S - primeiro selinho (eca!)

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Por Kory


— Agora, vamos tirar a prova do que você aprendeu com a laranja.

— C-Como é? — Marinette engasgou-se com a própria saliva.

— Oras, uma hora você tem que beijar alguém para saber se sabe beijar, princesa.

— M-Mas...mas assim tão rápido? Poxa, eu só beijei uma laranja, não sei se eu to prontamente qualificada para...

— Marinette, dar beijo não é como fazer uma prova e ganhar nota pelo desempenho e aptidão. É só...beijo — Chat deu de ombros e jogou os braços para trás, usando a palma da mão como apoio no chão.

— Falou o beijoqueiro.

Ele riu.

— Pelo menos eu já dei um beijo na vida, ao contrário de você, que deu o seu primeiro beijo numa laranja — piscou para a mestiça.

— Touché, gatinho.

— Agora, vai me dizer ou não vai quem é o escolhido para o seu primeiro beijo?

— Nunca!

— Ai, mas o quê que tem, Marinette? Não é como se eu fosse sair correndo para contar para o dito cujo.

— Não chama ele assim, tá?

— Do quê?

— De dito cujo — ela bufou e deixou a laranja no prato, no chão do seu lado.

— Se você diz — Chat estalou a língua no céu da boca. — Mas se quer beijar o... cara como uma profissional, você não pode ter a sua primeira vez com ele, digo, dar o primeiro beijo da sua nele, porque tem quase cem por cento de chance de dar errado.

— Nossa, obrigada por me motivar assim, Chat Noir — disse Marinette, sendo irônica.

— Por nada, princesa. Então, quem vai ser o seu "amostra de beijo"?

— Arg, não vai ser ninguém.

— Ah, se você quiser, não vai ser tão ruim assim te beijar...

— Como é? Está se oferecendo para ser o meu "amostra de beijo"? — fez aspas com os dedos.

— Ora, eu faço esse sacrifício — ele riu das bochechas infladas dela.

— Seu... seu... atrevido! Sério, você seria o último da minha lista para esse tipo de coisa.

— Olha só, eu não sabia que estava na sua lista de homens para beijar — Chat sorriu malicioso, deitando o corpo para o lado para chegar mais perto da Dupan-Cheng, mas ela logo tratou de o empurrar no ombro para se afastar.

— Acredite em mim, você seria o último da face da Terra!

— Aí, essa doeu na alma! — dramatizou, com a mão no peito e abaixando as orelhas.

— Não me venha com essa cara de gato abandonado, não. Olha... eu posso beijar um...um gato, não posso?

— Quer dar uma de Princesa e o Sapo? Se sim, acho que seria melhor um sapo e não um gato, e se você não sabe, princesa Marinette, eu sou um gato.

— Não, teórica e parcialmente, você é um gato e eu prefiro testar em um de verdade.

O herói riu.

— Ta brincando, não é? Marinette, beijar um gato de verdade, é uma loucura!

— É? Pois eu acho que não — elevou o queixo e sorriu de canto, servindo como uma barreira para não demonstrar o quão loucura isso seria e o quão isso parecia ser nojento, mesmo ela não querendo admitir para ele.

— Há! Essa eu quero ver!

Marinette grunhiu de desgosto e se levantou do chão.

— Me dá uma carona pela janela lá 'pra baixo?

— Claro! Mas já te aviso de novo, essa ideia não vai prestar...— murmurou o loiro, saindo pela clarabóia do quarto da mestiça e sendo seguido logo atrás, pela própria. Ficaram na sacada e Chat Noir a segurou com um braço ao redor da cintura e o outro estendeu o bastão da sacada para o chão da calçada. — Pronta?

— Eu já nasci pronta! — piscou com um sorriso de malandra, passando os braços pelo pescoço dele.

E eles desceram. Por sorte não havia ninguém na rua.

— E agora, onde vai achar o seu amostra beijoqueiro?

— Você já já vai ver...

— Ata. Até parece que vai surgir assim, do nada, um gato limpo, cheiroso e bem escovado e vir diretamente para você e você o beijar. Super normal e... — Chat Noir parou de falar ao se dar conta de que tudo o que dizia, se realizou pois um gato siamês apareceu todo façanho se esfregando por entre as pernas da mestiça. — N-Não é possível... — disse, abismado.

— Olha só, parece que tudo o que você disse, se realizou, gatinho.

Ele engoliu a seco, observando-a pegar o tal do gato nas mãos.

— Ficou maluca, é?

— Talvez. — Marinette sorriu de canto. — Maluca de amores por esse gatinho aqui.

— Devia ser eu esse gatinho aí, sabia? Tenho certeza que ele tem micróbios na boca dele.

— E por que você não teria também? Que eu saiba, seu miraculous é de um gato.

— Humpf! Eu sou limpinho, para a sua informação.

— Ai chega de enrolação. Eu vou beijar ou não, esse gato?

— Faz o que você quiser. — ele deu de ombros. — 'Pra mim isso é doidice mas você não me ouve.

— Vai...colabora comigo, ta bom gatinho? — Marinette ergue o gato na altura do seu rosto. — É um selinho, bem rápidinho... — ela fez careta e se aproximou. — Só....um selinho. — e tocou seus lábios humanos nos do animal, que foi solto no ar após o selar e logo não perdeu a chance de sair correndo dali. — Eca! — disse vom voz chorosa, passando a mão na boca em uma tentativa inútil de tirar o gosto de atum gosmento nos lábios.

Enquanto isso, Chat Noir ria e muito, mas com a mão tampando a boca para não chamar tanta atenção. E de seus olhos verdes saíam lágrimas de tanto rir.

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