Capítulo 3

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Oi, meus amores! Tudo bem? 

Fim de semana já está na portaaa... E a gente está como? Fazendo a dancinha da alegria! ;)

Mais um capítulo com muito carinho!

Uma semana abençoada e iluminada pra gente! <3

***

(...) Mudaram as estações, nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim, tão diferente (...)

Por Enquanto — Cássia Eller

FERNANDA

Todos os exames solicitados foram feitos e a cirurgia agendada. Doutora Ângela se tornou ainda mais presente e continuava com a esperança de que meu corpo expulsasse o corpo lúteo, antes da cirurgia. Eu só queria que a tortura acabasse e levasse para longe a dor que eu carregava em meu peito, ombros e coração.

Enquanto eu tomava um banho quente, buscando um pouco de conforto, depois de mais um dia puxado de trabalho... — Uma coisa que eu me recusei a fazer, foi deixar de trabalhar e de fazer o que eu amava... Lecionar. Recebi tanto apoio e carinho, que percebi o quanto eu era querida e amada, não só pelos meus colegas de trabalho, mas principalmente pelos meus alunos. Meu celular começou a tocar de forma insistente, me assustando. Já pensei no pior com os meus pais ou meus avós. Saí do banho às pressas, quase indo de encontro ao chão e consegui pegar o celular antes que ele parasse de tocar.

Alô! — atendi, esbaforida, tirando os fios molhados e embolados do meu rosto.

— Porra, Fernanda! Por que você fez isso?

Afastei o celular do meu ouvido um pouco confusa, imaginando quem falaria "porra" para mim às cinco da tarde, e quando eu vi quem era, meu sangue gelou. Murilo. Sem saber o que fazer, comecei a pular nas pontas dos pés, jogando o peso do meu corpo de um lado para o outro, tapando a boca com uma mão. Olhei ao redor, buscando meu anjo da guarda em pensamento, e pedindo o máximo de proteção possível.

— Fernanda! Vai me responder ou não?

Respirei fundo, fazendo a meditação mais rápida da minha vida e respondi:

Oi, best friend! Eu estou bem graças a Deus e você?

— Para com isso de best friend, sabe que eu não gosto que me chame assim.

Ué, gente?! E você é o quê? — Tentei ganhar tempo.

— Sou seu melhor amigo, só não gosto... Porra! Pare de me enrolar, Fernanda. Não estou com paciência! Estou aborrecido, chateado, magoado... Eu nem sei mais!

Me perdoe! — Foi a única coisa que eu consegui dizer. Eu não quero brigar. Eu sei... — Minha garganta começou a doer, meu nariz a arder e meus olhos embaçarem. Eu sei que errei, mas não queria te contar por telefone. E no dia que eu resolvi contar, você estava no barzinho com a Ingrid e seus amigos.

— Ah, não?! — Sua voz estava alterada. Eu sabia que não era comigo exatamente e sim pela minha omissão. — E você acha justo eu descobrir pela minha mãe? Acha justo você sofrer dois meses sozinha, e eu aqui, distante? Acha justo me privar de te abraçar? — Eu podia sentir seu sofrimento, até porque eu estaria na mesma situação se fosse ao contrário. — Não me contou no dia do barzinho, mas teve outras oportunidades. Pelo amor de Deus!

Desejo de Inverno (Série Quatro Estações Livro 1) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora