Três

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O amor é a mais perigosa droga que existe. Ele chega sutil, de mansinho e quando você vê já é tarde. Ele te vicia, te escraviza, te faz dependendo de um corpo, uma alma. Quando se tem a droga do amor está tudo bem. O problema está em quando ele não está mais ali. A abstinência nos transforma. De seres humanos, vamos a algo totalmente desconhecido, sem feição. Tudo o que precisamos é daquela droga de amor, daquela droga de pessoa mas ela não está mais ali. Até onde vamos pra consegui-lo de volta? O que somos capazes de fazer?

A paixão nos cega completamente, nos tira a noção, a moral, toda e qualquer empatia por seja lá quem entrar no caminho. É incrível como o ser humano pode ir de uma dádiva a um inferno. Mas esses somos nós. Um amontoado de sombras, que uma hora ou outra, cedo ou tarde aparecem. E no fim somos apenas isso.

—Me desculpa Juliette, eu não queria, não era pra ser assim mas... Mas eu me apaixonei por você. —A loira dizia tremendo com o revólver prata em uma das mãos.

—Sarah, por favor abaixa essa arma! —A morena pedia com as lágrimas escorrendo em seu rosto. Seu corpo tremia dos pés a cabeça. —Por favor meu amor, tá tudo bem! Vamos só... Conversar!—A morena disse tentando se aproximar.

—NÃO CHEGA PERTO DE MIM! É pro seu bem. —Disse encostando em sua cabeça.
—Você sabe que não tem que ser assim, eu te amo, você me ama, a gente vai dar um jeito, vamos passar por isso juntas. Eu não posso viver sem você Sarah, não posso conviver com a ideia de que te deixei ir.
—Tá tudo bem, você vai ser feliz, vai encontrar alguém que goste, vocês vão se casar, ter filhos lindos com seus olhos. —Dizia enquanto sorria triste com as lágrimas que inundavam seu rosto. —Só nunca duvide do quanto eu te amei. Não era pra ser assim, eu não planejei que tudo isso fosse acontecer. Eu não posso conviver com isso. Ou sou eu... —Virou a arma e apontou para Juliette. —Ou nós duas.

—Então me mata Sarah, vai, acaba com isso logo! —A morena disse se aproximando e encostando sua testa na gélida arma. Qualquer erro ali, qualquer minúsculo movimento seria capaz de acabar com tudo.

—Por favor Juliette.

—Vai Sarah, faz isso logo!

—Eu... Eu não consigo. —Disse apertando a arma e baixando a cabeça ainda com um choro alto.

Um tiro. Ele veio ensurdecedor, não por ser alto, mas pelo que oficializada ali.
Dizem que a pior dor é a da perda de alguém. Ela não se compara com nenhuma outra. Você poderia ter todo seu corpo amputado, sua pele tirada, ser queimado, mas nada supera a dor de perder o amor. Seu corpo fica fraco e de repente você não tem mais forças pra ficar de pé ou viver. Tudo fica escuro, e nada mais faz sentido.
—Não não não, acorda meu amor, por favor, não me deixa! —Dizia ela acariciando os cabelos da outra em seu colo no chão.

DOIS MESES ANTES

Depois que Sarah finalmente se acalmou, a loira entrou para a sala onde descreveria detalhadamente tudo o que viveu. Ter que reviver tudo daquela forma e ainda por cima ver Lucas fez do seu dia um completo inferno. Ela não tinha forças pra mais nada, então simplesmente foi para casa acompanhada de seguranças já que o lado de fora da delegacia era repleto de paparazzis e fãs que buscavam notícias da situação.


—Oi Robs. —Disse ao telefone.

—Sarah, até que enfim, como você está? Tentei falar com você mas vi que chegou agora em casa.

—Eu estou bem, só... Só preciso descansar.

—Quer que eu vá dormir com você?

—Não, tudo bem, eu estou em ótima companhia, fica tranquila. —Olhou para a pessoa ao lado sorrindo. —Só cancela meus compromissos de amanhã por favor, não tenho condições de sair ou trabalhar.

—Tudo bem, se cuida. Te amo.

—Eu também. —Terminou desligando a ligação.

A loira entrou para seu banheiro e tomou um longo e morno banho afim de relaxar um pouco.

—Tá melhor? —Disse a outra entrando no quarto.

—Estou sim Ma, obrigada por ficar aqui comigo hoje.

—Não é nada, você sabe né... Moramos no mesmo prédio, sempre que precisar eu estou aqui. —Disse acariciando o rosto de Sarah.

—Eu sei Marcela, e mais uma vez obrigada por tanto... Mas e aí, o que você quer fazer?

—Ham, não sei, você não está cansada? Se quiser dormir, não tem problema, eu fico do seu lado... Te faço cafuné até dormir do jeito que eu sei que você gosta.

—Para que assim eu me apaixono. —Disse escondendo o rosto na curva do pescoço da outra.

—Sarah nera hetero?

—Idiota. —Disse dando um leve tapa no braço de Marcela.

As duas haviam se conhecido devido a fama de ambas. Algum tempo depois descobriram morar no mesmo prédio e se tornaram amigas. A amizade cresceu muito depois que Marcela um dia socorreu Sarah dos abusos de Lucas. Elas eram como unha e carne, não se viam mais uma sem a outra.

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Capítulo curtinho só pra avisar que voltei!! Os capítulos agora serão um pouco mais curtos pra eu conseguir atualizar mais vezes já que tenho uma vida fora do wattpad e escrevo cinco AU'S.
Um cheiro!

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