|Prólogo|

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━━━ANY GABRIELLY

──Corydon, Indiana - Califórnia

A chuva caía sobre mim, a água estava gelada e os pingos eram grossos. Minha roupa importada estava colada ao meu corpo, a blusa branca estava transparente mostrando meu sutiã de renda bege.

Uma dor forte atingia minha cabeça e pernas, andar não estava mais em minha lista de "coisas aleatórias de se fazer no tédio". Com certeza eu pegaria uma pneumonia ou uma gripe forte por causa da chuva, mas eu não ligava. Minha cabeça divagava no loiro de olhos azuis e com o sorriso mais lindo que eu já vi.

Milhares de perguntas rondavam minha cabeça como: "Por que ela mentiu?" "Será que ela era como ele?" "De quem era aquela poça de sangue em que eu pisei?" "Por que ele abusava de mim quando eu era apenas uma criança indefesa?".

Perguntas cujas respostas estavam distantes. Eu sabia onde estava, foi aqui que eu conheci os olhos azuis mais profundos que vi, foi aqui que eu amei de verdade pela primeira vez em minha vida, foi aqui que tudo de bom começou a acontecer na minha vida.

E como em um passe de mágica tudo acabou, tão simples quanto começou. A dor em meu peito era árdua e forte, algumas vezes eu percebia o ar faltar em meus pulmões mais logo voltava a divagar em pensamentos profundos esquecendo a grande fadiga que passava por meu corpo.

Alguns poucos carros passavam por aquela rua pouco movimentada no meio do nada, e os faróis me davam dor nos olhos quando entravam em contato com meu rosto. Sentia meu corpo e mente fracos. Minha garganta estava seca e meus dedos enrugados. Eu sentia que a qualquer momento iria ao chão e meu corpo desfaleceria ali mesmo.

Mais um carro passa, mas diferente dos outros para, deixando os faróis em meu rosto irritando meus olhos. A porta se abre e um homem sai de dentro do automóvel. Eu conhecia aquele corpo esculpido pelos deuses, o corpo em que tantas vezes eu arranhei por tamanho prazer, o corpo em que tantas vezes me deitei em cima confortavelmente e tive os melhores sonos de minha vida, o corpo em que tantas vezes me agarrei me sentindo segura.

Ele para em minha frente e nós nos encaramos, sem dizer nada. A água caía em nossos corpos e continuávamos nos encarando. Até que ele se aproximou e abriu os braços. Como se aquele ato me fizesse acordar, as lágrimas brotaram novamente em meus olhos e um bico se formou em meus lábios. Logo eu corri e o abracei, chorando em seus braços me sentindo segura novamente.

Seus braços me envolveram e ele beijou minha testa, passando a mão direita em meu cabelo em um carinho gostoso. Ele sussurrava coisas como: "Está tudo bem" "Eu estou aqui agora" "Calma pequena, você está segura".

Aos poucos meu corpo parava de tremer e os soluços diminuíam, mas eu não queria me soltar dele. Vendo que eu não o soltaria, ele me pegou em seu colo e eu cruzei as pernas em volta de sua cintura com a cabeça afundada em seu pescoço.

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━XoXo - Malu 💋

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