nós.

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Eu gosto da rouquidão da sua vozquando você dizque não me querdo jeito que eu te quero

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Eu gosto da rouquidão da sua voz
quando você diz
que não me quer
do jeito que eu te quero.

Inconsolável solidão


꧁ ❖ ꧂


Hinata sentiu suas mãos ficarem inquietas.

Na realidade, seu corpo todo estava nervoso, quase à beira de um colapso. E ele conseguia ver que Kageyama estava do mesmo jeito, ansioso desde o momento em que perguntou se eles poderiam conversar. Eles ficaram em silêncio o caminho todo para fora da quadra. Agora, eles já estavam longe o suficiente de todo o barulho dos times de vôlei jogando.

O lugar que o moreno havia o conduzido era muito bonito. Na primavera, poderia ser considerado um dos lugares mais delicados da cidade. Uma árvore Cerejeira Sakura ficava ali, as pétalas na cor rosa costumavam chamar atenção de cada pessoa que passasse por ali.

Mas, bem, não é primavera.

Então a chuva fez questão de levar todas as belas pétalas consigo, deixando a árvore vazia e até mesmo melancólica. Apenas galhos tortos e secos junto de um tempo nublado. E, de certa forma, era exatamente assim que Kageyama e Hinata se sentiam naquele momento.

Ali, os dois se olhavam com certa mágoa um para o outro. Por um tempo, eles apenas ficaram se olhando, sentindo falta um do outro. Se perguntando em como aquela amizade de anos se transformou naquilo.

No fundo, eles sabiam. Sabiam que a conversa que eles estavam prestes a ter mudaria muita coisa que dificilmente seria revertida. Sabiam que muita coisa estava em jogo.

Coração apertou-se de uma forma como se soubesse que está por vir.

— O que foi aquela mensagem? — Kageyama perguntou, direto, sem querer deixar o assunto principal pra depois.

O tom do menino mais alto fez com que Hinata sentisse um arrepio percorrer por sua costela. Havia tanta chateação carregada naquela frase que foi até mesmo difícil de ouvir.

O ruivo lembrou do sentimento estranho de quando escreveu a mensagem e mando, sem pensar duas vezes. "Irei fingir que nós não nos beijamos, faça o mesmo."

Sentiu a vergonha bater em suas bochechas e seu estômago revirar.

Hinata virou o rosto para o lado, tentando não ver mais os olhos tristes do mais alto. Então ele disse:

— Eu me arrependi de ter te correspondido ontem, por isso eu disse que era pra fingir que nada aconteceu.

Hinata sentiu sua boca ficar seca como nunca e engoliu a saliva que se acumulava em sua garganta, ainda sem olhar nos olhos do mais alto.

(im)pulsos: KAGEHINAOnde histórias criam vida. Descubra agora