Piloto

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Naturalmente, nunca se sabe quando alguém irá morrer, mas a pessoa dessa história sempre soube. Monkey D. Luffy, morre no final. 

Luffy havia nascido com uma rara condição, fibrose cística, que atingiam o pulmão, resumidamente. Faziam os pulmões se encherem de muco até não conseguir respirar, pegar infecções e então, ser fatal. Seu avô morreu disso, sua mãe logo depois que Luffy nasceu, também morreu de fibrose cística e, Luffy sabia, não exatamente quando, mas sabia que logo cedo ele também teria esse fim.

Mas ainda sim, ele não se sentia um miserável, talvez por ter dois irmãos superprotetores que o amava, ou então crescer dando valor a cada minuto de sua vida, o fizesse ser quem ele era. 

Agora, na sala do médico, enquanto os irmãos ficavam um de cada lado do agitado Luffy, que estava digitando no celular de modo relaxado, em meio a tantas faces preocupadas.

— C-Certo... mas um novo tratamento? Dessa vai funcionar, né doutor?

— Então senhor Sabo, o…

— NÃO ACREDITO! — Luffy exclamou, chamando a atenção das três pessoas ali para si. Assim que percebeu, riu sem graça, desligando o celular — É que meu amigo… ele… deixa.

— Ó seu idiota! Leva isso com mais seriedade — Ace, o irmão do meio, deu um soco na cabeça de Luffy, que choramingou da cadeira — Você já tem dezenove, quer vir nas consultas sozinho?

— Como se vocês deixassem… - O moreno menor resmungou.

Porém, antes que Ace, o rebatesse, Sabo limpou a garganta, lançando um olhar mortífero para ambos, que calaram e se ajeitaram nas cadeiras na mesma hora. Os olhos voltaram a ter foco total no médico, que por sua vez, sorriu desajeitado para continuar.

— C-Como eu ia dizendo… O último tratamento não trouxe resultados, mas tem este outro… é mais experimental, mas dá uma boa chance.

— Boa chance? Nós não queremos uma chance, queremos um tratamento que funcione! Mas que droga! E-Eu vi tanta gente melhorando, isso não é justo!

Mesmo que Ace, tivesse gritado com a situação no consultório do médico, Sabo abaixou a cabeça e não disse nada, estava tão frustrado quanto o outro irmão. E aquilo sim entristecia Luffy, ver as faces desesperançosas dos irmãos, agoniados com sua maldita situação, Luffy odiava esses momentos. Mas mesmo com o coração apertado, ele abriu um sorriso largo, segurando a mão dos irmãos mais velhos e voltando-se ao médico.

— Quanto tempo eu tenho sem esse tratamento, doutor?

— É difícil dizer, você tem estado estável , tem ido bem, mas sem um tratamento não muito… teria que confiar na sorte. Pois sem o tratamento sua condição fica ainda mais vulnerável.

— Meu irmãozinho é sortudo, mas não vamos nos prender só nisso, né?

— Eu vou fazer o tratamento Ace, relaxa — Luffy riu para o de sardas, tentando acalmá-lo mais.

Já do lado de fora do hospital, um quarteirão depois da área hospitalar, estava a sorveteria proferida de Luffy. Sempre ia lá, desde pequeno, quando depois de longos exames ou tratamentos nem um pouco confortáveis, seu avô os levava nessa sorveteria. 

Luffy estava sentado no balcão, tomando o seu segundo milk shake, ao lado de um Sabo estressado falando no celular e um Ace emburrado do outro lado.

— Vai ficar tudo bem — Disse o menor tirando os lábios do canudo, e se virando para Ace, que só então voltou sua atenção para o caçula e tentou disfarçar a carranca mal humorada — Não é você quem diz que "se viver só hoje, já ‘tá de bom tamanho"?

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