Entre Penas e Chifres

Capítulo 01 - O pavão que só sabe dormir e seus mistérios

  Um mundo onde híbridos de várias espécies habitam o mesmo local, seja eles ômegas, alfas ou betas. Desde animais frágeis como hamsters a lobos, tigres ou qualquer outra animal em local mais elevado na cadeia alimentar.
  Mas onde eu estou nessa cadeia? Estou na média de certa forma, sou uma cabra, uma cabra alfa lúpus. Pode parecer que não, mas sou um animal forte e com grandes habilidades de defesa, graças aos meus longos chifres consigo me defender completamente bem e além de tudo, sou muito popular na escola onde habito, meus enormes chifres são como um charme e o fato de eu ser um alfa lúpus o que é raramente presenciado na minha espécie, somente atrai ainda mais atenção para mim, resumindo: A cadeia alimentar não é algo que de fato eu tenha que me preocupar.
  Mas infelizmente, não sou o único que anda chamando atenção pelos corredores desta escola, outras pessoas que também chamam deveras atenção são os lobos e os tigres... Mas, tem uma pessoa em especial que tem chamado ainda mais a atenção de todos, essa pessoa é um pavão e pelo que eu saiba ele é um alfa também, não lúpus assim como eu, mas um alfa. Suas penas são coloridas, chamativas e radiantes, é possível notar seu brilho e suas cores ofuscantes mesmo estando fechadas o que significa que provavelmente ninguém poderá vê-las completamente já que pavões apenas deixam suas penas totalmente a mostra quando querem cortejar uma fêmea... E às vezes até mesmo outro macho ômega, já que isso não importa. Eu e ele nunca nos falamos mesmo ele sentando ao meu lado, durante a aula ele dorme a maior parte do tempo e assim que o sinal soa ele desaparece como se nunca estivesse lá, mesmo sua presença sendo chamativa, ninguém o nota saindo da sala e às vezes nem mesmo passando pelos corredores... Ninguém o nota, além de mim, não é como se eu estivesse interessado nele ou coisa do tipo já que isso também seria geneticamente impossível considerando que ambos somos alfas, mas sim porque sua presença me fascina e, ao mesmo tempo, me deixa intrigado... Como um pavão como aquele pode passar tão despercebido em certas horas como aquele? Suas penas parecem ser tão macias, queria poder tocá-las e vê-las a mostra, devem ficar ainda mais radiantes, essas são as categorias de pensamentos que me passam pela cabeça quando o olho.
  Com o passar do tempo, o admirando sentado ao meu lado notei coisas que provavelmente ninguém nunca notaria como, por exemplo, o fato de que quando está dormindo e sonhando ele balança suas penas um pouco e depois as inclina, não sei o que isso significa e nem se isso é algo bom ou natural de se acontecer, mas sei que ele faz isso. Outro fato é que quando ele está pensativo, fecha seus olhos e morde levemente seu lábio inferior direito, aprendi isso e muitas outras coisas apenas estando sentado ao seu lado, ele é um cara muito interessante e peculiar, isso fez com que um dos meus objetivos agora seja me aproximar do mesmo e descobrir ainda mais coisas sobre ele.
  Ah, acabei esquecendo de me apresentar, me chamo Yuddi e o homem do qual estou falando se chama Gyael, o pavão alfa de penas chamativas.

                   Narrativa da autora on

Gyael: Você se importaria de me emprestar sua caneta? De alguma forma perdi meu estojo – Diz o mesmo sonolento enquanto aponta para o estojo de Yuddi.

Yuddi: Caneta? Ah sim, claro, caneta! Aqui, a minha caneta – Empresta a caneta para o pavão dorminhoco.

Gyael: Obrigado, irei te devolver mais tarde – Sorri levemente para Yuddi.

Yuddi: Não tenha pressa, tenho canetas de sobra comigo – Retribui o sorriso.

Gyael: Está bem então, mas de qualquer forma irei te devolver...? – Termina a frase com um tom de questionamento sobre seu nome.

Yuddi: Yuddi, me chamo Yuddi.

Gyael: Ah sim, bem, eu irei devolver a sua caneta ainda hoje Yuddi.

Yuddi: Está bem então, Gyael.

Gyael: Oh, você sabe o meu nome.

Yuddi: É claro que eu sei, sento ao seu lado todos os dias, o único estranho aqui é você por não saber nem sequer o meu nome – Diz brincando.