NEJISAKU | Laços do Destino (EM REVISÃO)

XXXVIII

SAKURA

Segui Neji pela pequena casa. Passamos direto pela sala e paramos na cozinha.

Eu não tinha percebido que estava nervosa, tremendo. 

Eu tinha a sensação de que estava me preparando para pular do alto de um penhasco. Com certeza eu iria cair.

Mas eu também poderia voar.

- Vou fazer um chá para nós dois. - Neji me deu um pequeno sorriso e voltamos a ficar em silêncio. Os meus olhos acompanhando ele se movendo para todos os cantos da cozinha. Gracioso. - A minha mãe sempre dizia que quase tudo se resolve com uma boa xícara de chá.

- A minha mãe fala a mesma coisa. - Eu falo e nós dois trocamos um sorriso simples.

Neji me entrega uma xícara grande de chá preto e eu brinco com a alça da caneca enquanto sopro o líquido quente. Vejo-o virando o chá quase de uma vez e fico surpresa.

Ele é um Anbu agora, isso deve ser quase um teste de sua força. O que é um líquido quente queimando a sua garganta quando você pode ser morto por uma kunai envenenada?

Suspiro e bebo um pequeno gole do meu chá.

Olhando para o seu rosto ao meu lado, eu penso em tudo o que vivemos juntos. Em menos de vinte dias, Neji abalou completamente a minha vida, desfazendo minhas certezas e me salvando inúmeras vezes de mim mesma. 

Estar ao lado dele parecia ser a coisa mais certa do mundo para mim.

E eu não estou magoada com ele... Por um pequeno momento, eu o culpei pela morte do Sasuke, mas hoje eu sei o quanto eu estava equivocada.

As coisas que aconteceram... Bom, em parte foram minha culpa também.

Descansei a mão na minha barriga de três meses. E se eu não conseguir fazer isso? E se der tudo errado também?

E se eu errar com o meu bebê também, igual eu errei com Neji, e com o Sasuke...

Não, eu vou estar aqui.

Eu vou ver o meu filho crescer e serei a melhor mãe para ele.

- Você acredita que as pessoas são destinadas umas para as outras? Que existe uma alma gêmea para cada um e que devemos ficar com essa pessoa para sempre?. - Perguntei sem olha-lo.

Senti Neji ficar surpreso com a minha pergunta e seus olhos queimaram o meu rosto.

- Não sei... - Ele refletiu por um momento. - Se você me perguntasse isso a alguns anos atrás, com certeza a minha resposta seria sim. Que é óbvio que existem alma gêmea e somos destinados a ela desde que nascemos.

Olhei para minha palma e tomei mais um gole de chá. Eu não sei porque comecei a nossa conversa assim, e nem sei onde isso vai dar.

Eu só quero entender o que eu estou sentindo.

- Mas hoje... - Ele continua e sou obrigada a olha-lo. - Hoje eu acredito que não. Sabe... Destino e alma gêmea... Eu acho que não consigo mais acreditar nisso.

- Por que não? Até onde eu saiba, a sua vida inteira você acreditou que o destino era decidido no seu momento de nascença... Aquela vez, com o Naruto... Você falou que nada do que você faça pode mudar isso. - Acusei.

Neji franziu a testa, absorvendo as minhas palavras.

- Eu falei... Mas o Naruto-kun me fez entender que as coisas não são assim... Nem tudo precisa ser tão preto no branco. - Ele ficou em silêncio e eu tomei mais um pouco do meu chá. - Hoje eu já consigo ver, Sakura-chan, o quão ridículo é isso de destino. - Meu coração se apertou por ele não ter me chamado de doutora. - Parece que as pessoas não têm escolha... Sabe? Elas foram feitas uma para outra, e devem aceitar isso. É um tanto radical, e bom... incorreto. Não é justo.

- Faz sentido. - Ponderei. - Mas se a gente não acreditar em destino... No que vamos acreditar?.

- Em nós mesmos. - Neji falou me dando um de seus lindos sorrisos. - Mas por que está me perguntando isso?.

- Acho que, assim como você Neji-kun, eu também cresci acreditando nisso, em destino. - Eu confessei. Vi seus olhos se abrindo um pouco mais em surpresa. - Por toda a minha vida, desde criança, eu acreditei que o meu amor sempre seria o Sasuke-kun... E por muito tempo, ele foi. O Sasuke é o amor da minha vida. - Falei sorrindo me lembrando da conversa com Naruto. - Mas eu acho que, às vezes, o destino forma laços que fogem do nosso controle. E por mais que tenhamos medo... Bom, é impossível fugir disso.

Seus olhos estavam cravados nos meus, como se estivesse gravando o meu rosto e as minhas palavras.

- Mas hoje, como você falou... - Continuei. - Acho que isso de destino não existe mais. Acho que se acreditarmos fielmente nisso, simplesmente deixa de ser amor.

- O que quer dizer? - Neji me perguntou confuso.

Foi impossível não abrir um sorriso triste.

- Acho que o amor, é quando você escolhe. - Lembrei da explicação do Naruto sobre o amor para a sua vida. Neji representava isso para mim. Ele não foi feito pra mim, mas ele se tornou perfeito. O encaixe era único, correto... Certo. - Você não sente que foi feito para aquela pessoa, nem ela foi feita para você. Mas vocês escolhem ficar juntos. É impossível ficar junto para sempre só porque o destino decidiu.

Porque as pessoas podem mesmo se encontrar por acaso, mas só ficam juntas se quiserem, se realmente quiserem...

E nesse momento, ficar com Neji é o que eu mais quero.

- Acho que entendo... Você não fica a vida inteira com alguém por acaso... Fica porque escolhe. Todos os dias escolhe lutar por isso. - Ele completou. Seus olhos brilhavam nos meus. 

- Eu quero lutar por você, Neji-kun, eu escolho lutar por nós dois.

- Eu também, doutora. Eu preciso lutar por você, Sakura, porque eu te amo.

Sinto um sorriso abrir em meu rosto, e algumas lágrimas embaçarem a minha visão.

Seus olhos ainda prendem os meus e a sua boca captura a minha em um beijo doce, gentil. Eu me sinto cativa e não quero fugir.

Minhas mãos sobem pelo seus ombros e se prendem em sua nuca, aprofundando mais o nosso beijo. Sinto as mãos de Neji me puxando, me fazendo levantar da cadeira sem interromper o contato das nossas línguas.

Como eu senti falta disso.

- Eu te amo, Neji-kun. - Sussurro separando nossos lábios. Seus olhos brilham mais, e agora éramos uma mistura de mãos, braços e pernas.

Não sei como, mas em algum momento notei que já estávamos sem as nossas roupas.

Neji beijou o meu pescoço e desceu até os meus seios. Foi impossível controlar o gritinho que fugiu dos meus lábios. Ele me olhou surpreso.

- Desculpe, acho que só estou muito sensível. - Murmurei envergonhada.

- Não se preocupe, doutora, vou cuidar direitinho de você. - Um sorriso de lado abriu em seus lábios e Neji me deu um olhar malicioso.

Senti o meu corpo queimar.

Seus lábios voltaram a chupar os meus seios, agora juntos e eu não conseguia parar de gemer.

Eu era apenas uma massa ofegante em cima da cama.

- Neji-kun... - Eu gemi de novo quando ele finalmente deixou os meus seios. Seus olhos brilharam ao encontrar a minha barriga levemente proeminente e ele me deu um beijinho ali. Foi impossível não sorrir.

- Vai ser do meu jeito dessa vez, doutora.

FIM.