Doravante.

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Doravante.

Vamos andar de bicicleta.
Sinta o vento abaixo de seus pés.
Vamos andar juntos. 
Em equilíbrio, livres.
Apenas aproveite a brisa gélida deste fim de tarde.
Beijando suave teu rosto.

Sinta a paz, a liberdade em duas rodas e algumas pedaladas.
Tudo o que precisamos
Rodas girando
O último raio solar 
Refletindo em nossa pele 
O tremor sob o caminho
Não é nada comparado aos tremores do meu coração.

Nosso amor é como um eterno andar de bicicleta.
 

'♡🚲.

— Vamos andar de bicicleta!

Anunciou a voz do garoto que passava pela puberdade, feliz, em expectativa.

— É tarde, não posso. Os meus pais…

Disse-lhe o outro, baixo, triste, receoso.

— Fizemos isso outras vezes, não fará mal só essa, é a última, lhe juro. Te espero lá!

Chamada terminada, um juramento de mentira e uma espera que não demoraria a ser acabada.

Uma fuga costumeira, sem problemas.

A bicicleta azul. Velha. 
Sem freios, sem graça, tal como o dono.

Pedaladas apressadas, olhares para trás, a casa distante dos olhos, um suspiro aliviado, os globos oculares focados no caminho a frente. 

Batimentos cardíacos em sincronia com as pedaladas.

Não longe, a bicicleta vermelha, encostada nela, ele.
O garoto de sorriso fácil, manipulador, o causador de suas fugas, do coração acelerado, de lhe trazer ao mau caminho da desobediência.

— Vamos para o lugar de sempre?

Um assentir, sem se importar com seus progenitores. 
Zhou Zishu queria sentir-se livre naquela tarde. 
E não só a sensação reconfortante da bicicleta.
Wen KeXing, ele queria estar ao lado dele.

A bronca de seus pais não seria nada, contanto que tivesse a presença do rapaz ali.
Consigo.
Naquela aventura de duas rodas.

A estrada vazia, a imensidão azul ao lado, o vento gelado do fim de tarde, o mágico sentimento.
O sentimento de ser liberto de uma gaiola escura e álgida na qual suportou passar sua vida por anos.

Onde, finalmente, aproveitaria o restante de suas forças para bater forte as asas o tanto que lhe fosse permitido, 
onde seu último suspiro valeria a pena.  

Uma paz impossível de ser descrita, mas que facilmente pode ser sentida.

No caminho que seguiam, concentrados em aproveitar do mesmo sentimento.

O jovem Wen apreciou seu companheiro, distraído, expressão serena, cabelos negros em uma dança bonita com a brisa, e o seu sorriso sublime.
Tão bonito quanto o entardecer que se iniciava.

Mas seu momento de admiração não demorou muito. 
Zhou Zishu pedalou sem demora, deixando um abismado Wen KeXing para trás.

E quando esse lhe alcançou, seus olhos se encontraram, e era quase impossível tirá-los dali.

Os lábios do rapaz curvaram-se, e Wen KeXing repetiu o ato. Dando-lhe um enorme sorriso.

Zhou Zishu abriu os braços deixando que o vento lhe abraçasse, pálpebras fechadas, aproveitando a sensação de plena paz. 

Bicicleta - WenZhouOnde histórias criam vida. Descubra agora