Arco 1: Sonho da Manhã

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-Alerta de Gatilho: Aranha

Denovo, denovo, denovo. Sempre o mesmo sonho. Não importa oque aconteça, não importa quantos dias passam, meses, anos, séculos, esse sonho sempre volta. Ele não é um sonho que acontece todas as vezes que ela dorme, mas é, sem dúvida, o único que se repete. E já faz pelo menos 4 séculos. Ela era apenas uma criança, na época, ela e sua mãe estavam visitando o Vaticano, embora a comoção local fosse grande, não foram lá para comemorar o novo papa. Sua mãe sempre gostou de oferecer um jantar com seus amigos e familiares a cada 44 anos, sempre existem aqueles que faltam por questões de trabalho ou por não serem muito sociáveis, é claro, mas é uma grande festa todas as vezes, cheia de barris de vinho e comida até perder de vista. Aquele vez, contudo, era especial a ainda pequena Liss iria ao jantar pela primeira, afinal, segundo sua mãe: "99 anos já pode começar a beber um pouco de vinho!" Por mais absurdo que possa parecer, alguém tão jovem já começa a beber com pessoas que dizem que a festa só começa no 10º barril.

Liss estava desconfortável. quem não ficaria? Mesmo sua mãe parecia que já tinha passado da dose a, pelo menos, 3 barris, e já estava mandando os serviçais da casa arrumar mais. Durante esse momento de desconforto, assim que percebeu que duas grandes portas de vidro estavam entreabertas, rapidamente escapou do salão de festas e foi em direção a um labirinto de flores que tinha perto, não era sua primeira vez na casa, na verdade, Liss estava muito mais que habituada com como era cada uma das muitas moradas de sua mãe, mas algo parecia errado, a neve gélida do inverno estava caindo, incomum para a região, mas o'que mais chamou atenção foi as flores, elas estavam todas n]ao somente vivas, mas com cores ainda mais brilhantes do que um primeiro desabrochar de primavera. Vermelho. Branco. Preto. Amarelo. Cores tomavam o labirinto trazendo uma estranha alegria ao local. Liss se encontrava em profundo êxtase, e a única coisa que conseguia se perguntar é: "Quem fez isso? A tia Perséfone e a vovó Deméter não vieram hoje." Enquanto a jovem criança andava pelo labirinto cada vez mais admirada com a beleza da neve misturada com as flores, uma pequena aranha apareceu diante dela, embora inicialmente tenha se assustado um pouco, Liss lembrou que sua mãe falou que as aranhas são amigas e sua teia é o como o destino, por isso elas devem ser respeitadas. A criança rapidamente abaixa a cabeça para a aracnídea, que escala todo o corpo da menina até o nariz. Os olhos vesgos da jovem garota ao tentar olhar para a rainha reluzem com certa curiosidade e, em um rápido movimento, a aranha pula em direção ao chão, deixando para trás uma teia. Novamente lembrando das palavras de sua mãe, Liss começa a seguir a teia e, com seu conhecimento do labirinto, entende que a rainha a está levando para o centro, onde tem um pequeno vinhedo. Ou ao menos, é isso que ela esperava. Ao chegar lá, o'que ela vê são filhas rosas ao vento, uma pequena cerejeira de pouco mais de 1 metro de altura, e um garoto de cabelos escuros e olhos vermelhos, embora o primeiro instinto de Liss fosse falar com a outra criança na frente dela, ela não conseguiu dizer nada. Seus olhos vidrados na imagem do jovem garoto olhando para a cerejeira com pétalas ao vento, uma imagem bela, porém um tanto assustadora.

As lembranças desse dia sempre voltam e sonhos, agora Liss já tem 500 anos, na visão dos seus, ela ainda é apenas uma adolescente, embora ela já tenha um diploma aqui ou ali. Mas não importa quanto tempo passe, esse sonho sempre volta, e ao acordar, sempre a mesma pergunta.

-"O que vocês queriam dizer com aquilo?"

Continua....

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⏰ Última atualização: Sep 14, 2021 ⏰

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