Josh e Noah só possuem duas coisas em comum, o talento no basquete e o mesmo sobrenome. Filhos do mesmo pai, os meios irmãos vivem em uma relação que está bem longe do amor familiar. Tudo piora quando Josh recebe a notícia de que seu irmão bastardo...
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– Você tem certeza?
– Pela décima vez, cara, sim, tenho certeza – Bailey diz já sem paciência.
– Isso não pode acontecer.
– Já aconteceu. – Dessa vez é Alex que revira os olhos.
– Dá para você sentar, tá me irritando esse seu vai e vem – Quando Sabina reclama só aí percebo que estou há um bom tempo andando de um lado para o outro.
Despenco em uma das poltronas da enorme sala de Sabina e passo as mãos pelo cabelo.
– Josh, você está agindo como se fosse o fim do mundo. – dessa vez é Sina que fala.
– Ter que dividir a quadra com um bastardo babaca que vive inventando um mundo de mentiras sobre o meu pai é quase isso para mim. – Digo exagerando um pouco.
Recebi a notícia a mais ou menos uma hora. Noah Urrea Beauchamp acaba de ser anunciado no twitter do United Ravens. Meu meio irmão no MEU time, justo nos dois últimos anos que eu tenho que mostrar para a Duke o meu melhor. Sem distrações, a pressão vinda do meu pai e a expectativa dos torcedores em cima de mim é gigante. Ter Noah na quadra é a última coisa que eu precisava.
– O cara é bom. – Me desperto com o comentário vindo de Alex que olha um vídeo no celular acompanhado de Sabina, Sina e Bailey.
– E gato – Sabina pega o celular de Alex e aproxima a tela com a ponta dos dedos. – UOU, muito gato! – Era só o que me faltava.
– Chega, vocês não estão me ajudando. – Meu tom exala a raiva que estou sentindo. – Vou embora e não, não quero a companhia de ninguém. – Direciono a minha última fala para Sina antes que ela venha junto. Sem esperar que alguém fale algo, simplesmente sumo dali em direção a minha casa.
Assim que eu entro porta adentro, ouço meu pai me chamando de seu escritório. Subo as escadas então respirando fundo, chego à sala com decoração antiga, típica de filmes de Hollywood com direito a prateleiras de madeira rústicas e até a uma cabeça de cervo pendurada – o que me causa arrepios. Estou torcendo para que ele não tenha visto a notícia. Mas ao olhar o jornal de Tree Hill em sua mão com o rosto de Noah estampado, meu estômago embrulha automaticamente.
Ao notar minha presença, meu pai indica para que eu sente na cadeira de couro em frente a sua mesa e eu o faço. Ele então coloca o jornal em cima de sua mesa e fica um tempo me encarando, o que é torturante e me faz pensar seriamente em fugir dali. Até que finalmente fala.
– Alguma vez te contei o motivo pelo qual eu e Kyle nunca nos demos bem? – Eu nego com a cabeça, apreensivo com o que viria a seguir. – Porque seu tio sempre foi o orgulho de nossos pais, notas excelentes, nenhuma briga no currículo acadêmico dele. Era o aluno perfeito. E eu? O lobo mau da família que só se importava com o basquete. - A voz do meu pai era carregada de frieza, raiva, o que me faz gelar por completo. - Não adiantava o que eu fazia Joshua, nada adiantava, e eu tentei, tentei muito. Seu tio tem o nome do seu avô mesmo sendo o mais novo. O Kyle do seu nome foi porque meu pai queria que o neto preferido dele tivesse o nome dele, acho que é assim que ele marca as pessoas que ama. - Ele solta uma risada sem graça alguma e então se ajeita em sua cadeira, pegando uma folha em suas mãos. - Tomei a liberdade, como pai de Noah, de conferir as notas do meu caçula. - Simon jamais se referiu a Noah como se fosse seu filho e isso me atinge com uma pontada no peito. - Sabe o que eu vi, uma média excelente, notas realmente notáveis. Bem ao contrário das suas. Você sabe quantas bolsas são oferecidas em Duke para atletas no basquete? Uma, apenas para o melhor... o melhor em tudo.
