CAPÍTULO TRÊS

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  No dia seguinte, nos encontramos na praça de alimentação, no mesmo lugar que nos conhecemos. Quando cheguei, Caio já estava lá, a minha espera, nos cumprimentamos:

— E aí beleza? — Ele apertou a minha mão, tirei rapidamente para que ele não a sentisse suando, demonstrando como sua presença me abalava.

— Você dormiu bem essa noite? — Perguntei tentando controlar a minha emoção.

— Sim e você? — Ele perguntou e eu pude perceber que não era o único que estava nervoso.

— Também e muito feliz por tão pouco tempo conhecer uma pessoa que me entende. Sabe Caio, não adianta você está rodeado de amigos, ser o queridinho, o popular, mas senti um vazio dentro de você e a noite no silêncio do quarto a solidão te sufoca, enganando-te com pensamentos ora bons, ora maus... Mas esquece, o pior é saber que só eu sinto essa dor.

— Não, não é só você, às vezes me sinto assim também... — Ele segurou as minhas mãos e olhou nos meus olhos, quatro olhos verdes se fitando, senti minhas mãos geladas sendo aconchegadas por as dele macias e quentes. — ... precisando de um anjo amigo, compreendido e que sabe exatamente o pedaço que me falta.

  Houve um silêncio entre nós nessa hora e ficamos nos olhando seriamente e tentando captar tudo o que ambos sentia.

— Você aceitaria ir ao meu apartamento e tomar um drink que é a minha especialidade? — Caio perguntou estritamente.

— Claro, fica longe daqui? — Perguntei contente do convite.

— Só um pouquinho, eu moro no Pina, mas estou de carro. — Ele falava sem tirar os olhos de mim.

— Então vamos, quero ver que nota você merece nesta sutil bebida que é sua "especialidade". — Falei com humor e ele deu uma risada gostosa que me deixou estonteado.

  Saímos em direção ao estacionamento batendo um papo, chegamos ao seu carro, um GOL prata, estacionado próximo a um caixa eletrônico. Ele entrou desbloqueando a porta direita pra eu entrar, seu perfume exalava por dentro, deixando o ambiente voluptuoso.

  Chegamos ao seu edifício, ele esperou um pouco para que o portão eletrônico se abrisse, e entrou estacionando o carro na garagem. O prédio onde ele reside é um luxo, o lugar perfeito para um príncipe como ele morar. Seguimos no elevador para o seu apartamento.

  Quando entramos, senti um friozinho na barriga, ele me convidou para sentar no sofá enquanto preparava o drink que ele batizou de sua especialidade. Fiquei esperando e observando cada detalhe da decoração da sala, supostamente elaborada por um designer de interiores conceituado na área. Assim que terminou o drink ele ofereceu-me sentando ao meu lado.

— Hum... Bem que você falou, esse drink é uma especialidade que eu nunca provei. Parabéns!

— Obrigado Maurício! — Ele agradeceu sutilmente.

  Ficamos conversando, trocando ideias e contando piadas, uma prosa deliciosa que aos poucos foi nos aproximando e de resultado, um molhado e irresistível beijo.

OBJETO DE PRAZER (Conto Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora