Capítulo 1
🦋 Anelise Valentim 🦋
Ter que consolidar sua vida pessoal com seu trabalho nunca é fácil. Principalmente, quando você é obrigada a ficar até duas da manhã, servindo pessoas que aparentam não ter nada melhor para fazer.
Minha vida tem sido assim, há basicamente dois anos e meio, desde que resolvi sair da casa do meu pai.
A ideia no início pareceu ser fantástica. Sem ter que dividir coisas com meu irmão, sem falta de privacidade. Ou coisas do tipo, alguém tentando controlar meus passos. Mas, a realidade foi totalmente o oposto.
— Boa noite, em que posso ser útil?— Questiono entediada, segurando meu caderninho de anotar os pedidos, recebendo o olhar de desgosto da mulher, que está acompanhada de duas crianças, que não param quietas, desde que entraram na porcaria da lanchonete.
A megera parece me medir com o olhar, então, dou um suspiro, revirando os olhos, buscando paciência para aguentar mais duas horas nesse inferno, já que meu turno acaba antes das três.
— Eu quero batatas fritas!— Grita a criança mais nova, e noto a mais velha dá-lhe um empurrão de lado, para que fique quieta.
Eu mereço.
— Como o Enzo disse, vou querer duas porções de batatas fritas, três hambúrgueres e um refrigerante, de um litro e meio.— Diz e anoto, assentindo.
Vai querer veneno também? E vem cá, por que diabos as mães insistem, em chamar seus filhos de "Enzo"?
— Vai querer para levar ou comer aqui?— Pergunto, tentando não demonstrar minha impaciência.
— Para comer aqui, mesmo.— Responde com um sorrisinho falso, e assinto, indo até o balcão.
para minha sorte ou não, a peste do garoto mais novo, o tal de "Enzo", joga um sachê de ketchup nas minhas costas, que por sinal ele fez questão de abrir.
Argh! Que ódio!
Agora além de aguentar, esse uniforme ridículo amarelo, ainda ganhei uma mancha vermelha de brinde. Que maravilha.
[...]
Após algumas horas, o meu turno terminou, e como se não fosse o bastante ficar até tarde, ainda precisei limpar todas as dez mesas, que tem nessa droga de espelunca. Isso sem falar, varrer e passar pano no chão, fora os pratos que ficaram por minha conta, já que o cretino do meu chefe, fez questão que eu fosse a única trabalhando hoje.
Porco sem vergonha.
Terminei o que tinha para fazer, e saí porta à fora da lanchonete, sentindo o frio gélido da noite se fazer presente, mostrando como as noites, em São Paulo conseguem ser frias e solitárias.
Fui até o ponto de ônibus mais próximo e esperei pacientemente, rezando internamente para não ser assaltada, de novo.
É melhor prevenir do que remediar.
Depois de pegar dois ônibus, finalmente consegui chegar em casa. Estava bem cansada, mas precisei me força a permanecer acordada, já que várias roupas sujas estavam a minha espera. Tirei minha jaqueta e coloquei minhas chaves em cima da mesa, seguindo para a lavanderia.
O apartamento permanecia calmo, sem qualquer ruído, provavelmente Ethan, estava em alguma festa ou coisa do tipo.
Só para deixar claro, eu divido um pequeno apartamento de dois quartos, com meu melhor amigo Ethan, que de fato foi o único benefício nessa minha ideia maluca, de tentar mostrar que posso me virar sozinha.
O trato era dividirmos as despesas, e ele passar a ser independente dos pais, mas o tiro saiu pela culatra, e o idiota continua trabalhando para eles.
Otário.
Nós conhecemos, quando ambos tínhamos seis e sete anos de idade. Ele ajudou, o meu irmão a me tirar de cima, de um garoto que eu tinha acabado de socar. Naquele dia não só quebrei seu nariz, mas, também ganhei um amigo.
E embora seja meu melhor amigo, nunca apoiei seu estilo de vida. Já que vive aprontando, às vezes nem parece que, ele tem vinte e três anos.
💕Oii, tudo bem? Gostou do capítulo? Então, não esquece de votar e comentar. 💕
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nada mais que amigos, ou não? (DEGUSTAÇÃO)
HumorNADA MAIS QUE AMIGOS, OU NÃO?" Anelise Valentim, é uma garota de personalidade forte, que ao mesmo tempo consegue ser gentil e frágil. Ela possui sonhos e ideais diferentes, de seu melhor amigo, Ethan. Enquanto ele vive aprontando, a garota parece...