Capítulo 2

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Cheryl POV

-Droga, que merda de dor.

Meu ombro direito já estava doendo há 5 dias. Jogar vôlei definitivamente não é mais pra mim. 

-Eu te disse pra ter procurado o médico desde que a dor começou, mas você fica se fazendo de forte. Acha que é uma superatleta.

-Eu já fui no hospital, Vee. Já fiz o que me pediu.

Fui no hospital ontem depois de muita insistência de Veronica, eles me encaminharam pra algumas seções de fisioterapia. Centrofísio Topaz foi meu escolhido. Ao menos uma coisa boa essa dor vai me causar, vou vê-la algumas vezes no mês. 

-Depois de ficar quase chorando pela casa sentindo dor.

-Para com isso. Eu vou começar hoje mesmo a fisioterapia.

-Sério? Então é hoje que você vai vê-la?

Toni Topaz era o nome da minha indecisão nas últimas semanas, chegar ou não chegar nela era meu dilema. Levar um fora ou tê-la por uma noite.

-Não sei. - Ela não dá a mínima pra mim. Em algumas festas, eu até tento mostrá-la que estou interessada, mas não serve de nada. Ela sempre sai com outra pra casa.- Assim espero, né? Não sei quem vai me atender. Eu marquei 15 horas lá na clínica dela.

-Hummmm, será que aquela amiga dela vai estar lá?

Veronica era louca pra sair com Betty. As festas se seguiam, os encontros inesperados também. Betty e Veronica sempre com os mesmos olhares, aquela vontade louca de se aproximar, mas o medo novamente as reprimindo.

-Não sei, amiga. Vamos comigo?

-Acho que vou mesmo. Estou de folga hoje.

Trabalhamos juntas num petshop da minha família. Sempre estudamos na mesma escola e desenvolvemos juntas o amor pelos animais. Acabamos fazendo veterinária assim como minha mãe e hoje cuidamos do petshop dos meus pais no centro da cidade.

Fazemos uma escala bem justa com a Keana e a Lucy, duas amigas que conhecemos na faculdade e criamos um vínculo ótimo de amizade.

Betty POV

-Temos mais quantas consultas hoje? - Perguntei pra Toni, enquanto almoçávamos no restaurante próximo a clínica.

-Acho que mais cinco, amiga.- Falou Toni meio distraída, olhando ao redor pra achar alguém interessante em alguma das mesas.

-Você não tem jeito mesmo, né Tee?

-Oi? Por quê? - Falou com a cara mais cínica do mundo. Colocando um sorrisinho de lado.

-Qual sua vítima agora?

-Estava pensando em chegar naquela recepcionista ali. O que acha? - Falou apontando pra moça que se encontrava na entrada do restaurante.

Ela tinha longos cabelos louros presos num rabo de cavalo. Sua beleza chamava atenção de todos que passavam por ela, mas parecia que só Toni havia a chamado atenção, porque de vez em quando ela encarava os olhos castanhos de minha amiga e dava um sorriso travesso.

-Acho que você devia se aquietar e tentar levar alguma mulher a sério. Tem tantas meninas que te dão condição que parecem ser pessoas legais.

-Já pode parar com esse papo, Bee. Não tô afim de namorar ninguém agora. Quero curtir minha vida. Só isso.

-Amiga, já faz quase 1 ano que você e Ariana terminaram e você ainda não superou isso?

-Eu não só superei como estou muito feliz agora. Essa é a minha melhor fase. Você já viu as garotas que tenho saído?

-Tá ok, vou parar. Agora vamos indo, porque tenho que passar no mercado antes de irmos trabalhar.

-Antes deixa eu conseguir o telefone daquela gostosa.

Revirei os olhos e fiquei a observando enquanto ela chegava na loura da recepção. Só passaram alguns minutos e ela já voltou cheia de sorrisos com um papel na mão.

Mais uma para sua coleção.

Ultimamente nenhuma relação dela era duradoura. Ela deixava rastros de corações partidos por onde passava. Boba eram as meninas que acreditavam que podiam mudá-la. 

-Consegui, vamos?

Falou rindo de orelha a orelha, pegando a bolsa e indo em direção ao caixa.

-Não sei como você consegue isso tão fácil.

-Tenho charme, amiga. Elas não resistem.

Riu debochada.

-Quero ver esse charme todo no luau amanhã.

-Nossa, estou muito ansiosa por essa festa. Vai ter muita garota de fora. Carne nova no pedaço.7

Falou esfregando uma mão na outra como estivesse observando um prato saboroso.

-Para de papo e vamos logo pagar isso.

Cheryl POV

-Você vai comigo mesmo amiga?

Falei enquanto almoçávamos na sala de casa.

-Com certeza. Vai que encontro aquele mulherão dando sopa por lá.

-Falou a que tem atitude pra chegar em qualquer mulher.

-Mas é ai que está, amiga. Ela não é uma mulher qualquer.

Ri do seu comentário quase me engasgando com o macarrão.

-Ai, ai. Só você mesmo. - Falei ainda rindo da sua cara sonhadora. - Às 1430 saímos. A consulta só é às 15h. Da tempo de sobra de chegarmos e eu preencher a ficha de paciente.

-Com certeza. O consultório é aqui pertinho.

-Pois eu vou subindo, porque tenho que separar umas coisas pra amanhã.

-Quer minha ajuda?

-Não, não é nada demais. Minha mãe pediu uns documentos do petshop, acho que pra declarar imposto de renda. Ela não especificou o motivo.

-Então, está bem. Daqui a pouco subo pra me ajeitar.

1430 saímos de casa. Vee estava nervosa devido a possibilidade dela encontrar Betty na clínica. Confesso que também estava ansiosa pra ver Toni.

-Estou arrumada demais? - Perguntou passando um brilho nos lábios.

-Não está não, amiga. Você está linda. E para que eu é que devia estar nervosa. Vai que esse ombro não dê mais jeito.

-Claro que dá. Você estará nas mãos das duas melhores fisioterapeutas do país. - Falou para me animar, mesmo que aquilo não fosse mentira.

-Ok, vamos indo logo antes que eu exploda de ansiedade.





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