha, tinha várias chamadas perdidas, tá tudo bem?

– Acho que sim, depois eu vejo isso. – Digo e bebo um gole do meu café. – O que vamos fazer hoje?

– Podemos ir na padaria aqui perto comprar alguns doces, o que acha? Sei que você já deve estar morrendo de tédio de tanto ficar aqui dentro trancado.

– Eu não importo, se você estiver comigo já é suficiente.

– Eu te amo Drew. – Ela diz olhando no fundo dos meus olhos com carinha de cachorro abandonado, o meu peito queima e eu luto contra a vontade de fazer sexo com ela a essa hora do dia. – Eu sei que você quer ter aquela conversa e por mim tudo bem, podemos achar um... Um jeito de conciliar a sua vida com a minha, só quero que fiquemos juntos sem que eu sinta estar atrapalhando a sua carreira. – Sinto uma fisgada em meu peito e o queimar de amor que eu sentia antes agora se tornou em sentimento de culpa, eu fiz tudo errado, segui pelo caminho errado mais uma vez.

Eu quero mais do que tudo ficar com Molly para o resto da minha vida mas se eu lhe contar agora tudo pode acabar, podemos sair dos trilhos mais uma vez e eu não aguentarei vê-la se afastar de mim novamente, seu melhor do que ninguém o esforço que ela está fazendo agora e eu posso estar a um passo de arrumar tudo.

– Drew? – A sua voz doce e calma me tira de dentro da minha própria confusão e eu volta a olhar para ela. – Você tá bem?

– Estou, é só que... – Se eu contar você vai fugir para me dar espaço, vai pensar que está atrapalhando a minha quando na verdade eu larguei tudo por amor. Foi uma escolha da qual eu não me arrependo. Mas eu menti mesmo sabendo o quanto você não suporta mentiras, por mais pequenas e inofensivas que sejam. – Eu amo você mais do que tudo.

Ela avança em minha direção e me beija com verocidade, agarro-a em meus braços e agora ela está sentada sobre o meu colo me beijando como se eu estivesse prestes a fugir para outro planeta.

A conexão dos nossos corpos me deixava a beira do precipício, tínhamos o encaixe perfeito, a chama viva que ainda estava sendo alimentada pela lenha, a vontade incessante de estarmos perto um do outro, tudo era perfeito, tudo estava perfeito e certo. Talvez eu não devesse cantar vitória antes da hora.

– Vamos com calma, são oito da manhã ainda. – Digo entre risos e ela se encolhe fazendo beicinho. – Se continuarmos assim é capaz de você se enjoar de mim.

– Nunca, isso é impossível. – Ela se ajeita no sofá e encolhe as pernas, eu pego nossas xícaras ainda cheias de café e as deixo na pia da cozinha.

– Vou colocar uma blusa e nós vamos na padaria. – Ela concorda e eu volto para o quarto, visto uma blusa cinza com um casaco por cima e me lembro do meu celular ao lado da cama.

O que aconteceu para ter tantas ligações e mensagens assim?  Desbloqueio o aparelho e vejo as chamadas perdidas, Jonathan, Chase, mamãe, Odessa e outros números desconhecidos. Abro as mensagens e no mesmo instante o meu coração dispara freneticamente, abro o infeliz aplicativo do twitter e vejo as milhares de menções com o meu user.

– Ele deve ter tido um bom motivo para ter tomado essa decisão.

– Aposto que foi aquela ex dele, garota sem sal.

– A Odessa mandando indiretas no instagram lol.

– Odessa e Drew se conhecem a anos, será que finalmente estão juntos?

– Mas porque ele iria sair do filme se ela também tá nele?

Eu me sinto zonzo, sento na beira da cama e olho as minhas fanbases procurando por mais detalhes mas tudo o que eu acho são tweets pedindo para que os fãs de acalmem e parem de tentar achar um culpado, eu estou suando tanto que o celular começa a deslizar das minhas mãos e minhas pernas não param de temer. Molly! É tudo o que eu penso mas quando me levanto da cama lá está ela parada entre a porta olhando para mim com aquele maldito olhar.

Posso ver o seu peito subindo e descendo, o seu rosto ficando avermelhado e os seus olhos lacrimejando.

– Quer me contar alguma coisa? – O meu coração se quebra ao ouvir sua voz falha, mesmo sabendo que aquilo lhe machucaria eu fiz, porque?

But If You Call Me | Drew Starkey | Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora