eu.

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Aqui e agora,me pergunto quando foi que eu comecei a me perder em você

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Aqui e agora,
me pergunto quando foi
que eu comecei a me perder em você.

A tragédia mais bela que eu já vi


꧁ ❖ ꧂


Kageyama tensionou as costas e, em uma fração de segundo, o sorriso arrogante em seu rosto sumiu, dando espaço a uma expressão forçada de indiferença. Aquele tipo de indiferença que esconde reações e emoções indesejáveis demais para serem expressadas.

Um suspiro prendeu em sua garganta, não um de prazer ou satisfação, mas sim de irritação. Algo que, hodiernamente, estava sendo um sentimento um tanto comum pro menino de olhos azuis. Tobio Kageyama não estava mais conseguindo lidar com suas próprias ações irracionais que ficavam cada vez mais impulsivas. E aquilo o enlouquecia, ele nunca havia sentido antes tanta necessidade de ser imprudente.

Queria cometer uma loucura, o pior tipo delas.

Nem mesmo ele sabia o que estava acontecendo consigo. Ou melhor, não sabia o que ele estava sentindo. Essas mudanças de humor loucas e sem sentido. Esse ardor no peito junto dos batimentos ritmados.

Na realidade, ele até sabia que gostava de um certo ruivo. Não era tão burro assim. Até porque, era impossível ignorar o seu coração acelerado como um louco quando o ruivo chega muito perto de si. Seus pensamentos estranhos começavam a ser românticos e ardentes demais pra ser apenas um fruto de um sentimento de amizade. Mas ele não tinha ideia de que essa simples paixão — que provavelmente duraria pouco, pensava ele — poderia desencadear um sentimento tão ruim como o que ele estava vivenciando agora.

Uma corrosão em seu ego. Ele o descreveria assim.

Ninguém, além de si mesmo, havia criado tantas expectativas com aquela relação entre ele e Hinata — seu colega do time de vôlei. Ele sabia que era inevitável, desde o começo. A personalidade do ruivo era apaixonante. Espontâneo, energético, ambicioso. Facilmente se encantaria por ele. Mas, mesmo assim, não poupou os sentimentos que insistiram em aflorar em seu estômago. Ah, tinha que ser o Shoyo Hinata!

Por isso, não negou ou resistiu ao aperto no peito e a vontade súbita de se isolar.

— Preciso ir. — avisou, de repente, e logo saiu da quadra de vôlei em que se encontrava. Os passos apertados de Kageyama denunciavam a pressa e o estresse sem sentido era visível na tensão de seus músculos das costas.

O ruivo virou a cabeça rapidamente e o observou por uns instantes. Viu Kageyama sair do local sem olhar pra trás, nem mesmo deu um abraço de despedida no mais baixo como de costume. Hinata inflou as bochechas, irritado.

Sinceramente, Hinata estava sendo tratado de uma forma bem duvidosa por Kageyama. O mais alto ficava irritado sem motivos e, às vezes, o evitava veementemente — fora quando eles não estavam treinando jogadas de vôlei. Até porque, mesmo que Kageyama tentasse, ele não conseguiria ficar sem jogar vôlei por muito tempo, e nem ficar muito tempo sem ver o ruivo.

(im)pulsos: KAGEHINAOnde histórias criam vida. Descubra agora