Prólogo

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Na atualidade muitas pessoas tem a visão de que vampiros são seres irracionais, sugadores de sangue, ou até mesmo que brilham ao sol, dizem que vampiros dormem em caixões ou até mesmo que eles nem dormem, uau! Que vida mais sem graça, imagina só como deve ser passar a eternidade sem dormir? Bom já escutei que vampiros são seres imortais, isso é verdade, alguns são, mas a grande maioria não, já li em diversos sites que vampiros permanecem na juventude para todo o sempre, já assisti filmes onde mostrava que humanos se apaixonavam por vampiros, e o mais engraçado foi ler em uma revista de fatos desconhecidos que vampiros não existem. Isso com certeza é uma das maiores mentiras que já foi dita sobre vampiros, sim, nós existimos, eu sou uma delas me chamo Laurie, mas a maioria me chama apenas de Lau, respondendo algumas perguntas que acredito que todos devem estar curiosos, sim eu durmo como um humano normal, mas não em caixão, credo! Eu durmo em uma cama, se eu sou imortal? Bem ainda não sei, só alguém me matar pra eu descobrir, atualmente eu tenho 16 anos, não sou sugadora de sangue, nunca mordi um pescoço por mais que as vezes eu sinta muita vontade e um desejo enorme, meus pais são médicos então acabam trazendo bolsas de sangue pra eu e meu irmão bebermos.

- O que achou? – Perguntei ansiosa para Theo que lia atentamente cada palavra que eu escrevi no caderno de capa preta.

- Acha mesmo que o papai e a mamãe vão deixar você levar isso pra apresentação pessoal do colégio? – Falou ele resgando meu papel, amassando e arremessado na lixeira como se fosse um jogador de basquete.

Theo se levantou da cadeira que estava próximo a minha escrivaninha e me olhou fixamente com seus olhos azulados.

- Escreva outro. – Falou ele saindo pela porta do meu quarto me deixando sozinha a pensar.

Theo é meu irmão mais velho por um ano, ele é aquele tipo de irmão defensor, sempre me protegeu desde o primário, e desde sempre fez sucesso com todas as garotas de todos os colégios que passamos, Theo é aquele tipo de garoto que desde cedo tem uma musculatura impecável, aquele garoto onde a puberdade começou cedo de mais, seus músculos e tanquinho ficam perfeitos em qualquer uniforme, e tem seus olhos azulados que chamam ainda mais atenção, imagina o oceano, então os olhos dele é igual, seus cabelos são negros como o carvão, as vezes ele penteia o cabelo e outras vezes não, e sua pele é esbranquiçada, talvez nessa nova cidade Theo pegue uma corzinha, e antes que me perguntem sim, ele é um vampiro também assim como eu e meus pais.

Me levantei da cama, e caminhei até o espelho fixado na parede, dei uma última olhada antes de descer as escadas e encarar meus pais me esperando para tomar nosso café da manhã diário, que nada mais é do que carne bovina crua com muito sangue, isso nós mantem pelo resto do dia. Passei meus dedos levemente sobre meu longo cabelo negro ondulado, sorri ao ver que eu não me pareço nada com Theo e nem com meus pais, eles são brancos de olhos claros, eu sou parda de olhos castanhos mel claro levemente puxados, porém grandes, eu não sou igual ao meu irmão que levanta as seis horas da manhã para correr e fazer exercícios todos os dias, mas mesmo assim meu corpo não está muito desagradável ao meus olhos, não tenho uma barriga definida e nem seios grandes. -Dei uma leve rotacionada afim de ver meu bumbum no espelho -. Porém uau! Que bumbum lindo Laurie Maios, sorri para mim mesma enquanto admirava minhas curvas no meu novo uniforme do colégio, calça azul com camiseta polo branca e o logo do colégio bordado no lado superior direito da camiseta.

Calcei meu par de tênis branco e peguei minha mochila em cima da cama.

- Lau...! – Gritou Cora minha mãe, da cozinha. – Vamos nos atrasar filha!

Diferente da antiga casa essa é maior, meus pais sempre gostaram de exibir riqueza, compraram a melhor casa da cidade, não faz três dias que estamos aqui e já vieram vizinhos ver como é mansão por dentro, confesso que ela é bem equipada e moderna, porém como a maioria das mansões existem as terríveis e longas escadas que levam até a parte térrea da casa.

Meus pais não querem que usemos nossas habilidades dentro de casa e nem fora, porém como não tinha ninguém olhando desci as escadas até a cozinha em questão de um ou dois segundo, velocidade é uma das habilidades dos vampiros.

- Falei para não fazer isso dentro de casa Lau. – Falou meu pai Cristian me encarando friamente com seus olhos azuis. Ele estava sentado na grande mesa de mármore lendo um jornal, usava terno preto e um grande relógio prata, que destacava em sua pele clara, seu cabelo grisalho estava alinhado todo para o lado, confesso meu pai é bonitão, tem aparência jovem, porém sua expressão está sempre séria, isso da medo. Assim como minha mãe alta, magra de longos cabelos negros assim como o meu, seus olhos azuis claros estavam a me encarar atentamente enquanto eu saboreava a carne.

- Fizeram a apresentação? – Perguntou Cora.

- Sim, já a Lau quase iria revelar que a nova família Maios a se mudar para Brieliville são vampiros. – Falou Theo em um tom irônico, surgindo atrás de mim segurando um copo cheio de sangue.

- Laurie Maios. – Falou Cora em um tom grosseiro. – Sabe que ninguém pode saber o que somos, se vocês dois querem ficar nessa cidade, façam por onde. – Continuou ela olhando para mim e para Theo. – Não quero passar por outra mudança de cidade, entenderam?

- Perfeitamente madame. – Falou Theo dando um único gole em seu copo.

- Acho melhor irem, não querem se atrasar para o primeiro dia aula não é? – Disse meu pai olhando para seu relógio de pulso.

Me levantei e me dirigi até a garagem no subsolo juntamente com Theo, vamos estudar no mesmo colégio porém como Theo é um ano mais velho que eu ele é de uma turma mais avançada, mas isso não o impedi de me dar uma carona, já que eu ainda não posso dirigir, mas já ter um carro novinho me esperando ter idade suficiente para usá-lo.

Entrei no carro de Theo que é um Nissan Versa dos novos, ele dirigi-o até o colégio, não ficava muito longe, porém fomos o caminho inteiro escutando nossa playlist preferida.

Meu irmão finalmente estacionou o carro ao chegar no colégio Helton, o mais burguês colégio do estado, olhamos em volta antes de sair do carro, e com isso me veio um frio na barriga, juntamente com a ansiedade. Ao longo dos anos eu e Theo passamos por vários colégios, sempre que alguém estava a descobrir nossa identidade ou sondar muito a minha família, meus pais se mudavam, como aconteceu antes de chegar em Brieliville.
Mamãe já está saturada de tantas mudanças, ela acredita que aqui será diferente, e eu também acredito, não podemos ser quem realmente somos, mas precisamos ser perfeitos em fingir ser humanos.
Isso me deixa triste.

Senti a mão fria de Theo entrelaçar em meus dedos.

- Vai da tudo certo maninha. – Falou ele em um suspiro longo.

Laurie Onde histórias criam vida. Descubra agora