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Música (vou deixar à escolha de vocês): Come over, Jorja Smith feat. Popcaan/ Golden, Harry Styles/ Gooey, Glass Animals

{todas estão na playlist que vocês encontraram no meu perfil do Spotify - @mclarah}


{todas estão na playlist que vocês encontraram no meu perfil do Spotify -  @mclarah}

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Eram quase seis da tarde quando minha campainha tocou. Eu não esperava ninguém em especial, por isso deixei o notebook e meu material de estudos em pausa para atender à porta. Só ao encarar os olhos castanhos do garoto esguio é que me lembrei que hoje era o dia do Taehyung.

Sinceramente não esperava vê-lo depois do "pequeno" abalo sísmico da última quinta-feira, quando eu, com uma ajuda qualificada, rompi o grupinho de amigos de Jung Hoseok entre aqueles que estavam pouco se lixando para quem eu deixava ou não de beijar e os outros, que defendiam a preciosa "irmandade". Não que as coisas fossem tão simples quanto colocar cada um dos garotos em um lado, os juízes da minha inquisição, decidir entre culpada e inocente para, no final, lavarem as mãos enquanto eu encarava a tela do meu celular tentando fazer a síntese do certo e errado, bom e ruim, analisando contatos bloqueados de um lado e mensagens por responder de outro. Homens julgando mulheres, nada de novo.

Óbvio que não era tão simples assim, mas, caso fosse, Taehyung, que me encarava com seu sorriso contido e olhos cerrados, estaria entre os juízes que me declararam inocente. Ou isso, ou ele só queria ter acesso ao seu estoque de entorpecentes que, estrategicamente, estava armazenado na minha dispensa. Independente do que fosse, ele estava aqui e não parecia só estar atrás de alguns paliativos para "curtir" melhor o seu final de semana.

Fazendo jus a nossa tradição, levamos o purificador de ar para a sacada dos fundos que manteríamos fechada por conta do frio e dos vizinhos, colocamos uma música para tocar e nos sentamos no chão. Enquanto isso, Taehyung fazia a sua arte. As palavras eram suas, antes que eu fosse acusada injustamente de fazer apologia a drogas. Eu só observava os seus dedos longos e lábios finos enrolarem com cuidado um cigarro de tabaco com cannabis enquanto Post Malone tocava no fundo. Clássica cena de jovens inconsequentes queimando frustrações no final de uma tarde de inverno.

Antes de acender, Taehyung encarou orgulhoso o seu trabalho e piscou para mim. A tal arte.

"Wook disse que essa é realmente boa, veio da Califórnia." ele deu de ombros sem muito acreditar na palavras do seu "fornecedor", antes de puxar o fumo para liberar, em seguida, a fumaça próximo ao purificador. O nosso pequeno "truque" para deixar o ar do apartamento limpo e, principalmente, manter os vizinhos curiosos longe.

"E você confia?" perguntei aceitando o cigarro e ele negou com a cabeça, esboçando um sorriso. Repeti seus movimentos com mais parcimônia, puxando o ar por menos tempo e observei seu sorriso finalmente se abrir por trás da fina cortina de fumaça. "Essas coisas... Até legalizarem, nunca saberemos mesmo o que tem aí." eu disse, nada otimista com a possibilidade. Quem sabe em um futuro remoto a Coréia, tão democrática, pararia de tutelar seus cidadãos como filhos de pais muito conservadores. Não que eu possa falar muito sobre a China.  

bizarre love triangle • BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora