Parte 2 - A SALA DA CALDEIRA

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Yaman

Ouvir o "clic" da porta se trancando foi minha deixa para correr para ela.
Desta vez a puxo pela lapela do casaco e a trago para mim.
Não pensei em mais nada, fiquei cego, só precisava provar aquela mulher petulante e irritante e deliciosa.
Invadi sua boca como se minha vida dependesse disto. Talvez dependesse mesmo, porque se não a beijasse naquele momento eu provavelmente morreria.
Sua resposta ao meu beijo me deixou ainda mais selvagem. Ela se entrega.  Seus lábios se abrem para mim, seu corpo se cola ao meu.
Arranco seu casaco e jogo longe.
O meu também foi parar no mesmo hemisfério que o outro. Removo as barreiras que nos separam. Nossos casacos, a saia dela, sua blusa, minha blusa. Queria sentir a pele dela na minha.
Seu sabor doce e sua língua macia me deixam ainda mais sedento.
Ela passa os braços em volta do meu pescoço e eu aproveito o momento para agarrar sua bunda e a puxar para meu colo, fazendo com que suas pernas envolvam minha cintura.
A tia de Yusuf sorri para mim em aprovação. Era um sorriso tímido e eu me senti privilegiado. Até agora só o que vinha dela eram palavras raivosas e olhares severos. O sorriso dela iluminou aquela sala escura.
Com minhas mãos firmes em suas nadegas, a empurrei contra a parede.
- Tem ideia de como está me deixando?
Falo sem fôlego, entre um beijo e uma mordida.
- Tenho.
Ela fala corando. Adorável!
- Você é um perigo! - digo um pouco mais ríspido do que pretendia.
Ela finca as unhas nos meus braços.
Nós estávamos ali, ela ainda com sua roupa íntima. Linda. Eu com minhas calças. Nossa pele estava em contato mas eu precisava de mais!
Mantenho uma mão em sua bunda e a outra trago para cima e afasto o tecido do sutiã, revelando o seio pequeno com picos duros apontando para mim.
Sem resistir levo minha boca até um deles e me delicio.
Allah! Ela era toda saborosa!
Esfrego minha ereção dura contra sua virilha, mostrando que eu estava mesmo louco por ela.
Seu gemido me confirmou que ela também estava.
Mantenho minha boca chupando o mamilo enquanto ela se derrete com minha mão livre a passear pela sua pele.
Diabo de mulher gostosa!!
Aquela perfeição estava Ia para meu deleite agora. Eu não pretendia ser tão selvagem, mas ela tirava todas as minhas resistências. Era tudo bom demais.
Suguei seu outro mamilo, arranhando sua pele com minha barba.
Ela soltou um gemido que fez meu sexo ficar ainda maior e mais duro.
Suas respostas aos meus toques estavam me encorajando a ir com mais vontade.
Sem consegui me conter, abri o botão da minha calça e libertei minha ereção.
Estou tão louco que será difícil aguentar por muito tempo.
Minha mão desliza para seu sexo e percebo que a calcinha está encharcada. Ameaço afastá-la para o lado mas sinto seu corpo se retesar pela primeira vez.
Naquele momento me dou conta de uma coisa. Algo que não me ocorreu quando fiz a proposta de tomá-la hoje.
A tia de Yusuf era virgem. Os sinais estavam ali, mas não percebi até aquele momento.
Seus movimentos tímidos, seu rubor na face, sua resposta tão espontânea e contida aos meus avanços. A mulher era virgem.
Aquilo mudava tudo.
Eu tinha duas opções.
Parava tudo onde estava ou continuava de algum jeito sem tirar totalmente sua inocência.
Olhando para o jeito que ela se contorcia de prazer sob minhas mãos, não tinha como parar. Ela queria aquilo tanto quanto eu.

Deixo sua calcinha onde esta, mas posiciono minha ereção nua sobre seu clítoris e começo a me movimentar, esfregando sua parte sensível com força. Somente o delicado tecido estava entre nós agora, mas era melhor assim. 
Ela gemeu com cada esfregada minha.
Voltei minha atenção para seu seio, mantendo o movimento de vai e vem no meu quadril, atiçando seu ponto sensível.
Nós dois estávamos loucos de desejo.
Seus gemidos começaram a ficar mais altos e mais fortes até que....
- Ahhhhh
Ela grita.
- Aaahhhh
Eu também grito. Meus jatos quentes voam para a parede.
Estou respirando rápido, meu coração  está acelerado.
Ela fica mole em meu colo, está também exausta.
Se ela não estivesse tentando roubar meu legado eu teria proposto que aquilo fosse duradouro.
Eu teria adorado fazer esta flor desabrochar sob minhas mãos, mas nossa realidade era outra .
Apesar disto, eu a beijei com cuidado desta vez. Nossos lábios agora estavam calmos, saboreando um ao outro. A febre de antes tinha se arrefecido, ainda que não estivesse totalmente satisfeito, uma parte de mim estava agradecida por te-la ali nos meus braços e por ter feito ela ter um momento de prazer.

