O Lugar Perfeito

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NOTAS DA AUTORA

Oii, essa é uma história original, e ela foi totalmente baseada em um sonho que tive a alguns dias, eu adaptei alguns detalhes para dar sentido a história, mas a essência permanece a mesma. Espero que gostem <33
(Aceito críticas construtivas e dicas que possam me ajudar a melhorar minha escrita)
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-VEM AQUI SAMANTA -ela disse brava, e eu já sabia o que estava por vir.

Sai do meu quarto e fui até a sala, de onde minha mãe havia gritado.

-Pode falar, o que você decidiu?

-Sua vó e eu decidimos, que o melhor para você agora é tirar umas férias, vai te ajudar a tirar essas ideias loucas da cabeça. Nem diga nada, pois você não tem escolha, amanhã mesmo você estará lá. -Eu olhei nos seus castanhos, seu cabelo cacheado estava todo indefinido, sendo controlado por uma tiara, que ela estava brava eu nem preciso dizer, mas ela também estava decepcionada e chateada, o que eu me identificava, pois eu espera o apoio dela.

-Posso pelo menos saber para onde eu vou? Uma praia ou algum acampamento tosco? -eu digo com desânimo.

-Apenas que é um ótimo lugar para adolescentes, vocês irão ter tudo que gostam, quem sabe você não volta com um namoradinho de lá. Eu e sua vó iríamos adorar

Suspiro e reviro os olhos, e logo digo

-Até quando você vai ficar em negação e ser manipulada pela vó? Ela colocou essa ideia na sua cabeça, e nem tá aqui para dar a notícia junto com você. Eu não preciso de férias, eu só quero seu apoio!

-Eu não vou apoiar essa bobeira, aposto que depois dessas férias você terá esquecido essa ideia idiota, adolescentes são assim, estão na fase de experimentar tudo. -parecia que ela estava tendo convencer ela mesma dessa ideia.
-Gostar de garotas não é uma fase, e já disse isso, mas você prefere acreditar nos outros do que na sua própria filha.

-Cansei disso, você vai e ponto final.

Fui para o meu quarto novamente, deitei a cabeça em frente ao travesseiro, e comecei a pensar na discussão e todas as palavras que minha mãe tinha dito antes dela, lágrimas correram pelo meu rosto, e foram molhando o travesseiro, sem perceber acabei adormecendo.

Acordei em um lugar totalmente estranho, era um quarto com paredes brancas e uma delas tinha a cor azul, tinha uma beliche, eu estava na de cima, não havia nenhuma decoração e somente um guarda roupa, ele não estava vazio, minhas roupas estavam nele, e uma mala vazia estava jogada do lado dele.

Ao sair do quarto, há um corredor, e andando nele, olho ao meu redor e vejo alguns quadros de famílias felizes, no fim do corredor me deparo com uma cozinha-sala, não havia algo delimitando essa separação, na parte da frente, havia um sofá cinza de 5 lugares, uma televisão e um hack também estavam ali, já na parte de trás, tinha um balcão com um micro-ondas e um liquidificador em cima dele, atrás do balcão tinha um fogão e uma geladeira.

Uma menina com uns 4 anos a menos que eu estava sentada no chão brincando com um quebra cabeças, ela se assemelhava com a minha prima, branca e com os cabelos loiros escuros, totalmente o oposto do que eu pareço, já que eu puxei minha mãe, tenho cabelos cacheados e sou parda.

Como não via mais ninguém, tentei conversar com ela, pois queria entender como eu tinha chegado ali, apesar de ter quase certeza que eram as férias que minha mãe me falou um dia antes.

-Oi, qual o seu nome?

-Natália -era o mesmo nome da minha prima, mas eu tinha certeza que não era ela, pois mesmo ela tendo doze anos, ela nunca gostou de quebra cabeças, e seu rosto era um pouco diferente, então seria apenas coincidência?

-Que legal, o meu é Samanta, será que você sabe como viemos parar aqui? -tentei parecer o mais amigável possível, mesmo estando totalmente assustada

-Ninguém sabe, acordamos aqui, mas você vai gostar, eu prometo -depois do prometo ela sorriu, mas não era um sorriso amigável, era muito forçado, e isso só reforçava o medo que eu estava sentindo.

-Entendi... então, você pode me contar como funciona as coisas por aqui?

-Claro que sim!! Temos um mestre, quero dizer um adulto responsável, ele cuida da gente, ele é muito bonzinho, a não ser que... -ela faz uma pausa, me olha nos olhos e diz baixinho - que desobedecemos ele, mas sei que você não fará isso, não é?

Sem pensar muito, eu apenas assenti com a cabeça. E ela continuou a falar:

-Temos mais três adolescentes aqui, eles estão vendo o jogo de futebol com o Roger, o responsável por nós, podemos ir nos fundos e ver também, mas como é seu primeiro dia, pode ser difícil para você se acostumar aos métodos do Jeffrey. -Apesar de Roger me lembrar o nome de um CEO, não acho que seja o caso desse.

-Quero ver sim, afinal preciso me enturmar. -na realidade, eu só queria sair dali o mais rápido possível.

Fomos andando e descemos umas escadas feitas de cimento, o arquiteto parecia que tinha esquecido de terminar a parte de trás da casa, outro corredor depois das escadas, a vista era de várias casas, uma em cima da outra, eu não conseguia saber onde eu estava, então só continuei andando. O destino era uma sala toda de cimento, contrariando toda a estética tinha uma porta enorme de vidro, e a visão dela era só mais casas, a maioria com os tijolos a mostra.

Uma televisão de tubo estava transmitindo o jogo, a televisão era minúscula, aquelas que eram muito vendidas nos anos 80. Dois adolescentes estavam sentados em um sofá de dois lugares, o menino que sobrou estava sentado no apoio para os braços. Um homem gordo, não há outras palavras para descrevê-lo, a não ser o fato de que ele se parecia com seu professor de matemática, negro e usava o óculos iguais o dele, porém o nome era diferente, e esse era mais alto, seu professor teria no máximo um metro e sessenta de altura.

O Roger estava olhando atentamente, ele nem ligou para minha presença, eu andei na direção dele, para tentar entender o que está acontecendo, mas Natália segurou meu braço e me avisou que não seria uma boa ideia, e logo eu descobri o porquê. O menino que estava sentado no apoio de braço do sofá, sem querer colocou os dedos de seu pé nos botões da televisão, aumentando o volume do programa que passava.

Roger imediatamente mudou sua expressão, o que parecia que estava ali somente para ajudar no que nós precisássemos, ficou terrivelmente irritado, e partiu para cima do garoto. A expressão de medo era evidente no menino, sua pele branca já estava vermelha, e seu cabelo castanho que antes estava perfeito, agora estava totalmente bagunçado, ele já sabia o que aconteceria, pois colocou suas mãos na frente de seu rosto, e Roger já de seu lado, estava com um cinto em suas mãos, gritou ordenando que o menino se virasse, e o chicoteou com o cinto, diversas vezes, eu tentei impedi-lo, mas Natália me segurou novamente, todos que se encontram ali trataram como normalidade, e eu deduzi que era mesmo.

Depois que ele termina de bater no mesmo, ele meio que da um recado, ou reforça ele.

-Quem sair do trilhos e pagará as consequências, o Breno serviu de exemplo sobre o que não fazer, que fique claro isso. -e logo ele voltou ao seu posto de observador, essa férias serão mais longas do que imaginei.

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⏰ Last updated: Aug 14, 2022 ⏰

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