Quebrados

chapeuzinho vermelho

A vermelhidão do sangue quente do homem podia verse a distância apesar da escuridão da noite, os olhos da baixa se estalaram de uma forma impressionante. O gentil senhor se levanta de golpe, mas acaba por tropeçar, hipnotizado pela cena selvagem.

A besta arranca um grande pedaço do pescoço enquanto a pobre pressa se contorce e treme no chão, a mandíbula do animal deixou um buraco tão grande, que parecia que estava a ponto de ser desepado. Eles não sabiam como reagir, a atmosfera era esmagadora e hostil.

Aquele gentil senhor, correu o mais rápido que pôde, sem olhar pra trás por um segundo sequer, antes de também ser caçado pela fera.

Sua única escapatória era olhar pra cima, já que á frente, se encontrava o corpo de um homem adulto, e abaixo, a poça de sangue deixada por ele. Por mais incrível que pareça, ela estava se acalmando, não é como se não tivesse motivos pra ter medo, era mais pelo impacto que tudo isso causou.

Seus batimentos eram dolorosos e sua respiração pesada, mesmo depois de se afastar do beco sangrento. Para onde ir? Nem seus pés sabiam.

A roupa hospitalar que usava já chamava muita atenção, porém ela só notou isso depois que se manchou e cheirava a sangue fresco. As pessoas pensavam que se tratava de uma pegadinha e não deram importância, só que em sua visão, todos a chamavam de assassina.

Sem ter pra onde ir, ou com quem para conversar, só segue reto. Ela nota uma janela aberta na biblioteca local, nem imaginava o que era tudo aquilo nas imensas prateleiras impoeiradas, mas não é como se tivesse muitas opções.

Acomodou-se em um canto pequeno, planejava dormir e seguir viagem quando o sol voltasse a surgir... Porém ao fechar os olhos, só pensava na cena brutal de apenas uma hora atrás.

Se lembrava claramente da vermelhidão, do rosto aterrorizado, do forte cheiro que se espalhou no ar e da grande e selvagem fera branca e peluda que insiste em atormentar sua mente com medo e desespero.