❝ Em um mundo onde as pessoas herdam poderes dos Deuses, Jisung, um jovem bruxo em treinamento, comete um erro desastroso ao transformar acidentalmente seu irmão mais novo em um bebê durante uma experiência mágica mal sucedida. Desesperado para reve...
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Descobri que minha mãe era uma bruxa quando fiz doze anos. Não que fosse algo extremamente surpreendente, afinal, quase 80% da população é, ou tem algum parente bruxo. Durante décadas, a humanidade herda os poderes dos deuses, levando adiante todos os pensamentos e objetivos daqueles seres poderosos que um dia existiram. Bruxos são nada mais, nada menos que descendentes de Hécate, deusa da magia. Qualquer ser humano em perfeito estado tem a capacidade de usar bruxaria, no entanto, descendentes de Hécate possuem uma certa facilidade para aprender a conduzir os feitiços.
O único jeito de descobrir seu antecessor, é visitar uma ninfa assim que completar 10 anos de idade. Ninfas são espíritos naturais com uma aparência feminina, geralmente ligadas a um local ou um objeto natural. Apenas elas conseguem identificar seu antecessor com exatidão. Muitas vezes, a linhagem espiritual pode ser interferida de acordo com seus genitores. Eu, por exemplo, nasci descendente de Eros, deus do amor. Assim como meu falecido pai. Já a minha mãe, é descendente de Hécate, e segue o caminho da magia desde que se entendia por gente.
Como eu descobri isso? Bom, é uma história engraçada de se contar durante uma festa em família, ou em um momento onde seus amigos conversam sobre coisas nostálgicas. Pelo menos os meus melhores amigos se acabam de rir sempre que lembram disso. Era final de ano, a casa estava cheia de enfeites natalinos e minha versão de doze anos corria por ela toda com uma capa vermelha nas costas, acreditava fielmente que era um super-herói como o Thor dos Vingadores. Afinal, era apenas uma criança imaginando coisas irreais para deixar a vida um pouco mais interessante.
Confesso que sinto falta de fazer isso.
Durante minha corrida atrás do vilão inexistente, o qual atormentava a cidade imaginária que minha mente projetava na sala de estar, tive a minha atenção totalmente voltada para uma luz estranha que brilhava no final do corredor. E, mesmo que meu medo de levar um sermão fosse absurdamente alto, não posso negar que minha curiosidade, às vezes ─ quase sempre ─, tende a exceder qualquer limite que possuo.
Não demorou para que eu me aproximasse com os olhos esbugalhados, ansiando descobrir o motivo daquele brilho arroxeado que atravessava as frestas da porta de madeira. Hoje em dia, me arrependo amargamente de ter aberto aquela maltida porta. Apenas me recordo de sentir um formigamento estranho percorrendo minha cabeça e de ter ouvido um grito enraivecido de minha mãe, a qual estava no centro daquele quarto meio escuro.
Acontece que, em sua mão havia uma varinha ─ que no momento pensei ser apenas um galho de árvore ─ e com o susto da porta sendo aberta repentinamente, ela acidentalmente lançou um feitiço em mim. Para minha infelicidade, Han Soojin estava usando magia para escolher um penteado de cabelo e, devido a distração, acabou lançando um feitiço errôneo. Só Eros sabe o desespero que senti ao me olhar no espelho e perceber que não havia um fio sequer em minha cabeça.
