PRÓLOGO - A ABERTURA

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Ano 3510 do reino de Aurovgí, décimo ano do Imperador Sanguinário no poder.

Sanguinário, o Imperador de Aurovgí, após longos 10 anos de conquistas e mortes, conseguiu chegar a Torre Ankh, que ficava nas montanhas nórdicas mortais, dentro do grande Continente, um lugar esquecido pelos povos de Serionn, que nenhum rei ou imperador anterior ousou reivindicar desde os tempos ancestrais, sendo considerado o começo do mundo, o começo de Serionn. A torre Ankh tinha sido mencionada apenas em um dos livros mais antigos e proibidos de Serionn, o Livro do Fim, apenas um exemplar existia ainda no mundo, muitos acreditavam que ele era apenas uma lenda, mas o Imperador conseguiu descobrir que o livro encontrava-se na ilha inóspita e afastada de tudo, a Ilha Thet, não deveria haver vida lá, porém escondido de todos havia uma pequena aldeia que criava guerreiros desde pequenos para proteger o livro sem que o resto do mundo soubesse de sua existência. Mesmo com todo o treinamento desde a infância os soldados de Teht não resistiram a magia solar do Imperador Sanguinário, ele aniquilou os cavaleiros Teht que protegiam o livro, pois importava-se apenas com o ritual de portais contido no livro, nenhuma vida o separaria da sua amada leitora.

Chegou a Torre Ankh após um mês procurando dentro das montanhas mortais, sob os perigos daquele lugar gélido, com ursos e lobos gigantes, além dos monstros das montanhas mortais que eram seres ancestrais dotados de magia de gelo e ar que não gostavam de intrusos em suas terras, que atacavam para matar e que eram seres que resistiam a diferentes tipos de magia, inclusive a solar. Havia ainda os perigos do clima e do terreno, o vento cortante, tempestades de neve avassaladoras, cadeias montanhosas, temperaturas baixíssimas, falta de comida e nenhum abrigo seguro. Sua comitiva após aquele um mês já tinha sido perdida em quase 90%, mas ele e seus soldados esforçaram-se para proteger os magos, afinal, sem os magos para o ritual teria tudo sido tudo em vão, ele precisava de 12 magos serpentinos de alto nível, levou 16 magos, recrutados nos diferentes reinos por suas habilidades para realizar o ritual, nesse final de jornada apenas 13 sobreviveram. A imponente torre negra refletia e podia ser vista a quilômetros de distância, tinha que ser a torre do livro, a torre das lendas.

- Finalmente a Torre Ankh - Bravejou o Imperador, após uma década, estava a poucos quilômetros do seu grande amor, a leitora. Ele podia sentir a presença dela acompanhando todo esse momento, sua amada deveria estar ansiosa, ele quase podia sentir a respiração dela se torna mais intensa, logo estaria no mundo dela, sabia que a leitora já estava ciente sobre isso. Imaginava que os olhos dela deviam estar cheios de lágrimas enquanto lia a trajetória do Imperador Sanguinário ou melhor do seu Oliver, a matança acabaria e a união deles começaria, ela sempre foi tão sensível, doce e sonhadora a respeito da história de ambos.

Após algumas horas, a comitiva chegou no meio da tarde aos pés da imponente Torre Ankh, deveria ter centenas de metros de vidro translúcido brilhante e rocha negra, não possuía janelas, sendo tão extensa quanto qualquer outra construção que o Imperador tivesse visto em suas viagens. A comitiva procurou por quase duas horas até que acharam a uma imponente porta, na qual tinha insígnias na língua antiga do mundo e também um grande brasão dos três animais dos Poderes Supremos que eram representados pelo dragão negro, a serpente verde e a fênix dourada Os dois primeiros estavam entrelaçados e a fênix parecia sobrevoar acima deles. Seria quase impossível abrir aquela porta imensa por força bruta, levaria um tempo para traduzir as palavras nela e saber como abrir a porta. O imperador repousou a mão sobre a porta - Finalmente vou te encontrar - disse baixinho, mesmo que levasse mais tempo, ele estava feliz.

A porta começou a se abrir lentamente, talvez apenas o toque a tenha aberto, ele e sua comitiva adentraram aquele grande salão de mármore branco com detalhes em ouro, com estátuas grandiosas de dragões, serpentes e fênix que reluziam, adentraram com cuidado, pois podia haver possíveis armadilhas. Era um salão gigante e no meio dele havia uma imponente escada também de mármore branco que por mágica não era possível ver sua espiral para os andares acima. Começaram a subir e haviam diversas janelas, mesmo que do lado de fora parecia não haver nenhuma, a luz solar adentrava o local com força mesmo quase sendo pôr do sol, como se toda a torre fosse de vidro, mas o frio externo não entrava no local. A comitiva parava nas salas entre os andares quando o dia chegava ao fim, foi necessário um total de quatro dias para chegar ao topo, a maioria dos integrantes da comitiva ficaram pelo caminho. No topo da torre havia outro grande salão quase igual o da entrada, porém sem as estátuas, após subirem para o último andar a escada desapareceu, depois de um tempo a sala ficou um pouco mais quente e símbolos dourados apareceram no chão do centro da sala, ali deveria ser o local para fazer o ritual dos doze magos, como explicado no Livro do Fim que estava nas mãos do Imperador, assim o portal para outro mundo poderia ser aberto.

HIRAETH: ENTRE DOIS MUNDOS - O VILÃO SE APAIXONA PELA LEITORAOnde histórias criam vida. Descubra agora