Amizade Colorida

Decisão

POV Mel

Lutando contra meus olhos pesados finalmente acordei, a cabeça estourando e os olhos inchados entregavam que a minha noite não havia sido fácil, e realmente não foi. Olhei para o celular e o relógio já marcava 10:35, tarde pra quem costuma acordar cedo até nos finais de semana.

Desbloqueei o celular e dei de cara com a notificação do Rafael confirmando que viria para o almoço, a pior parte do meu dia estava pra acontecer e eu já estava me preparando psicologicamente para isso, por mais complicado que fosse.

Depois de pensar bastante em tudo o que aconteceria, resolvi levantar da cama. Fiz minhas higienes, tomei meu bom banho matinal, pus uma roupa confortável, afinal não iria sair de casa, e fui até a cozinha ver o que podia fazer pra gente comer. Resolvi descongelar a macarronada do dia anterior, cozinhar não é meu forte, ainda mais cozinhar com ódio.

Fiz tudo o que tinha pra fazer e quando terminei o relógio já marcava 12:05, a qualquer momento Rafael chegaria. Ao pensar nisso, automaticamente, o meu estômago revirou. Respirei fundo e me sentei no sofá, não demorou muito e escutei a campainha tocando.

- Oi linda - Ele disse quando a porta se abriu e inclinou seu corpo para frente na tentativa de me da um selinho.

- Oi Rafael, entra - Respondi seca e virei meu rosto, ele pareceu não se importar.

- O que tinha de tão urgente pra falar comigo?- Perguntou se jogando no sofá. Seu rosto não escondia a ressaca.

- Vamos comer primeiro, depois a gente conversa, pode ser? - Propus a ele.

- Pode, a comida ta pronta? Tô morrendo de fome linda - Revirei os olhos e respondi:

- Ta sim, vou ajeitar tudo na mesa e já te chamo - Falei e segui para cozinha. Após ajeitar tudo, o chamei e comemos. Não trocamos uma palavra se quer durante o almoço, mais uma vez, ele pareceu não se importar. Assim que terminamos respirei fundo e decidi começar a falar.

- Bom, já comemos, agora precisamos conversar - Eu disse e ele me olhou. Seu olhar era vazio, como se não se importasse com o que eu tinha pra falar.

- Ah sim, já tava esquecido, o que era mesmo? - Ele perguntou fingindo interesse, mas a impaciência estava nítida em seu rosto.

- Rafael, eu vou ser curta e grossa. Eu acho que ta na hora da gente terminar e cada um seguir o seu caminho - Falei de uma só vez e respirei fundo na tentativa de retomar o fôlego.

- An? Ta louca Melanie? - Sua expressão mudou totalmente de impaciência pra indignação.

- Como assim louca? Você acha que engana quem Rafael? - Perguntei com rispidez.

- Garota, do que é que você ta falando? Ta maluca? - Seu tom de voz havia crescido e sua feição era puro ódio.

- Primeiro: abaixa o seu tom de voz pra falar comigo, segundo: maluca eu seria se continuasse com você. E quer saber Rafael? Maluca eu fui todas as vezes que eu resolvi te perdoar, todas as vezes que eu acreditei que você iria mudar, que tudo iria voltar ao normal. Todo esse tempo eu fui maluca e boba... - Falei como todo o rancor que eu estava sentindo.

- CARALHO MELANIE, COMO ASSIM? - Ele gritou me interrompendo.

- ...todo esse tempo sendo boba por te amar Rafael, enquanto você só me fez de palhaça o tempo todo. Sabe do que eu tô falando? Eu tô falando disso aqui - Falei e mostrei a tela do meu celular a ele.

- Mel...- Ele falou baixo e me olhou assustado após ver o vídeo.

- Como você teve a coragem Rafael? - Perguntei. A essa altura não conseguia mais conter as lágrimas.