Música: Repeat after me, The Weeknd
{todas as músicas da história estão na playlist - bizarre love triangle - que vocês encontram no meu perfil do Spotify - @mclarah}
equações equivalentes
Tentei manter o ritmo regular da minha respiração, mas logo senti minhas pernas pedirem descanso e tive a certeza de que não havia nenhum lugar em que o tempo passasse de forma tão lenta quanto no relógio do painel da esteira. Ignorei meu reflexo bagunçado no espelho à frente e desviei meus olhos para o visor do telefone, apoiado na estrutura de plástico ao lado da minha garrafinha de água. Fingi não me afetar pela ausência de notificações e pulei algumas músicas da playlist temática "Para correr", até chegar em alguma animada o suficiente para ignorar a fadiga e aguentar pelo menos mais uns dez minutos no mesmo ritmo.
Meus passos não estavam tão lentos, eu estava efetivamente correndo sobre o aparelho, mas a minha respiração pesada denunciava que já fazia um bom tempo desde que estive pela última vez nesse ambiente, no mínimo, hostil para pessoas que não fossem atléticas ou malhadas, como era o meu caso. E, ainda que a mensalidade caísse religiosamente na fatura do meu cartão de crédito, eu e a academia da universidade não éramos exatamente íntimas. Pelo contrário. A atividade física era sempre minha última prioridade — talvez nem possa ser considerada uma delas, o que nos leva ao motivo extraordinário de me aventurar pelas paredes espelhadas e pisos irritantemente brancos. Eu estava inquieta e depois de ter rodado na prova de Semiótica (eu sequer precisava da nota para ter certeza disso) busquei nos aparelhos de metal, pesos e caneleiras uma distração para gastar a energia acumulada e as calorias que ganhei quando decido descontar minha ansiedade em pipoca e barras de chocolate.
Eu estava frustrada por alguns motivos que não se resumem ao meu desempenho mediano na prova (sendo muito bondosa comigo) e o garoto de porte atlético que acabara de passar pela porta de vidro surgiu quase como uma mensagem do universo, me lembrando por que (ou melhor, por quem) eu estava tentando extravasar minha ansiedade e tensão acumulada dos últimos dias de ausência e seus eventuais motivos.
Eu ainda não tinha o veredito sobre exatamente o que significava o sumiço de Yoongi nos últimos dias. Talvez ele só estivesse ocupado trabalhando, estudando para uma prova, e tenha deixado o aparelho largado em qualquer canto do estúdio. Ou qualquer coisa que o impedisse de me mandar um simples olá. Improvável, eu sei.
Ou quem sabe eu só estivesse recebendo o merecido troco por ter feito o mesmo há pouco mais de uma semana com ele, ainda que depois da tarde agitada que tivemos juntos, em tese, as coisas haviam alcançado um outro patamar, não? Então qual seria o sentido de continuarmos jogando? Contando quem demora mais para responder o outro?
Eu realmente não sabia. E se havia algo sobre o qual tinha certeza era que eu seguia não entendendo o conceito de sexo casual. E se fosse mesmo isso, digo, sexo casual, não haveria então sentido mantermos contato. É isso?
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bizarre love triangle • BTS
Fanfiction"O que eu quero dizer é: não importa se Jung Hoseok já carimbou a boca de metade das minhas amigas, os seus amigos são intocáveis." May estava entre Hoseok e Yoongi. May não queria ser a hipotenusa de ninguém. shortfic | BTS | Jung Hoseok | Min Y...