Capítulo 20

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Azaya

— Mas...

Eu o fuzilei com o olhar e apontei com a cabeça para as crianças que dormiam.

Ele imediatamente fechou a boca, assentindo.

Eu passei por ele, parando na porta, esperando ele vir.

Ele encarou os dois pacotinhos que dormiam em seus berços, então, deixou um beijo carinhoso no rosto de cada um deles.

— Papai volta logo. -ele sussurrou.

Eu suspirei baixo, ele ergueu o olhar para mim e eu fiz sinal com a cabeça para ele me seguir.

E assim ele fez, eu fechei a porta com cuidado e caminhei com o grão-senhor pelos corredores.

— Eles são lindos. -ele murmurou, os olhos brilhando.

— São meus filhos, claro que são lindos. -falei.

Ele me encarou.

— Nossos filhos.

— Meus filhos.

Ele me encarou.

— Você me escondeu sua gravidez..

— Ia adiantar de quê? Acha que sou tão baixa para segurar um homem com o pretesto de filhos? Meus filhos não são a porra de uma linha de pesca. -ciciei.

Ele encarou uma porta, então ele a abriu e me empurrou para dentro do quarto.

— Saía do meu quarto, Rhysand, se quer conversar, que seja no escritório. -rosnei.

Não nosso, não de nós dois, meu.

— É o nosso quarto, Azaya. -ele disse.

— Sua corte é a da noite, não esta. -me virei cruzando os braços.

Senti braços fortes me envolverem por trás, senti beijos em meu pescoço e me amarrei a rédeas muito curtas para não suspirar ou estremecer.

Eu sentia tanta falta...  Mas não, não, não.

— Volte para mim, volte para a nossa casa...

Eu me soltei dele.

— Eu e meus filhos vamos ficar aqui, aqui é a nossa casa. -rebati.

— Então eu ve...

— E você vai continuar na sua, na corte noturna. -falei.

Ele arregalou os olhos.

Um escudo de som envolveu o quarto.

— Você tem noção de que está querendo me privar dos meus filhos??? -ele praticamente gritou.

— Você vai poder visitá-los, em dias marcados. —argumentei séria— não faça um show.

Ele balançou a cabeça.

— Você me escondeu sua gravidez, me privou de estar do seu lado! Me privou de acompanhar cada dia e cada mês em que meus filhos se formavam em seu ventre, me privou de te amar! -ele gritou.

— De me amar você se privou sozinho. -falei.

Ele se calou.

— "Vamos passar por isso juntos" lembra? Você prometeu isso e não cumpriu, você decidiu ajudar aquela humana a se concertar e não enchergou a própria esposa que estava destruída! -uma lágrima caiu.

Ele me encarou, trêmulo.

— Eu contei todas as minhas inseguranças para você naquela noite, chorei como uma maldita condenada e você esqueceu isso. —falei— você esqueceu.

Corte de Areia e DesertosOnde histórias criam vida. Descubra agora