Para entender o presente basta olhar o passado.

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Notas da autora

Oi gente!

É um capítulo de Flashback.
Eu preciso que a gente entenda um pouquinho o Bakugou para entrar num ponto de vista mais dele.

Espero que gostem!

No mais, comecei a publicar essa fic no AO3, ainda não está em dia, mas em breve estará.

Um super beijo a todos que ainda não desistiram de mim.

*


Tudo parecia tranquilo. Kirishima olhou para ambos os lados, verificando se alguém o observava. Aproveitou-se da sombra fresca de uma das enormes árvores do pátio que dava vista para a quadra esportiva da escola. Recostou-se ali, pegando apressadamente o caderno de matemática e seu lápis de desenho. E esperou, ansioso.

Bakugou sairia dos vestiários a qualquer momento, sem camisa, com a borda da bermuda enrolada no quadril, como de costume, dando margem para um vislumbre da entrada que direcionava para a virilha. A toalha estaria sobre seu ombro e ele carregaria uma garrafa d'água, com a qual Kirishima daria tudo apenas para trocar de lugar por 10 segundos.

Ele já tinha iniciado aquele esboço, mas sentiu que faltava alguma coisa e precisava ver seu modelo. Talvez fosse o sorriso perfeito e sempre carregado de ironia. Ou o arqueamento das sobrancelhas que não estivesse conferindo a Bakugou a expressão desafiadora que ele fazia durante uma competição. Ou talvez fosse a bunda cheia e durinha que não estivesse exatamente fiel. Bem, ele não saberia enquanto não checasse.

Observou o céu enquanto esperava, fechando o caderno em seu colo. Ele sabia que o que estava fazendo era vergonhoso, mas era o mais perto que chegaria do outro. Bakugou era muito másculo e, com todo mundo sempre querendo a atenção dele, jamais notaria o invisível Eijirou Kirishima. 

Mas Bakugou o notou. Kirishima estava sempre perto demais para não ser notado, focado em desenhar sabe-se lá o que naquele caderno. Sorrindo irritantemente, passeando com os lábios sobre a parte de metal do lápis. Concentrado. E ele agora estava curioso demais para voltar atrás.

Ele sabia que Kirishima sempre sentava na mesma árvore nos horários de treino. E, apesar de Katsuki levar muito a sério seus horários, conseguiu adiar o treino e se deu uma oportunidade de tentar chegar perto do maldito do Eijirou Kirishima e descobrir o que havia de tão mágico naquele caderno. 

Aproximou-se com passos curtos, tentando não fazer barulho. Queria ver sua presa em ação. Aproximou-se do tronco, tentando olhar o que o outro desenhava. Mas a cena foi um pouco mais surpreendente: 

Kirishima agarrava-se ao caderno, de olhos fechados. A boca estava aberta e a baba escorria pelo canto. Os dentes pontiagudos e perfeitos estavam bem à mostra, a expressão relaxada. Sentiu vontade de passar a mão por uma das mechas de seu cabelo preto, mas não o fez. Ele era bonito. Até o corte que ele tinha na sobrancelha era bonito. 

Afastou-se, clareando a mente. Precisava ser muito idiota para dormir de maneira tão desleixada ali.

O esforço que fez para pegar o desenhista no flagra havia sido em vão. Pensou em afanar o caderno, mas seria demais. Estava curioso, mas não era nenhum ladrão. Cogitou desistir e ir malhar, mas não podia deixá-lo ali sozinho, e acordá-lo não era exatamente uma opção. Revirou os olhos, querendo morrer, sentou-se apoiado na mesma árvore e colocou o fone de ouvido. Começaria pelo menos a lição de casa e tentaria reorganizar seu horário mais tarde. 

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