CAPÍTULO DOIS

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  Me considero um cara atraente, sou loiro de 1,72m, 75kg distribuídos num corpo forte e malhado, olhos verdes e cabelos curtos sempre arrepiados pra cima com gel.

  Quando conheci Caio, eu era virgem e nunca tive um namorado.

  Aos 15 anos me apaixonei por um garoto da escola chamado Edson. Ele era um ano mais velho do que eu e achava que ele também estava apaixonado por mim, pois éramos amigos íntimos, mas foi a pior desilusão que eu não desejo pra ninguém. Quando me declarei, ele deu um soco na minha cara e espalhou pra toda a escola que eu era gay. Para contornar a situação e limpar a minha barra, eu espalhei pra geral que quando falei pra ele que eu estava apaixonado por Jéssica (uma menina que era louca por mim), ele disse que me amava e queria casar comigo. Então avancei em cima dele para quebrar a sua cara. Todos acreditaram na minha versão, pois eu era o gato popular da escola e ele ficou furioso, virando o centro de chacotas.

  Nossa, eu fiz a vida dele se transformar em um inferno, fiquei feliz e ao mesmo tempo triste, pois ele era o garoto que eu amava, mas nunca iria ficar com ele. Todos os amigos dele se afastaram e ele ficou sozinho, sofrendo com as piadas e virando saco de pancadas no banheiro, depois de um mês ele saiu da escola e nunca mais eu o vi. Passei por um namoro disfarçado com Jéssica por três meses, enrolando-a quando queria perder sua virgindade comigo, depois arrumei um motivo e acabei (amém).

  Sofri muito por aquele garoto e nunca esqueci o que ele falou no último dia que saiu da escola: " Você está enganando a todos e fez com que acreditassem que sou gay, mas uma coisa você nunca vai ter: eu, sua bichinha". Isso foi verdade, ele até tentou ficar com algumas garotas, mas nenhuma delas queria ficar com ele em razão da fama de gay.

  O tempo foi passando e eu não conseguir o esquecer, aos 18 anos entrei na faculdade, conheci novas pessoas e então ele foi se dissolvendo da minha mente. Desde esse tempo não amei ninguém como eu o amava. Mas na bela tarde de segunda-feira, na primeira vista, antes mesmo de saber seu nome, aquele rapaz loiro brotou uma nova emoção no meu coração, Caio.

  A noite na faculdade não conseguia me concentrar, desde a tarde fiquei com o pensamento em Caio, tanto que quando cheguei em casa liguei pra ele.

— Alô! — Sua voz de locutor atendeu o celular.

— Oi, sou eu o Maurício, o rapaz louco que você conheceu nessa tarde no shopping. — Falei com humor.

— Oi Maurício, e aí cara você está bem?

— Sim, desculpa pelo meu vexame, é que eu estava com mil dúvidas naquela hora circulando a minha cabeça.

— Sei. Meu irmão você acredita que eu nem me concentrei na faculdade? Eu não sei, mas parece intuição, fiquei muito preocupado e não conseguir parar de pensar que você estaria passando por alguma misantropia.

— Sério? — Um banho de alegria tomou conta de mim. — Cara, nem pra tanto, o que pode está acontecendo comigo é uma certa falta, um isolamento. Caio, eu não quero te atrapalhar, mas seria possível a gente se encontrar amanhã no shopping? — Perguntei eufórico.

— Claro, de que horas?

— As duas, pode ser?

— Sim, beleza.

— Então tá, obrigado e até amanhã, uma ótima noite pra você.

— Pra você também, tchau!

OBJETO DE PRAZER (Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora