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Acordo com a claridade do sol, olho pro lado e ele já está acordado.

-Bom dia princesa, dormiu bem?

-Bom dia, dormi bem e você? Faz tempo que está acordado?

-Desde que um gato entrou aqui, ele pulou em cima de mim, depois disso não consegui dormir mais.

-As vezes eles erram a janela do meu irmão. -Digo rindo, isso era comum de acontecer.

-Eu queria fazer um café pra você, como você fez pra mim na minha casa, mas não era uma boa ideia encontrar seu irmão, então fiquei aqui. -Ele diz emburrado.

-Sem problemas, você está com fome? Posso ir lá fazer um café pra gente.

-Não, hã, você quer sair pra comer alguma coisa? -Mikey pergunta envergonhado.

-Claro.

Nos arrumamos e vamos a uma lanchonete, não estávamos em um clima muito descontraído, afinal a batalha seria amanhã? Tomamos nosso café e eu me despeço do Mikey.

-Tchau princesa, se cuida no caminho, te vejo de noite. -Ele me da um beijo, sobe na moto e da a partida.

Quando estou chegando em casa, encontro meu irmão na escada do prédio.

-Oe, eu perdi minha irmã é? Eu moro com você e nem te vejo mais.

-Meu Deus, nem é dramático, você que passa com o Kazutora e não tem tempo pra mim! -Sento ao seu lado.

-Vamos sair pra dar uma volta.

-Só se for agora, vou só pegar a chave da minha moto, não aguento mais ser carona. -Me levanto rindo e vou em direção ao nosso apartamento.

Quando desço, o Baji ja esta me esperando do lado da moto dele.

-Ve se não vai se perder, você é lerda demais. -Keisuke diz, já subindo na moto e dando partida.

-Olha que filho da p.. da minha mãe, nem espera eu subir na moto.

Minha mãe odiava ver eu e meu irmão de moto, porque ela sabia a velocidade que andávamos, mas, ela não estava com a gente agora, então, o que os olhos não veem, o coração não sente!

Passamos o caminho todo apostando corrida, mas dessa vez ele chegou na sorveteria primeiro.

-Comeu poeira, foi? -Baji ri, descendo da moto.

-Fica quietinho aí e você que vai pagar meu sorvete.

Escolho o sabor de chocolate e o Baji pega de baunilha. Fazia tempo que eu não saía a sós com meu irmão, sinto falta dele na Toman. Parece que a gente se afastou com a saída dele da gangue.

-Kei, você que se serviu sozinho?

-Sim, porquê? -Me olha desconfiado.

-Você conseguiu ler qual era o sabor que estava pegando? -Não consigo aguentar a cara irritada dele e solto a gargalhada.

-Vai se foder, garota!

Depois da sorveteria, voltamos pra moto, o Baji vai na frente pra mostrar nossa próxima parada, na metade do caminho, já sei onde estamos indo, já estou acostumada ao lago que ele está me levando.

Chegando ao destino, descemos das motos e sentamos na grama, olhando o céu.

-Yu, eu sei que a gente não devia falar sobre as gangues aqui, mas eu preciso mesmo falar com você. -Eu fico em silêncio, o que faz ele continuar a falar. -Então, eu sei que não vai adiantar de nada, mas eu preciso pedir mesmo assim, você pode por favor, não lutar amanhã? Eu nunca conseguiria lutar contra você.

-Kei, você sabe que esse é um pedido impossível, né? Mas fica tranquilo, não vou lutar contra você. -Ele me olha com uma expressão curiosa, mas não fala nada. -Você é meu irmão, eu nunca conseguiria, não vou te pedir agora para voltar, você tem o direito de fazer suas escolhas. Mas precisa saber, a gente sempre vai estar te esperando de braços abertos. Como você quer deixar o Fuyu de capitão da primeira divisão? Você não tem pena dele não?

Ele ri do meu comentário, mas continua pensativo.

