hogwarts

183 27 56
                                    

A última batalha de Hogwarts havia sido um momento de extremo confronto, onde o impensável finalmente aconteceu: Voldemort havia caído. No entanto, a vitória tinha um gosto amargo, pois as mortes que a acompanharam deixaram uma marca indelével na alma de todos. A tristeza e a melancolia eram mais palpáveis do que nunca, mesmo em meio à derrota do Lorde das Trevas.

A batalha testemunhou cenas de horror que ultrapassaram a tortura física, afetando as relações familiares e amorosas. Crianças enfrentaram seus próprios pais, amigos se separaram no abismo da morte, e pessoas perderam aqueles que eram mais importantes para elas. A guerra trouxe uma dor profunda e dilacerante, mudando a vida de todos para sempre.

Aquele conflito prolongado e aterrorizante deixou marcas eternas em Hogwarts. A escola já não era o refúgio seguro de antes, o lugar onde jovens bruxos e bruxas aprendiam magia e criavam memórias preciosas. Agora, era uma testemunha das cicatrizes da batalha, do sacrifício de muitos e do vazio deixado por aqueles que não voltaram.

A força daqueles que conseguiram terminar o ano letivo era admirável, pois enfrentavam uma realidade que parecia ter perdido o brilho. Olhavam uns aos outros com a lembrança dos amigos que se foram, com a saudade dos professores que já não estavam lá para guiá-los. Cada passo em frente era uma homenagem a todos que haviam dado suas vidas para aquela vitória, mas também um lembrete constante das perdas que sofreram.

A vida continuava, mas as sombras daquela batalha sempre estariam presentes. Os sobreviventes aprenderiam a conviver com as lembranças, a honrar aqueles que partiram e a construir um novo futuro, mas jamais esqueceriam o preço que tiveram que pagar por aquela vitória. E, talvez, no meio de tanta dor, encontrassem maneiras de transformar a escuridão em força, construindo um mundo mais justo e pacífico em memória daqueles que se foram.

O garoto relutantemente ponderou sobre aquela opção de resposta enquanto se concentrava em seu dever de Transfiguração. A garota loira ao seu lado parecia impaciente, seus lábios roçando de forma provocante em seu pescoço.

— Neville... – a voz de Hannah Abbot murmurou, abraçando suavemente sua cintura.

— Me desculpe, Hannah. Tenho que terminar isso. – Ele colocou a pena de lado e beijou gentilmente a testa dela. — Prometo que farei algo especial depois.

— Está bem. – Ela assentiu com um sorriso afetuoso. — Passe no meu dormitório assim que for permitido. Eu te amo, Neville. – O sorriso dela se ampliou enquanto ela apertava carinhosamente sua mão.

Neville retribuiu o aperto de mão, expressando um sorriso caloroso. No entanto, ele se conteve, incapaz de verbalizar seu amor da mesma maneira que ela. Embora fosse um namorado atencioso e cuidadoso, o sentimento profundo que ela nutria por ele não parecia ter sido reciprocado.

Era um dilema que o atormentava há três anos. Neville Longbottom era um parceiro dedicado, demonstrando carinho, proteção e zelo, mas o amor verdadeiro não florescia dentro dele. Ele havia decidido propor casamento a Hannah após o ano letivo, uma decisão pragmática que visava a estabilidade e o compromisso, embora a falta de um amor profundo fosse evidente.

— Lamento dizer, mas a presença de todos é obrigatória. Acredito que Abbot adoraria vê-lo no baile. – Minerva McGonagall falou sem tirar os olhos do livro, sua voz parecendo quase automática.

— Professora...

— Não me force a tomar medidas, Longbottom. Custa a crer que um dos heróis da guerra não tenha vontade de comparecer a um baile.

𝐌𝐲 𝐁𝐫𝐨𝐧𝐳𝐞 𝐆𝐢𝐫𝐥 - Neville Longbottom Onde histórias criam vida. Descubra agora