*******

Seher

Como descrever o que tinha acabado de acontecer comigo?
Como descrever o que aquele homem agora significava para mim?
Ele era meu anjo ou meu demônio?
Se não fosse pela recusa dele de entregar seu sobrinho, aquele teria sido o momento mais bonito da minha vida.
Percebi que ele quis preservar minha virgindade e aquilo me emocionou.
Eu estava pronta para me entregar, meu corpo pedia por isso e esta força dentro de mim que não entendo tirou qualquer resquício de vergonha na cara.
Então sim, eu teria me entregado àquele homem.
Mas as coisas não eram assim simples.
Yaman Kirimli ainda era meu inimigo e continuaria a ser até que Yusuf estivesse em meus braços.
Ele me coloca no chão com cuidado e se vira para fechar sua calça.
Eu não me contenho e pergunto.
- E agora? Voltamos a ser inimigos? Voltamos a estaca zero?
Eu digo temendo sua resposta. Como ele não diz nada, eu pergunto.
- Você tem algo para me dizer?
Devagar ele se vira para mim. Suas mãos estão fechadas, seus punhos apertados como se ele estivesse contendo sua força ali. Seu olhar é de sofrimento.
- Eu te odeio
Ele diz com a voz fraca, como se estivesse  tentando convencer a si mesmo.
- Eu também te odeio.
Respondo, certa de que estou dizendo a verdade, mas algo dentro de mim grita la do fundo que isto não é assim. Esta voz que eu tento calar também grita que não posso odiar alguém que me fez sentir tudo que senti aquela noite.
Ele permanece olhando para mim como se eu fosse seu pior inimigo. Eu provavelmente sou mesmo porque quero tirar seu sobrinho, meu sobrinho, dele.
- Por que você ficou? - ele pergunta.
- Porque eu não pude partir - minha voz quase normal me surpreende. De que adiantaria mentir a esta altura?
- Por que?
- Por que eu sou uma fraca. Por algum motivo, quando você chega perto de mim eu...
- Você não consegue se afastar.
Eu não sei se ele estava falando de mim ou dele mesmo.
Nós dois queríamos aquilo e não pudemos evitar. A questão que ficava era "e agora?"
Ele passa as mãos pelos cabelos negros. Parece nervoso. A visão da sua mão me faz tremer um pouco quando me lembro onde ela estava há poucos minutos.
Ele me observa e de repente me dou conta do meu estado. Minha roupa estava no chão, meus seios à mostra, vermelhos e sensíveis.
O homem me atacou como um selvagem e, que Allah me perdoe, mas eu gostei.
Me arrumo sob o olhar penetrante dele.
O tio de Yusuf acompanha cada movimento meu. Eu vou recolhendo minhas peças de roupa espalhadas pelo lugar. Coloco meu seio para dentro. Visto minha roupa. Ajeito meu cabelo.
Minhas bochechas estão muito quentes.
Ainda estou encharcada da chuva e toda desgrenhada, mas ajo como se estivesse seca e limpa.
Abaixo para pegar minha bolsa e me dirijo a porta para sair.
Quando passo por ele, agarra meu braço.
-  Você não vai a lugar nenhum
- Vai me prender aqui?
Ao invés de responder ele me arrasta para fora da sala e eu não tenho outra opção se não segui-lo. Qualquer dia eu consigo fazê-lo andar do meu lado como uma pessoa civilizada, mas por hora, aparentemente, eu sou seu saco de batatas particular para arrastar de la pra cá.
- Me solta, seu selvagem!
Ele não para. Passamos pelo jardim, chegamos a entrada da mansão. Ele abre a porta com força e continua me arrastando.
Subimos as escadas comigo aos tropeços.
- Me solta!
Eu grito
- Me solta agora!
A mansão parece abandonada porque ninguém aparece para impedi-lo.
Quando chegamos ao andar de cima, ele me leva até a porta de um quarto. Fica perto do quarto do Yusuf. Sei onde é porque estive aqui antes.
- Você enlouqueceu de vez? O que pretende fazer?- continuo sem entender nada.
- Entre! - ele ordena abrindo a porta e me jogando lá dentro.
-  A partir de hoje você vai morar aqui.  Vai cuidar de Yusuf, vai se manter longe da minha vista e não vai mais me causar nenhum problema, entendeu? Yusuf não sai daqui.
Eu não conseguia responder a aquilo.
Ele aproxima seu rosto do meu e eu achei que me beijaria, mas ao invés disto fala em uma voz grave e baixa.
- Não se engane pelo que aconteceu. Sua função aqui é cuidar do meu sobrinho...e aquilo que aconteceu entre nós.... nunca mais se repetirá!
Com isto ele se vira e sai, me deixando ali sem palavras.
"O que acabou de acontecer?"

Eu não preciso pensar para decidir ficar ali, é claro. Primeiro porque assim estarei com meu sobrinho e posso criá-lo como prometi a minha irmã. Segundo porque dizem que seus amigos devem ficar próximos, mas os inimigos devem ficar ainda mais próximos.

Olho para a cama grande no meio do quarto e me sinto cansada. Cansada demais para fazer qualquer coisa além de tomar um banho e dormir.
Entro no banheiro, tiro a roupa e estendo no aquecedor. Amanhã estaria seca.
Tomo um banho quente e aquilo me parece o paraíso, exceto pelo fato de eu ter acabado de descobrir o que era o paraíso e certamente não era ali embaixo da água quente, mas nos braços do único homem que eu já odiei na vida .
Não sei mais o que sinto. Não sei mais o que fazer.
Me contento em tomar meu banho. Me enxugo com uma toalha que encontrei no armário.
A falta do que vestir me faz deitar nua sob as cobertas grossas da cama.
Já não me importo com mais nada, só preciso dormir.

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