Capítulo 8 - Redenção

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ALMA GUERREIRA
Livro 2: Tristeza

" Em todo esse tempo em que eu busquei liberdade demorei para perceber que a pior prisão que já estive em minha vida foi a que prendia o meu psicológico... "

[What a Wonderful World - Louis Armstrong]

Robert abriu seus olhos e observou ao redor tentando identificar o lugar onde estava, parecia que dormiu por um bom tempo e por isso sentiu seu corpo pesado.

— Eu não acredito, como é que eu consegui sobreviver depois de ter lutado contra aquele maldito?! — comentou o rapaz enquanto se levantou com facilidade e notou que estava em um quarto como se fosse de uma pousada.

Duas batidas na porta soaram, Robert notou que não estava vestido e logo em seguida retornou para debaixo das cobertas com bastante vergonha.

— P-pode entrar... — Diz o ruivo de maneira tímida tentando se cobrir da melhor maneira para não exibir nada para ninguém.

A porta se abriu e então uma empregada adentrou o quarto do ruivo carregando uma bandeija com torradas, leite e algumas frutas.

— Bom dia, senhor Robert... — Diz a empregada de maneira sorridente, sem perceber que o mesmo estava quase pra derreter de tanta vergonha.

— Q-Quem? C-Como?! Q-Quando?! — Por mais que o rapaz tivesse muitas perguntas a fazer, talvez elas não pudessem ser respondidas naquele momento, pois além de estar bastante cansado ele não havia comido por dias desde que foi morto.

— Vejamos se eu consigo falar sua língua... Meu nome é Evangeline, te trouxe até aqui para se recuperar a mando do meu mestre e isso aconteceu há varios diss, vossa mercê simplesmente caiu de uma altura bem grande e não morreu de acordo com ele! — Relatou a garota de cabelos azulados, suas roupas eram cheias de buracos e ela nem possuía uma saia, utilizava apenas uma camisa velha.

— E quem é o seu mestre...? — Perguntou Robert enquanto levantou uma sombrancelha e tentou analisar o local com mais clareza.

— Meu mestre é o , o mais poderoso, o mais gostoso... o irresistível, o inigualável, o inoxidável... — Evangeline colocou a bandeija sobre uma mesinha que ficava do lado da cama de Robert e então começou a falar a respeito de seu mestre com ânimo e excitação.

— FALA LOGO, CACETE! — Esbravejou o ruivo enquanto jogou o travesseiro na cara da empregada.

— Ele é o poderoso Reeves... — Ela retirou o travesseiro da cara e exibiu um sorriso visivelmente alegre.

— O QUE?! Aquele velho sem vergonha?! — Robert não conseguia acreditar que novamente estava prestes a se encontrar com o mesmo velho que lhe atormentava todas as vezes que tentou se livrar da enrascada em que se meteu.

— Sim, ele é um sem vergonha sim... — Evangeline ficou levemente corada e então mordeu os lábios se lembrando de certas coisas que haviam ocorrido entre ela e Reeves. — Ele me achou, me acolheu e me botou para trabalhar nesta taverna... Eu não recebo salário em dinheiro, ele me paga com...

— CHEGA, CHEGA, CHEGA! EU NÃO QUERO SABER! — Robert interrompeu Evangeline enquanto se levantou de maneira irritada, deixando o cobertor cair e então deixou seu corpo a mostra.

— Oh... meu... deus... — A empregada ficou boquiaberta e então corou ainda mais com o que estava vendo a sua frente, seu coração pulsou mais rápido e ela deu algumas risadinhas antes de desmaiar.

— Fodeu... — Robert tentou procurar alguma coisa que pudesse usar, vasculhou um armário velho e lá possuia uma roupa qualquer de camponês.

— Rapazinho, eu acho que está na hora de... — Reeves chegou e abriu a porta de maneira bruta, um sorriso confiante estava desenhado sob seus lábios, estava feliz em poder ter o ruivo como seu novo hóspede, porém acabou tendo uma surpeesa bem chocante.

Alma Guerreira - Livro 2: TristezaOnde histórias criam vida. Descubra agora