𓂅 your lips, my lips, apocalypse;

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Listening: The Way You Look Tonight

"O dia é simples, pacato, estável, e desmerecedor da verdade nas pessoas. A noite é complexa, inesperada. Amante do amor, da irrealidade e do desejo. Por essa razão, apenas os seres do luar tem o privilégio de encontrar o meu verdadeiro reflexo, ou até em seus próprios olhos"

15:00h

Os ponteiros do relógio marcaram três da tarde em ponto, fazendo com que Jimin levasse um pequeno susto com o som dos ponteiros avisando que mais uma hora havia passado. Ele sentiu alívio, mas ao mesmo tempo soltou um suspiro, porque mesmo que mais uma hora tivesse passado, ainda faltava muito para a sua hora chegar. E ele ainda não havia escrito quase nada. Precisava entregar dez páginas completas de poesias ㅡ e suas explicações ㅡ para o seu projeto com escritores, e não conseguia sair da primeira frase.

"Que outro nome você daria a poesia?" 

E Jimin não sabia, ele apenas escrevia o que seu íntimo mandava. Para ele, a poesia era comandada pelas sincronia dos seus batimentos cardíacos. Quando seu coração estava calmo, as palavras eram suaves, o significado era terno e colorido ㅡ porque cores o acalmavam ㅡ Mas quando seus batimentos aceleravam ao ponto de doer, consequentemente a sua respiração caminhava pelo mesmo caminho, a falta de ar, os pensamentos acelerados, e então as palavras saiam como sangue derramado. Nas folhas de papel intactas, e o branco neve tornava-se uma cena de desabafo, de palavras fortes, escritas por um coração quebrado e uma boca amarga. Nem tudo na vida de Jimin era doce como ele desejava, e tinha que suportar isso, suportava tudo quando escrevia, porque colocar para fora o deixava aliviado, mesmo que as pessoas não compreendessem, as páginas compreendiam, sempre. Pelo menos era o que ele sentia. 

Jimin sempre pensava em como queria que o leitor se sentisse enquanto apreciava algo escrito por ele. Em alguns dias ele queria que se sentissem calmos, serenos, compreendidos, amorosos. Em outros as palavras saiam intensas ㅡ mesmo que não fosse a intenção ㅡ então ele desejava que ficassem frenéticos, barulhentos, e absolutos. Exatamente como ele mesmo ficava. 

Como Jimin não estava conseguindo passar da primeira frase, e as dez páginas deveriam ser entregues apenas daqui dois dias, ele resolveu deixar sua velha companheira, conhecida como caneta preferida, e sair para o supermercado, compraria os ingredientes dos doces que faria essa noite, para seu namorado Jungkook. 

Jungkook, o que falar sobre ele? 

Era o que Jimin pensava quando perguntavam sobre seu namorado. Certamente haviam muitas coisas para serem ditas, e exatamente por isso Jimin ficava perdido, eram tantas coisas, tantos sentimentos, tantos enigmas entrelaçados a eles, que Jimin sentia-se incapaz de colocá-los em palavras. O poeta sentia que não poderia fazer poesias com seus sentimentos, pois eram inexplicáveis, eram intensos demais para existirem em outro lugar, eles eram propriedade do seu coração, e do de Jungkook. 

Jeon Jungkook era instável.

Isso já o poderia descrever bastante, certo? Sim, porque a instabilidade deixava seus sentimentos e ações inesperadas. Às vezes Jimin olhava para Jungkook e deduzia algo, mas quando ele falava com aquela sua boca chamativa, descobria que estava totalmente errado. E o Park adorava aquilo, o inesperado, a quebra de expectativa das coisas que todos já sabiam que poderiam acontecer, Jimin não era fã de clichês, porque ele não gostava de saber das coisas antes delas acontecerem, era fã da surpresa, do sentimento de controversa, dos seus nervos pararem, porque não sabiam como reagir a tal novidade.

Me ame às três da manhã °jjk + pjm° Onde histórias criam vida. Descubra agora