T1 C3: Condição.

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João cruza a porta com a Glock em mãos, Claudio sai logo atrás com a espingarda e Bruna para na entrada do apartamento. Os dois analisam o corredor deserto e se aproximam em passos lentos do corpo no chão. O policial analisa o cadáver e olha para o homem ao seu lado. 

– Você matou? 

– Sim, vocês despencaram da escada e ele estava pronto para atacar. 

– Foi legítima defesa, mas terá que prestar contas sobre a morte desse homem. - João diz. 

– Não parecia bem um homem, mas que seja. - Claudio dá os ombros e desvia o olhar para o pé da escada. – Não é aquilo que viemos buscar? - aponta.

João olha, vê seu rádio e rapidamente pega o aparelho. Os grunhidos próximos alertam a dupla e, sem se arriscar, eles correm de volta para o apartamento. Bruna fecha a porta assim que os dois entram. 

– Conseguiram? - ela pergunta fitando ambos.

João balança o rádio como resposta. 

– O que está esperando? - Claudio encara o policial. 

João liga o walkie-talkie e reconfigura o aparelho. Os chiados dominam nos primeiros segundos, mas o sinal logo se estabiliza. 

– Lance, é o João. Está aí?

Os três têm os olhos sobre o aparelho. O silêncio reina.

– Lance? Está na escuta? Responda, por favor. 

 João, graças a Deus! - a voz surge. – Onde você está? 

– Ainda estou no prédio, no apartamento de um dos moradores. E você?

– Pergunta do menino! - Bruna fala. 

– Também estou, o garoto está comigo. Estamos no último andar, no depósito de materiais. 

– Não saiam daí. Estou indo buscá-los. - João avisa.

– Malcon e Ramires? Sabe deles? 

– Estão mortos. - João respira fundo após dar a notícia. – Foram atacados por aquelas pessoas. 

– Caramba, cara. - o nervosismo em sua voz é notório.  Que tipo de porcaria está acontecendo?

– Não sei. Lance, as coisas estão feias lá fora e o exército  está nas ruas. Vou tirá-los daí e precisamos voltar urgentemente para a delegacia. - João diz sob os olhares atentos de Bruna e Claudio. 

– Ok. 

– Que bom que o garoto está bem. - Claudio se pronuncia após a comunicação ser finalizada.

– Precisamos tirá-los do depósito. - João o encara. 

– E você vai subir aqueles degraus de novo e ir em direção ao perigo. - Claudio constata. – É corajoso, Rodrigues. - diz depois de ler novamente o sobrenome na plaqueta presa à farda. – Mas pode não ter a mesma sorte que teve na primeira vez.

– Por isso conto com vocês. Conhecem o prédio e podem me levar até lá mais rápido.

– Não vou colocar minha filha em perigo. - Claudio é rapido ao recusar. 

– Pretende ficar trancado aqui por quanto tempo? - João prende o rádio no cinto e volta a encarar Claudio. – Precisamos sair daqui e procurar as autoridades. 

– Tem minha resposta. - cruza os braços.

João olha para Bruna e implora com os olhos por ajuda. A garota entende o recado.

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