Capítulo 9

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Azaya

Rhysand tentava a todo o custo me manter naquele quarto.

— São muitos guardas. -ele disse.

— Acha que eu não estou preparada? —inclinei a cabeça— cinquenta anos e você esqueceu quem é a sua esposa?

Ele tomou meus lábios.

— Eu te amo. -ele disse.

Meu coração errou suas batidas naquele momento, eu senti o ar me faltar.

— Eu também te amo, Rhys, te amo muito. -sussurrei.

Ele me abraçou forte.

— Eu estou indo. -sussurrei.

Ele me encarou de cima a baixo.

— Os machos vão querer avançar em você. -ele disse.

Eu dei de ombros.

— Não é como se nunca tivesse acontecido nesses malditos anos que se passaram. —sacudi a cabeça, um rosnado— eu sei me cuidar.

Eu beijei os seus lábios novamente, abrindo a porta.

— Nos vemos logo. -murmurei cobrindo meu rosto e meus cabelos.

— Eu a amo, Azaya.

— Eu também o amo, Rhys.

E eu saí, me esgueirando nas sombras dos corredores.

Seguindo onde o meu poder mandava eu ir, as areias me envolveram, e eu atravessei, surgindo em um corredor de celas, vendo logo a frente a mesma humana ser arrastada pelos guardas, indo cumprir a sua última tarefa.

Eu me escondi nas sombras, e quando eles sumiram... Eu surgi, procurando nas celas até achar ele...

— Pai! -chamei na janelinha da cela.

O grão-senhor ergueu o olhar, fraco demais, tão fraco que senti meus joelhos fraquejarem.

— Papai. -murmurei em um soluço.

— Azaya. -um sussurro.

— Ei! Você!!

— Fuja, filha, fuja. -ele disse.

Eu me virei, meu poder retumbando, dez guardas vieram em minha direção, eles pararam de imediato, vendo a areia me circundar, moldando, tomando forma.

Se tornando estacas afiadas.

— Merda. -xingaram.

— O deserto manda lembranças. -falei.

E o meu poder se lançou, eles tentaram fugir, mas não houve escapatória, as estacas de areia perfuraram os seus corpos, os matando, eles foram ao chão, a areia amortecendo a queda, impedindo de fazer barulho.

— Se afaste da porta. -eu disse.

Meu pai se arrastou e a porta explodiu, se dissolvendo em areia.

— Papai. -corri até ele, me agachando.

— Minha filha, minha princesa. -ele sussurrou.

Eu deixei lágrimas caírem.

— O que fizeram com você? -sussurrei.

Ele estava pálido, quase sem vida.

— Vamos sair daqui. -pus seu braço por cima do meu ombro, o ajudando a levantar.

— Não devia estar aqui meu anjo, é perigoso demais. -ele sussurrou.

— Não importa. —falei— vou tirar você, o Rhys, tirarei todos daqui.

Corte de Areia e DesertosOnde histórias criam vida. Descubra agora