M - isso que é um beijo de tirar o fôlego

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Por Kory


Marinette só faltou sentar e chorar na escada do colégio Françoise Dupont depois de ter, literalmente, fugido na cara dura de Chat Noir. Não aguentou ficar nem mais um segundo com ele após a vergonha imensa e idiota que passou ao ter a fucking ideia de fazer respiração boca boca em um peixe ao invés de só jogá-lo na água, como deveria ter feito assim que o viu.

O que ela tinha na cabeça, afinal? Cérebro é que não tinha, para ter uma ideia estúpida como essa!

Passou bom tempo no bebedouro, tomando e cuspindo água, e escovando o dente - que por sorte do destino tinha em um dos bolsos de sua mochila - para tentar sair o gosto horroroso daquele peixe asqueroso.

As aulas tinham sido suspensas pelo resto do dia, o que foi vantajoso para Marinette, já que ela não tinha cabeça para enfrentar explicações de conteúdo novo da professora Bustier, estando com os beijos desastrosos que dera, que por um acaso, foram dados em dois animais diferentes! Um gato e um peixe... que belo jeito de tirar o BV!

Como ela diria para seus filhos que seu primeiro beijo foi em um gato de rua e o segundo em um peixe do Rio Sena?

Que história de vida trágica! Tudo por medo de não saber beijar na hora que desse para beijar seu crush eterno.

Suspirou, chateada consigo mesma por toda a burrada feita em tão pouco tempo. Abriu a bolsa e com cuidado tirou o celular sem acordar Tikki, que dormia profundamente encolhida dentro da bolsa.

Olhou as horas e se espantou em ver que já passara do tempo de almoço e tinha mensagem da sua mãe perguntava se estava tudo bem e por que não havia voltado para casa.

Se levantou, sentindo seus joelhos reclamarem pelo tempo gasto na mesma posição. E uma voz chamando por ela a fez virar o corpo na direção do dono da voz, encontrando Luka Couffaine a poucos metros de si.

— Marinette?

— Ah! Oi Luka — o respondeu, nitidamente desanimada.

— O que faz aqui? Suas aulas já devem ter terminado faz tempo... — ele se aproximou e pôs a mão no ombro da rosada. — Está tudo bem?

— Está, eu só...descobri que sou um desastre na vida amorosa.

A fala dela o fez rir.

— Posso saber porque diz isso, Dona Marinette?

— Porque....

Será que valia a pena deixar o orgulho de lado e dizer que era porque tinha beijado um gato e um beijo em menos de vinte e quatro horas? E que fez isso só para não passar vexame no que dia em que tomasse coragem para beijar Adrien Agreste?

Mordeu o canto da bochecha, guardou o celular de volta na bolsa e o olhou no fundo dos olhos tão azuis quanto os dela.

Espera... e se tomasse coragem e iniciativa de beijar, agora, o Luka? Daria certo? Seria o certo a se fazer? Eles eram amigos! Não iria fazer mal um selinho, não é?! Arg! Não! Ele tinha que querer também, não era tão simples assim sair beijando o primeiro garoto que lhe aparecesse na sua frente!

Mais que confusão!

— Melhor eu não...deixa quieto — sorriu fraco.

— Marinette, somos amigos, sabe que pode contar comigo sempre que precisar — ele piscou o olho e a abraçou, pegando-a desprevenida que sequer correspondeu o abraço.

Ele se afastou e Marinette sentiu-se quente por estar tão perto de Luka. Mas quente no sentido de vergonha e não de outra coisa. Isso, nunca.

Ele se aproximou para dar-lhe um beijo na bochecha. Porém, Marinette nesses breves segundos, ficou tão nervosa perto dele que rapidamente o beijou na bochecha, murmurando um obrigada e um tchau antes de sair correndo, segurando forte as alças da mochila da escola e da que tinha Tikki.

Que droga! Era só o que lhe faltava! Não bastava beijar um peixe, mas tinha também que ser tão...esquisita perto de Luka? Céus! O que ele pensaria dela? Sorte ainda de que ele não lia mentes!

Sua respiração estava falhando e ficando ofegante pela corrida até sua casa, mesmo que fosse só do outro lado da rua, estava nervosa, confusa e quase foi atropelada por uma bicicleta ao atravessar olhando rápido para um só lado da rua. Só não se acidentou porque garras negras a puxaram para a calçada da padaria,

— Você ficou doida, Marinette? Queria se matar, por acaso? — ralhou, Chat Noir, furioso mas ao mesmo tempo preocupado com a azulada. Notando sua falta de ar, rosto corado e a falta de sua resposta, resolveu perguntar com mais calma mas antes, a pegou no colo e subiu com ela para a varanda do quarto dela, para que não tivessem pessoas os olhando. — Ei, você está bem? O que aconteceu? — a pôs sentada na cadeira que tinha ali e se ajoelhou na frente dela. — Por que estava correndo como se estivesse em uma maratona?

— P-Porque...eu fiz besteira, Chat! Quase beijei o Luka com essa ideia idiota de aprender a beijar!

— Uou! Isso que é um beijo de tir-...

— Tirar o folêgo? — ela completou, sem ver o olhar espantado do felino. — É, é. Eu já ouvi isso uma vez. Mas, para começo de conversa, eu nem beijei ele e...

— C-Como você...

Vendo o espanto estampado no rosto dele, Marinette se toca de que a frase que ele disse foi a mesma de antes para Ladybug e não para Marinette. Merda! Ela estava lascada!

Pensa, Marinette! Pensa! Disse para si mesma.

Respirou fundo e o olhou.

Tanta coisa tinha dado errado, mas como sempre, Chat estava ao seu lado. Apoiando-a. Ajudando-a. Sempre por perto, não importava a situação.

Com Chat presente seus pensamentos e perante a urgência de dar a ele uma resposta coerente e que não a entregasse de cara, ela fez o que achou certo.

O beijou.

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