Capítulo 10- Severo

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Morrestes achando que
amava.
Matastes pensando que era
amor.
Dominado pelo egoísmo da
paixão,
nos fez ver que não te
conhecíamos como
deveríamos
e, por tua atitude,
demonstrou que não
conhecias o amor.

William Shakespeare

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Sukuna assistia toda aquela situação em seu domínio inato, vendo claramente seu desespero em está no meio de tantos feiticeiros, esses que a própria maldição disse para se afastar. Por mais que ele entendesse toda essa confusão, Ryomen estava muito revolto com isso. Ele mesmo não saberia explicar a razão disto ocorrer, apenas sentia uma ligeira vontade de matar cada um que falasse com você.

Seu plano de a usar poderia ser descoberto no mais singelo deslise. Satoru era um homem esperto o suficiente para notar detalhes camuflados em sorrisos e gentilezas. Mas não era isso que aborrecia Sukuna, o rei das maldições estava notando um certo interesse de Itadori em você, algo que estava o deixando irado a ponto dele precisar respirar fundo para recuperar sua calma.

Por outro lado, você quase não falava, tinha receio de soltar alguma confissão e ser pega pelos xamãs. Tinha certeza absoluta que Sukuna estava a observando, isso a deixava mais nervosa ainda. Mas ele saberia que não foi sua culpa por acabar lanchando com eles, você tentou se esquivar de todas as maneiras possíveis que pensou, porém não teve jeito.

Agora, sentada junto com os amigos de Yuji e com o Gojo, você apenas deveria sair dali. Tentava disfarçar o desconforto e a vergonha de estar dividindo a mesa com tantas pessoas desconhecidas. Se massacrava mentalmente por ter parado nessa situação agoniante. Entretanto sabia que poderia sair desse pequeno inferno pessoal.

- Desculpe por isso, mas tenho que ir - falou, levantando-se e fazendo uma pequena reverência. - Muito obrigada pelo convite.

- Não precisa agradecer, foi ótimo te conhecer S/n-chan - Gojo diz sorrindo.

- Quer que eu a acompanhe? - Itadori pergunta prontamente, se preparando para levantar e a acompanhar.

- Não é preciso Itadori-kun, não quero incomodá-lo com isso. Você já me ajudou bastante hoje, obrigada - sorriu verdadeira para o garoto, que ficou levemente envergonhado como resposta. - Até mais pessoal - se despediu do restante.

- Até - Fushiguro e Nobara responderam de volta.

Após você deixar a mesa a atenção de todos foram voltadas para o garoto de cabelo rosa. Todos perceberam o interesse dele em você, então sem demora começaram um falatório sobre tal acontecimento.

- Você está saindo com ela? Já a convidou para um encontro? - Nobara metralha o jovem rapaz com essas perguntas.

- Tem como você parar com isso? Ainda não... - Yuji responde envergonhado, passando a mão na nuca.

- "Ainda não"? Então você realmente quer sair com ela - a única garota faz uma expressão de contentamento.

- Não o julgo. S/n-chan é uma linda e gentil garota - o sensei diz, ganhando um olhar de repudia e julgamento de seus alunos. - Que foi?

- Velho pedófilo - os três dizem baixo, ganhando um grito do mais velho.

Mesmo que não tivesse segundas intenções nas palavras de Saturu, o homem realmente achava isso de você. Por mais que em uma situação normal ele não falasse abertamente tais pensamentos, ele o fez dessa vez. Isso era uma provocação direta para Sukuna, que mesmo inconsciente respondeu a elas. A maldição elevou sua energia amaldiçoada ao escutar o que o xamã disse ao seu respeito, e como Gojo é extremamente acostumado a notar energia amaldiçoada ele conseguiu reparar nessa mudança.

Coisa que chamou sua atenção, pois qual seria o motivo para Sukuna reagir assim? Por que Sukuna ficaria tão incomodado com simples palavras a respeito de uma humana qualquer? Ele deveria investigar isso cuidadosamente, sem colocar os seus alunos nisso.

Você havia chegado em casa, depois daquele momento que na sua mente havia levado uma eternidade para chegar ao fim. Correu para o banheiro, tirar aquela sensação desgastante e o cheiro de suor era sua maior prioridade. Deixando a água escorrer livremente pelo seu corpo, levando consigo toda sensação incômoda daquela tarde.

Após comer ficou em seu quarto, realizando uma ligação com Kin. A ruiva estava eufórica com as novidades que você a contou. Ela quis saber quem era o garoto que a levou para lanchar e insistiu em saber de todos os detalhes existentes. Você a contou parcialmente, já que não poderia dizer que Itadori é o receptáculo de uma maldição, a mesma que vem te visitar com frequência em seu quarto.

O dia passou mais calmamente, nem parecia que foi cheio de surpresas e encontros. Você nem acreditava que passou por tudo isso sem surtar. Agradecia aos céus por eles te darem uma tranquilidade para lidar com aquela situação, ou quase isso.

Estava escrevendo um poema, terminando de tirar totalmente pensamentos agitados de sua cabeça. Deixando a caneta deslisar espontaneamente pelo papel, criando versos bonitos de um assunto que se encaixou como uma luva: desespero. Não que ficou desesperada naquele momento, mesmo que fosse uma verdade incontestável, entretanto o tema surgiu e apenas deixou com que sua imaginação fluísse.

"Há situações com que me sinto angustiada, me sinto sufocada em apenas ser eu.

Alucinações que tenho convicção que são criadas, mas que acontecem porque as cometeu.

Deveria parar de querer tirar esse desespero de mim, devo parar de colocá-lo em mim

Apenas me sinto mais perto de um fim, apenas sinto mais distante de mim."

Iria continuar com as escrituras que criara, porém um certo barulho roubou sua concentração. Sukuna estava encarando você, sem dizer ou expressar algo. O homem estava sério, seu semblante vazio, mas os olhos carregam alguma coisa que você não saberia identificar.

Aquilo estava a deixando do mesmo modo que havia escrito a segundo atrás. Um sentimento de que você fez algo de errado a cercou, como um leão que cerca sua caça. Para piorar Sukuna não falava nada, apenas a observava quieto e rígido em uma postura ameaçadora. Para quem não o conhecesse diria que ele poderia te matar.

- O-O que a-aconteceu? - você pergunta gaguejando, um pouco assustada pelo comportamento dele.

Depois de um longo suspiro da parte do mais velho, ele começou a falar. - Tenho que ter uma conversa séria com você.

Aquelas palavras eram o suficiente para tirarem todas as suas forças. Você sentiu como se seu sangue parasse de circular em seu corpo. Ter aqueles olhos carmesim a mirando a deixava trêmula. A seriedade que Sukuna colocou em somente uma frase era descomunal. Em sua mente ele a culpava pelo que aconteceu durante a tarde, provavelmente veio dizer que não quer mais te ver.

O que fez seu peito latejar em uma dor aguda. Pensar que ele não irá mais te ver era horrível. Uma vontade de chorar cresce a cada segundo em você, seria facilmente comparável a uma criança que perde seu brinquedo favorito para sempre.

- O-O que seria? - pergunta, com um imenso medo da resposta.

- Quero fazer um pacto com você - ele diz.

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ᴄᴜʀꜱᴇᴅ ʟᴏᴠᴇ - Jujutsu KaisenOnde histórias criam vida. Descubra agora