Parte 3

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Vista do vale olhando-se de cima. A parte branca representa o vale. Os traços marrons representam as diversas rampas. Por se tratar de uma descida, elas podem até ser retilíneas e íngremes. Diversas rampas conferem ganho de tempo.

Mas vamos abordar a construção da mais complexa e maior de todas as pirâmides, que é a Pirâmide de Quéops, seu filho, construída por seu neto e arquiteto Hemiunu, usando as técnicas inventadas por seu avô. Apesar de todos os méritos dessa técnica pertencerem a Seneferu, é muito mais interessante falar da mais enigmática e difícil das construções do mundo.

Pirâmide de Quéops, a maior do mundo.

Seus arquitetos cuidaram de dividir os operários em diversos grupos: oito equipes principais lideradas por um chefe empurrariam os blocos "ladeira abaixo" pelas oito rampas.

Nesta figura você nota como é mais prático descer diretamente pelas rampas pesadíssimos blocos de mais de duas toneladas. Alguns chegavam a pesar 60 toneladas. Este é o método que tornou possível a execução desta magnífica obra.

As rampas podiam ser retilíneas ou em formato de espiral. Também podiam ser de zigue-zague, e neste caso cada uma das oito rampas, ou mais, se encontravam, entrelaçando-se de modo a facilitar as manobras nas curvas. Se as rampas forem retilíneas, e não em zigue-zague, elas teriam que ser ou mais extensas ou mais curtas. Caso fossem mais curtas, deveriam ter uma inclinação mais íngreme, coisa que faria os blocos descerem mais rapidamente e com menos esforço, mas com cuidado para evitar acidentes indesejáveis.

Na gravura mais acima que mostra um papiro, nota-se que haviam homens encarregados de molhar a areia à frente das estátuas ou blocos. Muitos físicos e arqueólogos sabem que este ato pode provocar dois efeitos distintos: facilitar ou dificultar o movimento dos blocos conforme a quantidade de água despejada. Se as rampas fossem de subida, a quantidade de água necessária para diminuir o atrito da areia com os blocos teria que ser extremamente precisa, porém, fisicamente possível em tese. Mas no nosso caso, em que qualquer outra quantidade de água freia e aumenta o atrito do bloco com a areia na descida é útil, pois em uma rampa retilínea ou em zigue-zague que seja íngreme, é prudente molhar a areia à frente dos blocos para se evitar que eles desçam abruptamente, coisa que causaria acidentes. Neste caso, não é necessária uma quantidade precisa de água... qualquer quantidade, abundante ou não, serve.

Depois de construir as câmaras subterrâneas, os blocos do primeiro andar, ou seja, da base da pirâmide foram empurrados para o fundo do vale de Guizé(não confundir com o Vale dos Reis).

Lá embaixo havia outra equipe encarregada de receber esses blocos e posicioná-los, tendo apenas o trabalho de movê-los no plano horizontal. Cada bloco era devidamente numerado e identificado. Assim, os chefes de equipe recebiam as ordens dos engenheiros para orientar a colocação de cada bloco em seu devido lugar. Isso  era importante para os blocos dos andares superiores, pois para se formarem dutos de passagem de ar e pequenos corredores, se fazia necessário cortar cada bloco lá na pedreira de um formato diferente. Alguns tinham sulcos de maneira tal que encaixados uns ao lados dos outros, formavam dutos de passagem de correntes de ar. Outros já eram furados na pedreira, e na hora que chegavam à pirâmide, eram colocados enfileirados para formarem tais dutos.

Descoberto o Método da Construção das Pirâmides, e Desvendando seus MistériosOnde histórias criam vida. Descubra agora