CAPÍTULO 1 - UM BANQUETE DE PELOS

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NEKO NO SENSŌ
HISTÓRIA POR DYANDRIO SOUZA

CAPÍTULO 1
UM BANQUETE DE PELOS

Essa história começa em uma cidade chamada Hoihall em um fim de tarde, com dois jovens opostos em diversos sentidos com um destino a se entrelaçar. Eles caminham até suas casas em direções opostas, mas com pensamentos parecidos.
- O que aquela garota estava pensando?!
- O que aquele garoto pensa que é?
A noite é azulada e nebulosa, nenhuma vida andante além deles à vista nas ruas. Dois estudantes, devidamente uniformizados, ele com um Seifuku (uniforme) preto e ela igualmente, contudo, possuindo uma fita vermelha como gravata. Ele tira sua mão esquerda do bolso segurando um colar com uma imagem de uma mulher estampada no pingente. Já ela olha para a lua, admirando sua aura azulada que iluminava as ruas.
- Mãe...
- Irmão...
O silêncio paira, os dois andam lentamente e apenas o som de seus passos ressoa em seus ouvidos... e nas paredes que escutam. São como batidas de coração em concreto e terra. Até que então os pelos dos braços arrepiam e os passos param.
- O que?!
- Que foi isso?!
Em um beco escuro uma energia púrpura emana e ela sabe que algo ruim está ali. Um buraco negro, espalhando fumaça e vibrações pesadas. Ela sente seus pés tremerem e o suor descer frio. Uma espécie de labirintite infernal coloca ela em uma situação pior ainda, a falta de equilíbrio é o primeiro obstáculo que ela tem de enfrentar.
À alguns quilômetros dali, ele vê todas as árvores balançarem e o vento levantar as folhas e a sujeira. As paredes gritam com a poderosa presença que emana daquele portal maligno púrpura que gira como uma motosserra circular. Ele sente medo, assim como ela, com os pés flexionados e tremendo, suas mãos não conseguem fechar como seus olhos não conseguem piscar. A presença maligna domina os dois.
- O que é isso? Eu to sonhando? Não... Não é possível... Agora à pouco eu tinha saído da escola e...
Ele questiona a realidade e a veracidade das circunstâncias, e imediatamente algo vem em sua consciência ao ver...
- O que eu devo fazer? Porquê não consigo me mexer...
Ela também indaga sobre e seus olhos notam algo que assim como ele...
- O QUE?!
Dentro do portal dois braços vermelhos aparecem para ela e dois braços verdes escuros com marcas cinzentas na pele aparecem para ele. Eles se preparam para pegar algo, algo que liberta as suas mentes.
- Não!
Diz ele apertando o pingente
- Não... Eu não posso... Eu... Não vou deixar! - diz ela.
Algo solta seus corpos do medo profundo e os fazem correr sem pensar duas vezes.
- Porquê eu tô fazendo isso...?
- Eu não acredito nisso! Porquê eu sou tão estúpido!
Ela pula para dentro do beco e ele corre em direção ao buraco negro. Aquilo que parecia ser estupidez se demonstrou ser um ato de heroísmo. Um heroísmo para salvar um...
- UM GATO?!
Ele acaba de resgatar após um grande pulo um gato branco e ela um gato preto, ambos peludos e calmos com marcas peculiares em suas festas.
Eles carregam em seus braços algo que aqueles seres querem muito e que fazem eles gritarem de desejo e fome.
- Aquele bicho quer você? - diz ele.
O gato mia para ele e os braços demoníacos daqueles monstros estão mais agitados.
- Que tipo de ser tentaria fazer mal a uma criatura tão fofa? Isso é um... algum tipo de demônio? - diz ela.
O gato fecha os olhos e abre as patas como quem quer um abraço.
- Ah droga! O que que eu tô fazendo?! - diz ele.
De dentro do portal negro, os dois seres se debruçam, se contorcendo, tortos como se não tivessem ossos. Os dois saem, encarando com saliva saindo de suas bocas, passando entre os dentes afiados e os dois dentes incisivos que quase chegam à altura de seus olhos. Não possuem partes íntimas, não possuem expressão humana, são animalescos com olhos vermelhos e saltados e pelos espalhados pelo corpo. Marcas circulares como letras de uma língua desconhecida em seus corpos são únicas e diferentes de um e do outro, brilhando como neon agora que estão furiosos e famintos. Suas unhas são como garras e suas asas são como as de um morcego com penas.
Eles gritam de raiva e de fome.
- Ah! Não é possível, não não não não!
O garoto corre desesperado e gritando na direção por onde veio. E a garota também não pensa duas vezes e corre para a mesma direção por onde veio.
- Não é um pesadelo, eu sinto, é real...
Ela pensa em voz alta. O gato mia calmamente.
- Miau.
Ambas as criaturas colossais perseguem os dois como tratores sem controle. Os dois jovens cruzam uma rua e os dois demônios curvam com precisão, contudo, destruindo um muro à direita e à esquerda. Para pessoas que olham, vêem apenas dois jovens correndo deixando sem explicação nenhuma, um rastro de destruição.
Os dois correm desesperadamente, falta força nos pés pois já estão bambas o suficiente. Ela fecha os olhos segurando forte o gato. Ele corre desleixadamente ignorando o peso de seu corpo totalmente.
Em um instante...
Apenas o som de dois crânios se chocando um contra o outro é ouvido e a dor na cabeça não é maior quanto a baita coincidência. Ou será que foi apenas a forma irônica do destino agir?
As duas criaturas pularam para cima dos dois e se encontraram chocando face com face enquanto os dois jovens se levantavam.
Os dois se levantam e percebem...
- Hinisha?!
- Jonamaru?
- Miau.
- Miau?

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⏰ Última atualização: Dec 03, 2022 ⏰

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