O reencontro

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Uma estrela ouvia atentamente a história de um garoto que era narrada por ele mesmo, ela sabia que iria acontecer novamente, pressentiu a mesma conexão naquele dia, o dia em que o tempo e o desejo se colidiram, e o estopim disso tudo foi a conexão; denominada naquela hora como...amor

————

Estava em frente ao espelho da pia do banheiro, meu olho direito ainda doía e estava totalmente roxo, entrei no box do banheiro e liguei o chuveiro, tentei ser forte naquele momento, mas comecei a chorar ao me lembrar do que tinha acontecido na noite anterior, me sentei na lajota do banheiro e fiquei ali encolhido enquanto sentia a água fria cair em meu corpo.

                                 (...)

Ando pelo corredor da faculdade, evitando ao máximo olhar para as pessoas, chego no refeitório e de longe avisto um amigo, fazia bastante tempo desde a última vez em que o vi, a última vez em que falei com ele, fora há cinco
anos atrás.

— Ei! — Exclamo acenando para o mesmo.

— Innie?! — Exclama ele surpreso por me ver.

— O que está fazendo?

— O que estou fazendo? innie eu não te vejo faz muito tempo, eu... ei olhe só para você, você está crescido — comenta se levantando, sua feição que antes parecia triste, agora estava surpresa e alegre.

— Você também está crescido Jisung, oh e olhe só, está na mesma altura que eu, isso é de se estranhar — brinco medindo minha altura para a dele com as mãos, jisung era o mais velho, porém sempre fora mais baixo um pouco que eu, mas agora para minha surpresa estávamos do mesmo tamanho.

— Ei não brinque com isso — Solto uma gargalhada ao ver um biquinho de indignação formar em seus lábios

— Ok não irei brincar com sua altura, mas olhe só você está realmente na mesma altura que eu, não te reconheceria caso estivesse de costas para mim — sorrio ainda fazendo piadinha com sua altura.

— É mesmo mocinho? pois eu te reconheci mesmo estando com esse chapéu que está  quase tampando a circunferência do seu rosto inteiro — ele tira o chapéu de minha cabeça logo visualizando totalmente o meu rosto, pego imediatamente o chapéu de suas mãos  e o coloco de volta.

— O que houve com seu olho innie? — Jisung pergunta preocupado, colocando suas mãos em meu queixo, levantando meu rosto de leve para visualizar melhor o que se escondia debaixo do chapéu.

— não...não aconteceu nada — viro meu rosto para o lado, desmanchando o sorriso que estava ali.

— Como assim nada? seu olho está totalmente roxo, foi alguém daqui que fez isso? quem? eu irei pegar o desgra...

— não foi ninguém daqui, fui transferido hoje para cá, não falei com ninguém... — o interrompo, logo parando de falar.

— Então como...

— Foi meu pai jisung — falo olhando para baixo, fazendo de tudo para não olhar em seus olhos.

— Innie...seu pai? mas...ele nunca agiu assim com você, eu não entendo

— eu também não entendo jisung, nesses últimos cinco anos minha vida mudou completamente, eu não reconheço mais meu pai, ele mudou totalmente...

— as pessoas mudam, mas, entre essa mudança ele não tem o direito de bater em ninguém, muito menos em você, você sempre foi um garoto obediente e gentil, eu... — ele cerra os punhos e olha para o lado, contendo sua raiva

— ultimamente meu pai vem cismando comigo, antes de me dar o soco, ele falou que na noite anterior eu estava em um beco com... com alguns rapazes, eu tentei explicar que cheguei tarde porquê estava andando pela pracinha, eu gosto de ver o céu noturno de lá; eu não estava em um beco, muito menos com rapazes — coro indignado olhando para o lado

— eu sei que não...você ainda costuma visitar a pracinha?

— sim, é o único local em que me sinto seguro, e também o único onde possuo boas lembranças.

— Innie, me desculpa por não estar com você nesses últimos cinco anos, eu prometo que daqui em diante não deixarei nada de ruim acontecer com você, irei protegê-lo, assim como sempre fiz.

Sinto jisung chegar mais perto e me dar um abraço, fiquei ali sentindo uma explosão de sentimentos voltarem e se misturarem, retribuo seu abraço, eu estava com saudades daquilo, somente aquele abraço me fazia sentir seguro e aconchegado, sinto uma lágrima escorrer em meu rosto, eu não queria sair dali nunca mais.

The Last StarOnde histórias criam vida. Descubra agora