-Desculpa te decepcionar Yu, você entende que eu não posso deixar o Kazutora, né? Pelo menos não agora.

-Acho melhor a gente deixar esse assunto pra outra hora, pode ser? -Deito na grama e fico olhando o céu.

-Pode, mas não esquece disso que eu vou te falar. Eu nasci junto com você, não conheço uma parte da minha vida que você não esteja, você sempre esteve comigo, nas horas boas e ruins, nas que eu nem queria você por perto e nas que eu mais precisava de você, e é por isso que eu te amo mana, você é uma parte de mim.

O que está acontecendo com ele? Keisuke estava tão sensível, é óbvio que sinto exatamente o mesmo por ele, mas eu não esperava por isso.

-Eu faço de cada uma das suas palavras, minhas. Eu te amo demais, Kei. -Me levanto e sento ao lado dele, envolvendo no abraço mais apertado que eu conseguia.

Passamos mais um tempo ali, até aquele cabeça de banana chegar.

-Mana, desculpa, eu preciso sair com o Kazutora.

-Oi gatinha, como você está? -Kazutora me cumprimenta.

Não posso negar, o reformatório fez muito bem pra ele. Ele está lindo.

-Você não tem vergonha não, Kazutora?

-Vergonha de que, Yu?

-De ficar roubando o irmão dos outros. -Falo emburrada.

-Me desculpa Yu, prometo que te entrego ele são e salvo! -Ele diz fechando os olhos e sorrindo.

O Baji se despede e os garotos saem, ainda fico um tempo ali deitada, pensando em tudo. Eu não sou de correr de briga, mas vamos estar em desvantagem numérica nessa, dois fundadores da Toman estarão com a Valhala, não vai ser fácil, mas vamos ter certeza de dar muito trabalho para aqueles arrombados.

Só mais um pouco, só mais um tempinho e tudo vai se ajeitar, vamos trazer meu irmão de volta e as coisas vão voltar ao normal.

              -Quebra de tempo-

Chegamos na reunião desta noite, nunca pensei que estaria tão nervosa assim em uma reunião, mas eu sei qual vai ser o assunto principal: meu irmão, e esse é o motivo do meu nervosismo.

-Boa noite, caraca, como você cresceu. Faz tanto tempo que não te vejo! -Me aproximo do garoto de cabelos loiros.

-Você me viu ontem, Yuno. O que foi que você tá carente, ta com saudade do seu namorado aqui? -Chifuyu pergunta rindo.

-Seu sonho é ser meu namorado, né? Eu sei disso. Mas, parece que eu nem te vejo mais, você passa com o Takemichi agora!

-Desculpa Yu, não era minha intenção roubar o Chifuyu de você. -Takemichi fala com a mão no pescoço, meio sem graça.

-Fica tranquilo Takemichi, ela que é muito dramática mesmo. -Mitsuya fala se aproximando de nós.

-Alguém te chamou na conversa? -Pergunto, cruzando os braços irritada com a acusação dele sobre mim.

-Oi pra você também, como está? -Mitsuya me abraça.

Continuamos conversando, até o Mikey começar a reunião. Eu já fico ainda mais nervosa, quando escuto ele falar como devemos tratar os traidores.

-Mas, posso ser só uma criança agora? -Mikey pergunta, sentando no chão, todo mundo fica sem entender. -Eu não quero lutar contra o Baji.

Eu sabia! Eu sabia que ele não ia deixar meu irmão pra trás.

O Mikey anuncia que o nosso objetivo nessa luta, vai ser derrotar a Valhala e trazer meu irmão de volta.

A galera comemora muito, todo mundo apoia o comandante, eu e o Chifuyu nos abraçamos forte.

-Vamos trazer ele de volta, Fuyu. -Falo com os olhos cheios de lágrimas.

Pra sempre nós?Onde histórias criam vida. Descubra agora