Capítulo único

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• A cereja do bolo •

Ele observava a bela dança feita pelo jovem ômega. Não que estivesse interessado em algo como aquilo, - dança - apenas admirava as curvas do corpo do garoto se remexendo lentamente, em sincronia com o toque suave de um disco antigo.

Um copo de whisky e sua perdição dançando logo a sua frente. Hormônios sendo espalhados pela sala, enquanto o leve soar da voz eufórica do ômega se fazia presente, tentando cantar um pouco da música, porém, sem fôlego. Kisame não conseguia ver aquele garoto como algo a mais, mesmo não podendo negar que o admira e anseia por seus toques.

Não o tocaria. Jamais tocaria naquele corpo esbelto. Pois seus desejos sadomasoquistas poderiam acabar tomando conta de si, e do fundo de seu coração, não poderia machucar aquele garoto. Qualquer um, mas não aquele.

— Você parece estar um pouco pensativo no dia de hoje, aconteceu algo? — O moreno cansado perguntou, se sentando entre as pernas do alfa, enquanto sentia seu corpo se acalmar, com os feromônios que certamente o faziam bem. Os feromônios do homem que um dia o salvou.

— Eu estava apenas admirando um ótimo dançarino tentar cantar uma música calma mesmo sem fôlego. — Abriu um sorrisinho enquanto dava um gole do whisky, encarando diretamente as orbes escuras brilharem para si.

A fala certamente arrancou um sorriso de Itachi, que encostou sua cabeça no peitoral do mais velho, suspirando fortemente para sentir melhor o cheiro divino vindo daquele que era conhecido como "Samehada, o humano monstro".

Incrivelmente encantador, por que um homem como aquele soava tão magnífico para si? Por que suas mãos soavam sempre que estavam próximos? Seu coração deveria estar tão acelerado?

Não importava, tudo que Itachi queria, era saber se todo aquele sentimento era recíproco, e como funcionava aquilo que leu em um dos livros guardados no quarto do alfa.

— Sabe.. esses dias eu estava meio sem o que fazer, e acabei indo até seu quarto, pegar um livro para ler. — começou a falar sobre o assunto que queria abordar. Kisame o devia uma resposta, já que era o único que teria para responder a questão.

— Sim, e está tudo bem, eu te dei passe livre para pegar o que quiser em meu quarto. — Sorriu, acariciando os cabelos morenos do ômega agora em seu colo.

— Mas o conteúdo do livro foi um pouco confuso para mim. É que, na verdade, eu nem peguei um livro da prateleira, acabei pegando de uma das gavetas da cômoda.. — Neste momento, o Hoshigaki estreou os olhos, um pouco desconfiado, já que claramente sabia dos livros que escondia nas gavetas de sua cômoda.

— Itachi, você pode me dizer o nome do livro? — Se fosse o mesmo que estava pensando, o alfa nunca se perdoaria. Sempre zelou pela integridade de seus pensamentos e pela inocência daquele ômega, não queria, realmente não queria desviar aquele Uchiha para o mesmo caminho que ousou caminhar.

— Acho que tinha alguma coisa haver cinquenta tons.. cinquenta-

— Cinquenta tons de cinza? — O coração do alfa palpitou. Queria que estivesse errado, mas era improvável, já que tudo ali revelava a verdade.

— Isso! Era esse o nome. — Kisame queria gritar com Itachi, brigar com ele, perguntar como caralhos ele teve a audácia de pegar justamente esse seu livro. Mas não faria, não conseguiria, aquele ômega era um amor de pessoa, e aquilo não poderia de fato ser um motivo instigante o suficiente para cometer tal atrocidade.

— Você pode.. só ir para seu quarto? — Estava nítida a irritação em seu semblante. Com certeza Itachi notaria.

— Não, mas eu ainda nem cheguei onde eu queria. Sabe, eu entendo um pouco sobre sexo e essas coisas, apesar de nunca ter feito. Eu senti uma coisa diferente, e me imaginei na situação da protagonista. Eu realmente ador-

Nós. - Kisaita (Abô) Onde histórias criam vida. Descubra agora